terça-feira, 14 de junho de 2016

Andreia Horta: talentosa, camaleônica e segura a cada papel na TV

Jean Pierry Oliveira
jean.pierry.oliveira@gmail.com



Ela começou – na Rede Globo – como uma Kubitschek de Oliveira, foi para a Rede Record, fez a Alice na HBO, já viveu em época de Cordel Encantado e entre tantas outras “viagens”, atualmente é uma abolicionista e mulher à frente de seu tempo. Facetas diversas de uma só atriz, mas de talentos mil. Andréia Horta tem uma carreira bem interessante na TV e também no cinema.

Andreia Horta na estreia de "Liberdade, Liberdade".
(Foto: Thyago Andrade e Graça Paes/Brazil News)
Numa era em que o público rejeita as mocinhas, ela consegue imprimir personalidade e um jeito todo diferente em seus papéis – carisma, talvez – que faz toda a diferença com quem está do outro lado da tela. Tem sido assim com Joaquina/Rosa, a filha de Tirandentes, que ela defende em “Liberdade, Liberdadade”, às 23h00, na emissora global. Combativa, moderna para sua época, segura e bem interpretada, a personagem é uma mocinha que convence. Mesmo diante de impasses coloniais de uma época em que ser mulher significava subserviência, a atriz caiu como uma luva na pele da abolicionista que quer limpar a honra do pai enforcado. Tudo bem, você vai dizer que o papel pede isso. Mas nem todas conseguem dar o melhor. Vide o exemplo de “Êta Mundo Bom!” onde Débora Nascimento não empolga com a sua Filó, fazendo da Maria de Bianca Bin ou ainda da roceira Mafalda, de Camila Queiroz, as preferidas de público e crítica.

Joaquina/Rosa na novela das 23h: mais um sucesso da atriz.
(Foto: João Cotta/TV Globo)
Voltando à Andréia, a atriz tem um poder de transformação a cada papel – perceptivelmente visceral a cada novo desafio – que poucas emanam. Em “A Cura”, ela destacou-se pela sobriedade e dramaticidade que o suspense pedia, numa linda dobradinha com Selton Mello. Teve ainda a eletrizante Celeste de “A Teia”, onde se envolveu num amor bandido com Paulo Vilhena, pondo em risco sua vida e a de sua pequena filha. Isso sem esquecer-se da refinada Maria Clara Medeiros Mendonça e Albuquerque, de “Império”, jóia rara do Comendador de Alexandre Nero e rival da meia-irmã Leandra Leal, na disputa pelo coração do nordestino e chef de cozinha Rafael Cardoso. Essa diversidade talvez confira um certo distanciamento de demais atrizes de sua geração, pois permite a Andréia distanciar-se de rótulos disso ou daquilo. Ela cresce na TV. Muda, transforma, movimenta, apaixona, enlouquece e enraivece.


Andreia Horta caracterizada como Elis Regina.
 (Foto 3: reprodução/internet)
Não bastasse tudo isso, ainda levará para as telonas a biografia da maior cantora brasileira: Elis Regina. Previsto para estrear ainda em 2016, o filme narrará a vida da “Pimentinha” a partir de seus 18 anos. Em imagens já divulgadas na internet, Andréia impressiona pela caracterização com a intérprete, desde sua postura, até o sorriso característico da artista. Apesar de não cantar verdadeiramente, é aguardar para conferir o que “sairá desta horta” nas próximas colheitas, já que a qualidade já foi comprovada.