quinta-feira, 31 de março de 2016

Manifesto Futebol Clube entrevista Tabela Carioca


31/03/16     -     Coluna: Manifesto Futebol Clube    Autor(a): Fabio Rodrigues

Quando estamos em busca dos nossos sonhos, todos os aprendizados na caminhada são fundamentais. A faculdade pode ser considerada o pontapé inicial da trajetória. Lá é onde se aprende e se aperfeiçoa, onde se adquire experiência, onde se pode começar a colocar em prática aquilo que irá ser exercido futuramente. E com imensa felicidade, o Manifesto Futebol Clube recebe o projeto dos alunos da UniCarioca: Tabela Carioca.

1.      Quem são os integrantes do Tabela Carioca?

Valdeir Militão, Felipe Lavor, William Faria e Anderson Silva.


2.      Como surgiu a ideia de criar o programa?

Bem, a ideia surgiu na verdade de um trabalho do Felipe de radio jornalismo. Era pra fazer um programa de rádio normal, mas como todos que estavam envolvidos no projeto gostavam de esportes resolvemos fazer sobre futebol. O Anderson deu o nome de Tabela Carioca e aí a gente gravou três gravações que estão no Youtube só que no final do ano, o trabalho acabou. O Tabela Carioca pra rádio surge por causa do Lucas que disse que iria tocar um projeto de uma rádio para os alunos da UniCarioca, e como o Lucas participou das gravações do Tabela, ele aceitou o programa e estamos aí.


3.      Onde podemos ouvir o Tabela Carioca?

Deixamos no Youtube. No aplicativo do Radioativo , toda segunda às 19:00 horas estamos lá. No facebook e no programa Radioativo que vai ao ar toda terça no mesmo horário e aplicativo do que o nosso, onde o pessoal divulga nosso trabalho. Além do nosso Facebook, instagram e Twitter. Hoje em dia, todo programa que vai ao ar fica disponível para quem quiser ouvir ou ver, o futuro do rádio é on demand.


4.      Vocês só falam do futebol carioca?

Não. Falamos do Rio, pois ninguém de outro estado irá nos ouvir. Pensamos em fazer só sobre futebol internacional, no entanto, falamos com o Jean Pierre (Coordenador de Publicidade na UniCarioca) e ele nos deu a ideia de falar sobre o futebol carioca, afinal estamos no Rio. Só que como queríamos comentar sobre o futebol de fora, decidimos que o programa seria de dois blocos. Um falando acerca dos clubes do Rio e o segundo bloco, os principais campeonatos internacionais.


5.      Pensam em levar o Tabela Carioca para o audiovisual ou pretendem continuar no rádio?

Não pensamos. Pretendemos continuar assim mesmo, só se for algo que faça a gente crescer e que todos estejam de acordo. A web radio dá muito alternativa apesar de não ser em vídeo, até na divulgação onde podemos fazer um vídeo curtinho e postar no face. A interação vai mais pela internet, e por lá é mais acessível além de não ser muito trabalhoso.


6.      Cada um torce por um time diferente, de vez em quando rola alguma discussão mais ríspida?

É mais por jogador em si. Um defende um determinado jogador e outro não gosta por clube nós tentamos ser o mais imparciais possíveis. Acontece de um saber mais de um time do que os demais, e com isso fica visível pra qual equipe torce, mas nunca aconteceu nenhuma discussão. O objetivo é ser jornalista e não torcedor.


7.      Planos para o programa?

Plano é sair daqui e ir para rádio Globo (risos). Assim, estamos conseguindo trazer convidados importantes da área e isso tem sido importante pra gente. Seria legal se quando a gente conseguisse se formar, outra turma tocasse o barco. Mas o objetivo é ficar aqui até dezembro de 2017.


8.      Como vocês conseguem o contato com os profissionais da área e o quanto essa troca de conhecimento é importante?

Cara, até palestras que assistimos aqui na faculdade, na UniCarreira é de suma importância por que ter o contato com quem está na área é um diferencial e agrega conteúdo para nós e para o programa. Conseguimos o contato do Gustavo Villani e não é tão difícil conseguir esse contato, os profissionais estão nas redes sociais. O pessoal de jornalismo esportivo normalmente é bem solicito, pois já passaram pelo o que estamos passando.


