segunda-feira, 9 de maio de 2016

Madrugadas digitais


09/05/16 
Coluna: Cronicando
Autor: Marcos Furtado



Então eles se abrem! Nosso fantástico instrumento óptico constituído por uma lente biconvexa.
Ou como é comumente conhecido por nós: O olho. Pensando biologicamente, o processo é lindo,
nossas pupilas se dilatam, e no fundo do globo ocular está a retina, que é sensível a luz, as sensações
luminosas captadas são enviada ao cérebro pelo nervo ótico, e após inúmeros processos complexos,
enxergamos o objeto nitidamente.
Mas juntamente com este lindo sonho, surgem as atribulações. É dor aqui, dor acolá, dormência ali,
dormência lá. Ah! E a preguiça? Parece aquela tia chata que cisma em passar as férias em nossas
casas todo ano, com a pequena diferença de que a tal "preguiça", parece pensar ter férias o ano inteiro.
Contudo, independente de dores ou da moleza matinal, o que anda acontecendo é que em nossa tão
aclamada modernidade temos tantos estímulos digitais e tantas informações que estamos dormindo mal,
e criando sobrecarga de funções mentais ao longo do dia.
O fim do dia chega, esse friozinho vem junto e pronto. Whatsapp, facebook, 22:00. Twiter, snapchat,
café,00:00. Mais whatsapp, mais facebook, mais twiter, muito café, 01:00 da manhã, e lá se vai o sono.
No dia seguinte, parecemos verdadeiras múmias, com uma grande necessidade de colocar palitos nos olhos
como o pica pau. A grandiosíssima tarefa de nos arrumar para o trabalho torna-se um verdadeiro filme da
liga da justiça, nos arrumamos feito o flash, e saímos com o mau humor do batman. Bom dia ao motorista?
Pra quê? Precisa não! E vamos seguindo...
Os que estão em casa, tentam recuperar o sono com aquele cochilo a tarde, todavia, precisamos compreender
que nós seres humanos não hibernamos, de maneira que, não tem como "recuperar" o sono perdido. Portanto, o que nos resta é pensar na fantástica máquina humana que somos, e nos perguntar se realmente queremos
viver reféns de tanta tecnologia e arriscar desenvolvermos mais tarde, obesidade, hipertensão, diabetes, envelhecimento precoce etc. Exagero? Dizem os especialistas que não.
Mas fato é, que a conta bancária dos diretores das redes sociais já está "obesa" o suficiente e certamente
poderão sobreviver um pouco sem nós durante as madrugadas.
Imagem:
Olhar digital