sexta-feira, 13 de maio de 2016

Lady Pop ou Gaga Jazz?


13/05/2016

Coluna: Ultima Nota
Autor(a): Jean Pierry Oliveira



Lady Gaga no Oscar 2015 cantando em homenagem à "Noviça Rebelde"
Foto: Divulgação
Desde seu último álbum intitulado ARTPOP” que a cantora Lady Gaga vem dividindo opiniões – e fãs – com os rumos que vêm dando a sua carreira. Há dois anos sem lançar um novo trabalho, a artista ainda assim continua em evidência na mídia e recebendo inúmeros elogios da crítica especializada – seja da TV, do cinema ou da música.

Isso porque, após as baixas vendagens do criticado e rejeitado último CD, Gaga parece ter deixado fluir outros lados pelos quais seus grande público não conhecia muito ou, simplesmente, não esperava. A primeira mudança, por assim dizer, deu-se com o surpreendente e acalorado álbum de jazz “Cheek to Cheek”, lançado em dueto com a lenda viva Tony Bennett. Ali, na porção mais clássica e menos extravagante, Gaga explorou toda sua elegância, finesse e brilho ao dar voz a lindas interpretações que encantaram platéias mundo afora. A também compositora conseguiu encaixar sua maturidade (ela tem 30 anos) com a experiência e sabedoria de Bennett (de 89 anos), com características que seus “Little Monsters” (como seus fãs são chamados) estranharam por um lado, mas a aplaudiram ainda mais por outro. Aliás, esse talvez tenha sido um ganho e tanto – para a artista e seus fãs – , pois Gaga conseguiu dar destaque e, certamente, popularidade a um ritmo musical considerado elitista, pelo qual seu público, majoritariamente, de adolescentes e jovens gays ou não, sequer tinham contato. Ou o interesse de conhecer. Fosse por falta de vontade, preguiça, conhecimento ou ignorância. Entretanto, mesmo mantendo-se fiéis com a nova fase da carreira de sua “ídola”, eles queriam o retorno da era “The Fame”, nome de seu primeiro e celebrado álbum.

Gaga e Tony Bennett no Grammy 2015: Melhor Álbum Pop Vocal Tradicional
pelo álbum "Cheek to Cheek"
Foto: AFP Photo/Frederic J.Brown

 Pois bem, passado a turnê “Cheek to Cheek” esperava-se que a artista voltasse a se dedicar ao gênero Pop, para a alegria de seus admiradores mundo afora. Só que não. Eis que pelo caminho surge o convite de Ryan Murphy para que ela estrelasse a nova temporada de “American Horror Story – Hotel”. Na pele da Condessa Elizabeth, Lady Gaga monopolizou holofotes e roubou a cena como a protagonista, dona do indefectível hotel da série, surpreendendo a todos por sua interpretação. Resultado: ganhou o Globo de Ouro, maior premiação da TV americana, como melhor atriz de série dramática. De fato, 2015 foi o ano da transição de Lady para Gaga/ Gaga para Lady, ou seja, da artista exótica e acusada de ser “fabricada pela mídia” para uma artista reconhecida por todos os públicos por seus diversos talentos, personalidade e versatilidade.

Esse ano não fica para trás. Gaga destacou-se em três momentos diferentes, todos com muito sucesso – e sem lançar um álbum novo, diga-se de passagem, em 2016. Só em fevereiro, ela esteve presente no SuperBowl (07/02), cantando o Hino nacional americano na final da competição, no Grammy Awards (15/02), num lindo tributo ao falecido David Bowie, e no Oscar (28/02), apresentando a canção “Til It Happens to You”, em co-autoria com Diane Warren, que concorria ao prêmio. Não é qualquer cantora que consegue tamanho espaço em ocasiões com públicos, audiências e tipos tão diferentes.

                                               Gaga no Grammy 2016: tributo a David Bowie
                                                               Reprodução: YouTube

Especula-se que o seu próximo álbum, provisoriamente chamado pelos fãs e imprensa de  “LG5”, esteja sendo produzido ou finalizado em estúdio. Lady Gaga pouco fala sobre. Mas seja como for, Stefani Joanne Angelina Germanotta (seu nome de batismo) não precisa provar mais nada para ninguém. Seja no Pop, no Jazz, na TV ou no Cinema, Lady Gaga já encontrou seu lugar ao sol e raia como uma verdadeira estrela.