9.      Um recado pra galera que tá começando a faculdade e sonha em ter um projeto?

Olha, é complicado. Pra quem tá começando e quer ser jornalista, vá em frente, mas quem está em dúvida, escolha outra carreira. Você olha a forma como fazem jornalismo atualmente, é algo bem raso. Quem deseja ter um programa que nem o nosso, basta ir no núcleo de comunicação de sua faculdade e colocar o projeto para andar. Mas o mais indicado para quem está começando é esperar um pouco, pois no decorrer da faculdade você vai ficando mais calejado e experiente como no nosso caso onde tudo começou com um trabalho.
William Faria, Valdeir Militão, Anderson Silva e Felipe Lavor


Tabela Carioca embora seja um projeto recente já recebeu convidados de peso como Roberto Silva radialista e blogueiro, e o Gustavo Villani que é um dos principais narradores dos canais Fox Sports. É um programa que tem como objetivo mostrar o seu conteúdo, opinião que façam as pessoas refletirem, além de contarem com um quarteto que entende muito sobre futebol e que tem o entrosamento certo para ótimas “tabelas” e debates. Ficou curioso? Baixe o aplicativo do Radioativo na playstore e confira toda segunda às 19 horas o Tabela Carioca!

Imagens:
Tabela Carioca

quarta-feira, 30 de março de 2016

Golpeachment


30/03/16    -    Coluna: Zé do Caroço    Autor(a): Guilherme Cunha



O Brasil está dividido. Já estava em 2013. Observei isso vendo aquela massa amorfa de gente que ia para as ruas marchando lado a lado, porém sem enxergar naquele momento que não abraçavam as mesmas causas. Tinham diferenças irreconciliáveis envolvendo questões fundamentais como aborto, drogas, maioridade penal etc. Nas eleições de 2014 finalmente perceberam que conviviam com estranhos, o que foi piorando em 2015, permeado pelas investigações da Operação Lava Jato e chegou ao auge em 2016 com o processo de impeachment.

Ocorrendo ou não o impedimento da presidente, dificilmente haverá uma conciliação. Triste é imaginar para onde isso vai nos levar.

Mas a História nos ensina que existe algo pior do que tomar partido neste momento de crise. É não tomar partido nesse momento de crise. É claro que sempre existe o risco de você escolher o lado errado, mas não escolher significa que mais cedo ou mais tarde escolherão à força por você. Pois, dependendo de quem vencer, pode ser que nem direito a uma escolha você tenha mais.

E isso começa quando algumas pessoas querem caçar o seu voto, talvez o instrumento mais simbólico da democracia.

A divisão do nosso país hoje, infelizmente, não tem muito a ver com ideologia, muito menos com corrupção. É um duelo de narrativas. Ganha quem contar a melhor versão da história aos ouvidos da população.

 

Numa delas, contada pelos poder dos holofotes e megafones mastodônticos dos veículos da imprensa nacional, o Gigante acordou. Ou seja, após anos de uma progressão praticamente aritmética de modelos de governo corruptos, a população decidiu dar um basta na corrupção, a qual teria ganhado contornos dramáticos a partir do momento em que o PT chegou à presidência.


Com sua corrupção sistemática, o partido do ex presidente Lula e da presidenta Dilma suborna e compra apoios. Em sua sede de poder, aparelhou o Estado e transformou programas sociais em chantagens contra os pobres alienados. Além disso, destruiu a Saúde e a Educação, nos fazendo passar vergonha internacionalmente como um país atrasado.

A decepção com o PT e com a Esquerda fez com que a massa amorfa de 2013 fosse cooptada pela Direita, cuja corrupção seria tão pontual quanto a união do povo com eles para tirar a Esquerda do poder. O processo de impeachment de Dilma será sintomático de uma avalanche apartidária de combate aos corruptos de todos os partidos e ideologias e salvará o Brasil.

Do outro lado do ringue, a narrativa é feita utilizando como principal arma uma das maiores criações da tecnologia das últimas gerações: a internet. Através dela deixamos um testemunho que, na pior das hipóteses, ficará para a História sobre o que realmente ocorreu nestes dias turbulentos. Nesta versão, o Gigante não acordou. Ele está sonâmbulo. Caminha dormindo para dentro de um pesadelo.


