quinta-feira, 26 de maio de 2016

A graça do Futebol

26/05/16
Coluna: Manifesto Futebol Clube
Autor(a): Fabio Rodrigues

Felipe Absalão Barreto passou sua infância em Ipanema e Barra da Tijuca, e teve sua adolescência na Vila da Penha. O humorista é formado em Ciências da Computação e estudou artes no Tablado – grupo de teatro localizado na Lagoa, zona sul do Rio. Como ator e comediante, Absalão teve a honra de dividir shows com muitos ídolos do palco e da telinha, Chico Anysio, Tom Calvacante, Bemvindo Siqueira, entre outros. Pela rádio globo, participou dos programas do Tino Júnior, Maurício Menezes e agora na rádio cidade é um dos integrantes do Rock Bola.

“A maior diferença é você saber para qual público está falando. Tendo isso definido, você consegue se sair bem. O teatro é o meio que você tem uma liberdade maior para fazer o tipo de humor que quiser.”

MFC. Você sofre ou já sofreu algum tipo de resistência por não ter formação em comunicação?
Nunca sofri porque sempre trabalhei com humor, se eventualmente eu fizer um trabalho ligado ao jornalismo será em função da ligação do humor com o jornalismo, mas sempre fui muito bem recebido, sem nenhum preconceito por parte de meus colegas.

MFC. Por não ser jornalista de formação, você se sente mais à vontade para fazer seus comentários?
É o contrário. Sempre é importante ler bastante para que você tenha "bagagem" para falar de qualquer assunto, principalmente se for humor, o humorista precisa estar “antenado” a tudo, pois se ele não souber sobre o que está "brincando", já era!

MFC. Como pintou a oportunidade de fazer parte da rádio cidade?
Cheguei na Rádio Cidade a convite da produção da Rádio.

MFC. Como que é trabalhar com aquelas figuras do rock bola?
É um ambiente muito bom, o Waguinho eu conheço há alguns anos por participar do antigo Rock Bola e é um dos caras mais talentosos e generosos que conheço, trabalhar com ele é uma honra e um sonho. O Van Damme era um amigo dos tempos de Rádio Globo e sempre nos divertíamos muito quando fazíamos o camarote da Rádio Globo, parceiro e sabe tudo! Nina é um doce de pessoa e extremamente competente e Castilho um irmão que tem as sacadas mais incríveis, ou seja, estou em casa e cercado de feras! Me sinto entre amigos. Falo pelo elenco do programa, mas a produção é nota mil, todas as pessoas são generosas e amigas.

MFC. De que maneira ser comediante te ajuda no rock bola?
Me ajuda a ser cara de pau. rs

MFC. Quais são os personagens que você interpreta no programa?
São muitos, mas os principais são: Milton Neves, Vovô, Michelli, Milton Cunha, Antônio Fagundes, Alexandre Fake (numerólogo), Zacarias, Alexandre Frota e Lafond (Vera Verão), mas já passaram por lá: Rei Julien, Arlindo Cruz, Barry White, Professor Raimundo, Barney, Scooby Doo, Serginho Malandro, Cauby...

MFC. Qual o time mais bizarro que o Milton Neves se recorda?
Não lembro, são muitas, mas tem jogadores que viraram lendas: Naninco Kong Fu, Delém Delém, o Lendário Índio Cagado, Carcaça de Rato e muitos outros.

MFC. Dizem que o Vovô é tão velho que viu o Brasil ganhar a Copa de 1958?
O Vovô diz que lutou na 1ª Guerra. O Vovô é uma lenda! (risos)

MFC. Qual a diferença de fazer um humor na rádio, internet e televisão?
A maior diferença é você saber para qual público está falando. Tendo isso definido, você consegue se sair bem. O teatro é o meio que você tem uma liberdade maior para fazer o tipo de humor que quiser.

MFC. Você já apresentou algum stand-up falando sobre futebol?
Sobre futebol nunca fiz um tema. Apenas uma brincadeira pontual, sobre um determinado momento, mas um texto fixo sobre, nunca fiz. Lida com paixão... Paixão é complicado de você lidar. Você vai agradar uma parte e desagradar outras. Prefiro não fazer.

MFC. Os momentos mais engraçados que você se recorda no futebol?
O Nunes do Flamengo ao dar uma entrevista em um jogo em Belém, se disse feliz em estar na terra que Jesus nasceu. Essa eu me divirto.

MFC. Você acredita que o futebol brasileiro ainda tenha alguma “graça”, no sentido da magia e da leveza nos dribles e jogadas?
Pra mim o Futebol sempre vai ter graça, o momento é de uma safra de jogadores que não empolga muito, na minha opinião, mas não tenha dúvida de que vai melhorar e nunca perderemos a graça. Ronaldinho Gaúcho (nos tempos de Barcelona), pra mim, foi o último romântico do futebol. Sonho em um dia ver um novo jogador que faça as jogadas que ele fazia. Sonho em ver um jogo como aquele Santos e Flamengo que Neymar destruía de um lado e Ronaldinho explodia de outro, Flamengo 5x4 Santos. Um dos jogos mais incríveis que eu já vi e que mostra que sempre devemos ter esperança.

MFC. Em sua opinião, o Flamengo irá “enterrar” a piado do Estádio em breve ou o clube da Gávea vai ficar por mais um tempo sem lar?
Essa questão de estádio nunca foi um problema para o Flamengo porque sempre teve o Maracanã disponível, mas agora, o "maior do mundo" não está mais disponível e se tornou prioridade (na minha opinião) termos uma arena, um caldeirão. Um estádio para 30, 40 mil pessoas. Isso é fundamental para disputa de grandes competições como Libertadores e Brasileiro. Acredito nessa gestão e vejo como breve este problema ser resolvido.

MFC. Recado para quem sonha um dia se tornar um grande radialista como você.
Estude, leia muito, escute muito rádio (se seu sonho for rádio), preste atenção em detalhes de tempo, vinhetas, músicas, perfil de programa, etc. E principalmente, busque seus sonhos, nunca aceite um "não", siga em frente. Aproveite enquanto é jovem! Você consegue!

O futebol é o principal meio de entretenimento do brasileiro, por isso é necessário passar as informações de maneira leve e descontraída para que o telespectador tenha uma transmissão satisfatória. É exatamente o que o humorista faz no programa no qual participa na Rádio Cidade. Com uma série de personagens, Absalão é o lado cômico do Rock Bola.

Para conhecer mais sobre Felipe Absalão, acesse: www.felipeabsalao.com.br

Imagem: www.felipeabsalao.com.br