Felipe Migliani
felipemigliani@yahoo.com.br
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Vestir a camisa da seleção depois da goleada de 7x1 tem
sido um grande peso para qualquer jogador convocado. Cada ano que se passa o
Brasil dá um passo para trás. Na Copa América de 2015, a seleção foi eliminada
nos pênaltis para o Paraguai. Nesta edição, a Centenária, a mais importante até
então, a canarinho não passou da fase de grupos.
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Jogadores do Peru comemoram um fato histórico. (Foto: AFP PHOTO / Timothy A. Clary) |
A seleção não marcou um gol se quer contra Equador e
Peru, duas seleções de baixa qualidade técnica e sem tradição no futebol. Não
perdemos para os equatorianos porque a arbitragem estava ao nosso lado, algo
que não aconteceu no jogo da eliminação. O goleiro Alisson, “queridinho” de
Dunga, Gilmar, Taffarel e Cia, escapou de ter tomado uma frango histórico em um
lance sem perigo onde a bola não saiu totalmente pela linha de fundo.
Uma seleção brasileira “engessada”, sem criatividade, sem
ousadia e sem comando. Depois do gol do Peru, o Dunga ficou paralisado, sem
saber o que fazer. O jogo terminou e ainda restavam duas alterações para serem
feitas. Mas o pior foi ter escutado o Dunga falar na coletiva de imprensa que
não fez alterações porque o time estava “encaixado”.
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Reação do Dunga e Taffarel no término da partida. (Foto: AFP PHOTO / Timothy A. Clary) |
O Brasil continua tendo os melhores jogadores do mundo.
Analisando os times mais fortes do planeta, como Barcelona, Real Madrid, Bayern
Munchen etc, possuem atletas brasileiros. O problema é o comando, tanto na
comissão técnica como nos dirigentes e na presidência da entidade.
Dunga, sem dúvidas, foi um grande jogador. Três vezes eleito
o melhor volante da copa (90, 94 e 98), capitão do tetra, inúmeros jogos e
títulos pela seleção e pelos clubes por onde jogou. Mas jogador e treinador
possuem funções completamente diferentes.
Na primeira vez que o Dunga assumiu a seleção ele não
tinha nenhuma experiência profissional como técnico. Foi questionado. Mas se
saiu bem, conquistando uma Copa América, Copa das Confederações e se classificando
na primeira colocação para a Copa do Mundo de 2010.
Depois, teve uma curta passagem pelo Internacional, onde
conquistou um Campeonato Gaucho, porém, saiu logo em seguida depois de ter brigado
com a diretoria. Retornou a canarinho depois do vexame dos 7x1 com a missão de
recuperar o futebol nacional. Mas é impossível um treinador sem criatividade e
ousadia resgatar o jeito brasileiro de jogar.
O Dunga não está preparado para ser o técnico da seleção
brasileira. Não tem a experiência necessária, muito menos currículo. A maioria
dos treinadores começa treinando nas categorias de base ou em times de pequena
expressão. Aos poucos vão subindo de nível e conquistando títulos. Isso não
aconteceu com o nosso atual técnico.
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Ricardo Texera e Marco Polo Del Nero (Foto: Esporte.Estadao.com.br) |
Ou seja, a culpa maior é de quem contratou ele para ser o
comandante da seleção brasileira. A CBF é composta por oportunistas que nunca
chutaram uma bola na vida. Estes “profissionais”, em sua maioria, enriqueceram
de forma ilícita se beneficiando do sistema. Como disse determinado dirigente “O
futebol é um prostíbulo, não há espaços para freias”.
O futebol brasileiro vai
morrer aos poucos enquanto estes sanguessugas, como Coronel Nunes, Marco Paulo
Del Nero, Ricardo Teixeira* e cia, continuarem fazendo a gestão do futebol
brasileiro.
A arbitragem foi ruim e influenciou no resultado da
partida. Não sejamos hipócritas, pois usufruirmos dela em diversas ocasiões, a
última no jogo contra o Equador, como comentei no começo do texto. Na NBA, por
exemplo, existe uma central de monitoramento das partidas. Sua função é rever
os replays dos lances ao vivo para nenhum time sair prejudicado - melhorando a
qualidade do espetáculo. Essa realidade está longe de acontecer no esporte mais
popular do mundo, mais distante ainda nas terras tupiniquins.
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Lambança da arbitragem causou tumulto na partida (Foto: AFP PHOTO / Timothy A. Clary) |
Para finalizar: o Brasil não perdia para o Peru desde
1985. Já uma eliminação em primeira fase de Copa América não acontecia desde
1987. A única seleção que o Brasil conseguiu balançar as redes foi a do frágil
Haiti. Por outro lado, eles só marcaram gol em uma seleção que já teve o
futebol mais vistoso do mundo.
*Será que o Ricardo Texeira deixou realmente a CBF?!
FICHA TÉCNICA
BRASIL 0 X 1 PERU
Local: Gillette Stadium, em Boston (Estados Unidos)
Data: 12 de junho de 2016, domingo
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Andres Cunha (URU)
Assistentes: Nicolas Taran e Richard Trinidad (ambos do Uruguai)
Público:
Renda:
Cartões amarelos: Lucas Lima (Brasil)
Cartões vermelhos:
GOLS:
Peru: Ruidíaz, aos 29 minutos do segundo tempo
BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe
Luís; Elias, Renato Augusto, Lucas Lima, Willian e Philippe Coutinho; Gabriel
(Hulk)
Técnico: Dunga
Técnico: Dunga
PERU: Gallese; Aldo Corzo, Christian Ramos, Balbín
(Yotún), Alberto Rodríguez e Trauco; Óscar Vílchez, Andy Polo e Cueva (Tapia);
Édison Flores (Ruidíaz) e Paolo Guerrero
Técnico: Ricardo Gareca
Técnico: Ricardo Gareca