Essa narrativa parte do princípio que a corrupção existiu por décadas, e só encontrou quem a combatesse justamente dentro do governo do PT. Justamente por Lula e Dilma terem promovido desestatização da máquina pública contaminada das gestões anteriores e concedido espaço para demais autoridades, como procuradores e policiais, fazerem o seu trabalho. Aqui a corrupção é algo muito mais complexo. Ela não parte necessariamente do Poder Executivo, sendo um dos seus expoentes o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que por sinal já estava por ali muito antes da primeira eleição do Lula.

Aliás, se a intenção de Lula fosse aumentar em vez de diminuir a corrupção, por que ele realizaria uma completa reforma na Corregedoria Geral da União, que passou a ser Controladoria Geral da União, substituindo Geraldo “Engavetador Geral” Brindeiro, acusado de receber dinheiro de uma empresa fantasma do bicheiro Carlinhos Cacheira para não levar adiante mais de 600 denúncias contra corruptos, por Jorge Hage, ex membro do PSDB (partido rival do PT)? Segundo o próprio Hage, hoje no PDT, foi o governo Lula quem levantou a tampa do bueiro do esgoto da corrupção no país.

Nessa versão, o Poder Judiciário também não é à prova de corrupção. Para dizer a verdade, muitos creem que ele seja o mais corrupto e o mais difícil de se corrigir. Não é segredo para ninguém que muitos doutores da lei veem a toga como uma veste sagrada. Já entrou para o folclore nacional o caso da agente rodoviária que teve a audácia de peitar um magistrado dizendo que “ele não era Deus”.

Mas o que é mais interessante nessa narrativa é que corrupção não seria o único mal do Brasil, e talvez nem seja o mais grave. Ela está lá, disputando a dianteira com a miséria, a fome, a desigualdade social. Questões que nunca são abordadas pelo outro lado.

Aqui também o PT fez justamente o inverso de tudo o que foi dito. Os governos Lula e Dilma foram os que mais investiram em Educação e Saúde. Os programas sociais foram emancipadores para a maior parte da população vulnerável. Pela primeira vez o número de pessoas na extrema pobreza diminuiu tanto, a ponto do Brasil ser excluído do Mapa da Fome da ONU no atual governo Dilma, esse mesmo que querem derrubar através de um golpe de estado.

Pois impeachment sem crime de responsabilidade fiscal é um golpe de estado. E deixa para sempre uma marca negativa na trajetória de um país. Sendo mais dramático ainda no Brasil, o qual passou a ser finalmente respeitado mundo afora como um país progressista. Culpa do PT.
Mas ninguém está dizendo que o PT é perfeito. Seus erros teriam sido justamente ceder em acordos muitas vezes lesivos aos propósitos democráticos do partido. Acordos que permitiram que gente tradicionalmente ligada à Direita e à corrupção fossem ganhando poder através do próprio PT e de outros partidos como o PMDB, sendo o caso mais emblemático o de Eduardo Cunha.
Tentem explicar ao mundo como alguém sobre quem pesam provas de corrupção e enriquecimento ilícito comanda e agiliza o processo que pretende afastar uma presidente sobre quem até hoje nunca se encontrou provas concretas, ao mesmo tempo em que o processo que tenta tirar o próprio Cunha sempre volta à estaca zero.
Nesta versão, a ideia de que Cunha e os demais corruptos sairiam logo após Dilma num processo natural é história da carochinha. Tanto que a mídia internacional, completamente diferente da nossa, é quase unânime em apontar o impeachment como um golpe contra a democracia capitaneado por corruptos.
No entanto, nem a oposição imaginaria ter terreno tão fértil para plantar suas ideias com tamanha facilidade ao lidar com os preconceitos mais arraigados na sociedade. Agora fica fácil jogar a marca de corrupto não só em Lula e Dilma, mas em todos os vulneráveis, que se tornaram menos vulneráveis conforme o PT os fez conquistar direitos antes destinados a somente uma parcela da população.
Ernest Hemingway, em seu célebre romance sobre a Guerra Civil Espanhola, perguntava “Por quem os sinos dobram?”. Eu pergunto: “Por quem batem as panelas?”

Elas não batem pelo negro que entrou uma universidade com as cotas; pela mãe abandonada pelo parceiro que colocou o filho na escola com ajuda do Bolsa Família; pela esposa que exigiu respeito do marido utilizando a Lei Maria da Penha; pelos estudantes do FIES e do ProUni; pelas famílias que realizaram o sonho da casa própria com o Minha Casa, Minha Vida; pelo homossexual, que hoje tem o direito de gritar para o mundo contra a homofobia e à favor da inclusão; pelo trabalhador que viu o salário mínimo saltar de R$200,00 para R$880,00; pelas crianças que não morreram, diminuindo significativamente a mortalidade infantil; nem por aquelas que moram em locais inóspitos e finalmente podem chegar ao colégio onde estudar porque o governo federal fornece carro, ônibus, bicicleta e até barco através do Programa Caminho da Escola.

