segunda-feira, 13 de junho de 2016

É ajeitando com a mão que se enfia o Peru na CBF

Felipe Migliani
felipemigliani@yahoo.com.br



Vestir a camisa da seleção depois da goleada de 7x1 tem sido um grande peso para qualquer jogador convocado. Cada ano que se passa o Brasil dá um passo para trás. Na Copa América de 2015, a seleção foi eliminada nos pênaltis para o Paraguai. Nesta edição, a Centenária, a mais importante até então, a canarinho não passou da fase de grupos.

Jogadores do Peru comemoram um fato histórico.
(Foto: AFP PHOTO / Timothy A. Clary) 
A seleção não marcou um gol se quer contra Equador e Peru, duas seleções de baixa qualidade técnica e sem tradição no futebol. Não perdemos para os equatorianos porque a arbitragem estava ao nosso lado, algo que não aconteceu no jogo da eliminação. O goleiro Alisson, “queridinho” de Dunga, Gilmar, Taffarel e Cia, escapou de ter tomado uma frango histórico em um lance sem perigo onde a bola não saiu totalmente pela linha de fundo.

Uma seleção brasileira “engessada”, sem criatividade, sem ousadia e sem comando. Depois do gol do Peru, o Dunga ficou paralisado, sem saber o que fazer. O jogo terminou e ainda restavam duas alterações para serem feitas. Mas o pior foi ter escutado o Dunga falar na coletiva de imprensa que não fez alterações porque o time estava “encaixado”.

Reação do Dunga e Taffarel no término da partida.
(Foto: AFP PHOTO / Timothy A. Clary) 
O Brasil continua tendo os melhores jogadores do mundo. Analisando os times mais fortes do planeta, como Barcelona, Real Madrid, Bayern Munchen etc, possuem atletas brasileiros. O problema é o comando, tanto na comissão técnica como nos dirigentes e na presidência da entidade.

Dunga, sem dúvidas, foi um grande jogador. Três vezes eleito o melhor volante da copa (90, 94 e 98), capitão do tetra, inúmeros jogos e títulos pela seleção e pelos clubes por onde jogou. Mas jogador e treinador possuem funções completamente diferentes.

Na primeira vez que o Dunga assumiu a seleção ele não tinha nenhuma experiência profissional como técnico. Foi questionado. Mas se saiu bem, conquistando uma Copa América, Copa das Confederações e se classificando na primeira colocação para a Copa do Mundo de 2010.

Depois, teve uma curta passagem pelo Internacional, onde conquistou um Campeonato Gaucho, porém, saiu logo em seguida depois de ter brigado com a diretoria. Retornou a canarinho depois do vexame dos 7x1 com a missão de recuperar o futebol nacional. Mas é impossível um treinador sem criatividade e ousadia resgatar o jeito brasileiro de jogar.

O Dunga não está preparado para ser o técnico da seleção brasileira. Não tem a experiência necessária, muito menos currículo. A maioria dos treinadores começa treinando nas categorias de base ou em times de pequena expressão. Aos poucos vão subindo de nível e conquistando títulos. Isso não aconteceu com o nosso atual técnico.

Ricardo Texera e Marco Polo Del Nero
(Foto: Esporte.Estadao.com.br) 
Ou seja, a culpa maior é de quem contratou ele para ser o comandante da seleção brasileira. A CBF é composta por oportunistas que nunca chutaram uma bola na vida. Estes “profissionais”, em sua maioria, enriqueceram de forma ilícita se beneficiando do sistema. Como disse determinado dirigente “O futebol é um prostíbulo, não há espaços para freias”. 
O futebol brasileiro vai morrer aos poucos enquanto estes sanguessugas, como Coronel Nunes, Marco Paulo Del Nero, Ricardo Teixeira* e cia, continuarem fazendo a gestão do futebol brasileiro.

A arbitragem foi ruim e influenciou no resultado da partida. Não sejamos hipócritas, pois usufruirmos dela em diversas ocasiões, a última no jogo contra o Equador, como comentei no começo do texto. Na NBA, por exemplo, existe uma central de monitoramento das partidas. Sua função é rever os replays dos lances ao vivo para nenhum time sair prejudicado - melhorando a qualidade do espetáculo. Essa realidade está longe de acontecer no esporte mais popular do mundo, mais distante ainda nas terras tupiniquins.

Lambança da arbitragem causou tumulto na partida
(Foto: AFP PHOTO / Timothy A. Clary) 
Para finalizar: o Brasil não perdia para o Peru desde 1985. Já uma eliminação em primeira fase de Copa América não acontecia desde 1987. A única seleção que o Brasil conseguiu balançar as redes foi a do frágil Haiti. Por outro lado, eles só marcaram gol em uma seleção que já teve o futebol mais vistoso do mundo.



*Será que o Ricardo Texeira deixou realmente a CBF?!






FICHA TÉCNICA
BRASIL 0 X 1 PERU

Local: Gillette Stadium, em Boston (Estados Unidos)
Data: 12 de junho de 2016, domingo
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Andres Cunha (URU)
Assistentes: Nicolas Taran e Richard Trinidad (ambos do Uruguai)
Público:
Renda:

Cartões amarelos: Lucas Lima (Brasil)
Cartões vermelhos:

GOLS:

Peru: Ruidíaz, aos 29 minutos do segundo tempo


BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luís; Elias, Renato Augusto, Lucas Lima, Willian e Philippe Coutinho; Gabriel (Hulk)
Técnico: Dunga

PERU: Gallese; Aldo Corzo, Christian Ramos, Balbín (Yotún), Alberto Rodríguez e Trauco; Óscar Vílchez, Andy Polo e Cueva (Tapia); Édison Flores (Ruidíaz) e Paolo Guerrero
Técnico: Ricardo Gareca