Em tempos de correria constante, em que vivemos sem tempo
nem para dormir de uma forma saudável, que dirá educar uma criança, a “Lei
Menino Bernardo” como é chamada pelos deputados o projeto de lei 7672/2010 ou “Lei
da Palmada” como foi apelidada pela mídia brasileira visa proibir os castigos físicos
ou tratamentos ruins na educação de crianças e adolescentes.
A lei tem gerado muito polêmica após o episódio em que a
apresentadora Xuxa deixa o Congresso Nacional chorando, depois de ter sido atacada
pelo deputado Pastor Eurico. O deputado foi taxativo ao avaliar que Xuxa não é
exemplo de proteção por ter participado de um filme erótico http://entretenimento.br.msn.com/famosos/xuxa-deixa-congresso-chorando-ap%C3%B3s-deputado-relembrar-passado-da-loira.
Polêmicas a parte, a ocasião só levantou uma polêmica que
parecia estar esquecida. Parecia? Só se for aqui, no Brasil. Em 24 países,
existem leis contra o tapa nas nádegas. Recentemente na Nova Zelândia ocorreu
um referendo nacional. No país a palmada é crime e por lá não é penalizado somente
quem da palmadas nas nádegas mas também beliscões, chacoalhões e puxões de
orelha, passaram a render ao agressor (em quase 90% dos casos, pais ou mães) o
pagamento de multas, o encaminhamento a programas de reabilitação e até mesmo à
prisão. No referendo feito em Nova Zelândia metade da população participou e
87,6% votaram contra a lei. A última palavra é do primeiro-ministro. John Key,
porém, já avisou: a legislação continuará em vigor. Mas, agora, haverá cuidado
extra para que não haja punições injustas.
Quem defende a lei diz que a mesma defende os direitos humanos
das crianças e adolescentes. Há quem diga que a violência não educa ninguém,
ainda mais crianças. Que o efeito de uma correção física é imediato, parando de
desobedecer naquele momento, mas não traz resultados em longo prazo.
Por outro lado, quem é contrário à aprovação da lei alega
que o Estado não tem que interferir em assuntos privados. A punição prevista na
lei, de 1 a 4 anos de prisão, além de perda do poder familiar que será aplicada
para os agressores que espanquem de forma bruta os seus filhos e também aqueles
que dão os tradicionais beliscões e palmadas sendo muito criticada por quem não
aprova a lei.
Em meio a uma verdadeira guerra civil a violência não é o
melhor caminho para educar. Se a palmada é boa ou não isso é outra questão,
agora o que se não pode faltar é o diálogo, a didática entre os pais e filhos, pois
num país que clama por paz, por renovação o caminho da agressão à nossa futura
geração nos faz andar na contramão.