Essas pessoas, dessas regiões perdidas dos rincões desse país, nenhuma panela jamais bateu quando as panelas deles estavam vazias. Nenhuma bateu quando o governo levou eletricidade até onde elas vivem através do Programa Luz Para Todos. E cada uma dessas pessoas se enxergou no ex presidente Lula, quando o juiz Sergio Moro ordenou que ele fosse levado ilegalmente debaixo de vara prestar depoimento.

Cada brasileiro cuja vida se tornou mais digna nos últimos catorze anos se viu entrando naquele camburão. O crime: não ter ficado na miséria. E o não é o mesmo do Lula?





Afinal, é muito mais provável que os bilhões desviados da Petrobras estejam não nas contas milionárias da Suíça e vida luxuosa de Eduardo Cunha em Miami, mas num sítio emprestado, um triplex que o ex presidente não comprou, num barco de lata e em dois pedalinhos do Lula. Quem garante isso são os donos do triplex de Paraty, construído em área de preservação ambiental e guardado por seguranças armados, muito mais luxuoso do que aquele onde o Lula nem sequer mora. Não é possível que tanta gente tão rica esteja tão errada ao invés daquele pobre coitado que escapou de virar estatística morrendo de fome no nordeste para ter a audácia de ser presidente.


Claro que o abismo social, que caracteriza os dois lados de maior destaque nessa batalha, teria uma explicação lógica, segundo o pessoal que abraça a primeira narrativa citada anteriormente. A meritocracia.

Sim, eu sei que parece ficção científica, mas tem quem acredite que no Brasil a sociedade beneficia as pessoas mais competentes, num processo sistêmico rigoroso, de fazer inveja à Platão. Curiosamente, é um credo professado pelas mesmas pessoas que costumam afirmar que o maior mal do país é a corrupção. Entre seus maiores defensores estão os eleitores do PSDB adeptos do impeachment, partido esse que, após duas décadas governando o estado de São Paulo, implementou uma versão mais sofisticada da meritocracia: a merendocracia.




Enfim, tudo sempre parece mais simples quando se está do lado do mais forte. O PMDB do vice presidente (e postulante ao cargo titular)  Michel Temer que o diga, ele faz isso desde que era MDB e fazia oposição de fachada à ditadura militar. Mas o mundo real é sempre um pouquinho mais complicado do que querem que pareça. Numa versão você pode dizer que Delcídio do Amaral foi um membro do PT preso por corrupção causada diretamente por ações do partido.

Numa outra versão você pode demonstrar como Delcídio fez uma longa carreira política em vários partidos, sempre se beneficiando de quem estava no poder, tendo trabalhado na Petrobras no governo FHC, migrado do PSDB para o PT com a ascensão de Lula, até chegar a líder do partido no Senado, ser preso, fazer delação premiada e ir para a manifestação do dia 13 de março pedir o impeachment da Dilma ao lado de muitas pessoas que - quero acreditar nisso - não estão abraçando as mesmas causas que ele.

Tudo depende de que história estamos contando. Mas alguns mais inflamados em seus discursos morais deveriam se preocupar mais que registro gostariam de deixar para as próximas gerações sobre o papel que desempenham hoje.





Imagens:
1 – O Santuário.com
2 – blogdoedwilson.blogspot.com
3 – exame.abril.com.br
4 – Brasil 247
5 – café.ebc.com.br
6 – Imprensa Viva
7 - noticias.uol.com
8 - www.twitter.com



A CULTURA MANIFESTA


30/03/16   -    Coluna: Cultura Manifesta    Autor(a): Israel Esteves

Desde o início da coluna, o nome que a intitula vem como um próprio manifesto. A CULTURA MANIFESTA! Mas, como uma música, uma peça de teatro pode ser capaz de representar um “grito” de uma sociedade? Quantas misturas e referências que nem eu, nem você descobrimos e que serão capazes de modificar a história? Por que ouvimos música ou qual o porquê de nos sentirmos confortáveis com seu som e letra? O que aquele pintor quis dizer com aquele quadro que lhe parecia abstrato no museu? Como o poema que você fez nas aulas de sociologia, pode modificar o conceito de uma nação? Como vemos as artes e em que meios elas são difundidas? Diante de várias questões, o nosso espaço cultural, te convida a ler mais uma multi entrevista, com o seguinte questionamento:

De que forma a cultura se manifesta hoje no país?


