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Ela começou – na Rede Globo – como
uma Kubitschek de Oliveira, foi para a Rede Record, fez a Alice na HBO, já
viveu em época de Cordel Encantado e entre tantas outras “viagens”, atualmente
é uma abolicionista e mulher à frente de seu tempo. Facetas diversas de uma só
atriz, mas de talentos mil. Andréia Horta tem uma carreira bem interessante na
TV e também no cinema.
Andreia Horta na estreia de "Liberdade, Liberdade". (Foto: Thyago Andrade e Graça Paes/Brazil News) |
Numa era em que o público rejeita as
mocinhas, ela consegue imprimir personalidade e um jeito todo diferente em seus
papéis – carisma, talvez – que faz toda a diferença com quem está do outro lado
da tela. Tem sido assim com Joaquina/Rosa, a filha de Tirandentes, que ela
defende em “Liberdade, Liberdadade”, às 23h00, na emissora global. Combativa,
moderna para sua época, segura e bem interpretada, a personagem é uma mocinha
que convence. Mesmo diante de impasses coloniais de uma época em que ser mulher
significava subserviência, a atriz caiu como uma luva na pele da abolicionista
que quer limpar a honra do pai enforcado. Tudo bem, você vai dizer que o papel
pede isso. Mas nem todas conseguem dar o melhor. Vide o exemplo de “Êta Mundo
Bom!” onde Débora Nascimento não empolga com a sua Filó, fazendo da Maria de
Bianca Bin ou ainda da roceira Mafalda, de Camila Queiroz, as preferidas de
público e crítica.
Joaquina/Rosa na novela das 23h: mais um sucesso da atriz. (Foto: João Cotta/TV Globo) |
Voltando à Andréia, a atriz tem um
poder de transformação a cada papel – perceptivelmente visceral a cada novo
desafio – que poucas emanam. Em “A Cura”, ela destacou-se pela sobriedade e
dramaticidade que o suspense pedia, numa linda dobradinha com Selton Mello.
Teve ainda a eletrizante Celeste de “A Teia”, onde se envolveu num amor bandido
com Paulo Vilhena, pondo em risco sua vida e a de sua pequena filha. Isso sem
esquecer-se da refinada Maria Clara Medeiros Mendonça e Albuquerque, de
“Império”, jóia rara do Comendador de Alexandre Nero e rival da meia-irmã
Leandra Leal, na disputa pelo coração do nordestino e chef de cozinha Rafael
Cardoso. Essa diversidade talvez confira um certo distanciamento de demais
atrizes de sua geração, pois permite a Andréia distanciar-se de rótulos disso
ou daquilo. Ela cresce na TV. Muda, transforma, movimenta, apaixona, enlouquece
e enraivece.
Andreia Horta caracterizada como Elis Regina. (Foto 3: reprodução/internet) |
Não bastasse tudo isso, ainda levará
para as telonas a biografia da maior cantora brasileira: Elis Regina. Previsto
para estrear ainda em 2016, o filme narrará a vida da “Pimentinha” a partir de
seus 18 anos. Em imagens já divulgadas na internet, Andréia impressiona pela
caracterização com a intérprete, desde sua postura, até o sorriso
característico da artista. Apesar de não cantar verdadeiramente, é aguardar
para conferir o que “sairá desta horta” nas próximas colheitas, já que a
qualidade já foi comprovada.