Marcelo Bezerra- Criador da página Vozes do Brasil
“Atualmente a cultura se manifesta no país por vários meios: eventos culturais, oficinas de artes, cinema, teatro, rádio, TV, e, principalmente por meio da internet. O rádio e a TV tem limitado bastante a cultura em geral, não dando, assim, destaque a variedade cultural que o país possui. A internet quebra esse paradigma, e abre espaço para que a diversidade cultural seja compartilhada e tenha sua devida valorização. A cultura não tem a ver somente com entretenimento. Cultura é voz, é representatividade; é democracia sendo cantada e mostrada.”

Edson Martins – Fotógrafo e estudante de Publicidade

“A cultura hoje em dia no Brasil se manifesta de muitas formas, uma delas hoje, a qual me identifico muito, é a fotografia.
Hoje a fotografia, no Brasil, está muito avançada em comparação ao início da mesma no país. Assim que foi inventada, em preto e branco, muitas pessoas da sociedade não tinham acesso a esse tipo de cultura. Porém, o tempo foi passando, a cultura foi se expandindo pelo país, foi se aprimorando para a fotografia em cores, onde muitas pessoas já possuíam acesso e conquistaram um espaço na sociedade. São várias as culturas que tomam conta do nosso cotidiano, algumas conquistaram um espaço maior outras não, porém muitas culturas, hoje, dividem muito as pessoas pelos seus tipos e costumes. ”


Felipe Dutra – Cantor e compositor (Banda For Annie)

“Na música, hoje, a manifestação é muito independente. Desde o underground até o mainstream, cada vez mais os artistas (algumas vezes por escolha própria, outras vezes por outros fatores) trabalham por si só.”

Trabalhando com o conceito coluna, fecho mais uma multi entrevista. Curtiram? Espero por muitas outras. Existem muitos sons e imagens para serem desvendados, além de perguntas a serem feitas. Meu prazer é te apresentar a cada uma delas. Eu sou Israel Esteves e lhes deixo mais uma Cultura Manifesta.
 
Imagens:
Arquivo pessoal, Bertuzzo Fotografias

terça-feira, 29 de março de 2016

28 políticos do Rio de Janeiro são citados na superplanilha da Odebrecht


29/03/16  
Reportagem    
Autor: Felipe Migliani

Nove partidos da cidade estão envolvidos, o PMDB é a sigla com mais estadistas envolvidos, 10 no total.


A polícia federal aprendeu planilhas que listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 24 partidos em todo Brasil. A descoberta foi revelada no dia 22 de março (terça-feira) na 23ª fase da operação Lava Jato, denominada de “Acarajé”. No Rio de Janeiro, 9 partidos e 28 políticos foram citados na lista. Os documentos estavam com o presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, conhecido como “BJ”.

A operação ocorreu há 1 mês, mas só foram divulgados na semana passada (22/03) pela PF. Os documentos acabaram não sendo abordado nos noticiários sobre a Lava Jato. Apesar das planilhas serem ricas em detalhes, não da para saber se houve dinheiro de caixa 2 da empresa para os mencionados. Os indícios serão devem ser esclarecidos nas próximas etapas das investigações da Lava Jato.

O documento possui muitos nomes da oposição, alguns como Aécio Neves (PSDB-MG), Eduardo Campos (PSDB), morto em 2014, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmera dos Deputados etc. A maior parte da papelada é composta por tabelas com menções a políticos e partidos. Algumas planilhas parecem fazer menção a doações de campanha registradas no TSE. Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo. As planilhas, abaixo, possui nomes, cargos, partidos, valores recebidos e até os apelidos dos políticos.

Parte significativa da contabilidade se refere à campanha eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores. As informações declaradas no SPCE (Sistema de Prestação de Contas Eleitorais, do TSE) desse ano não correspondem às dispostas nas tabelas. Na planilha acima, as siglas OTP e FOZ aparecem assinaladas ao lado de diversos candidatos, mas nem Odebrecht TransPort quanto a Odebrecht Ambiental (Foz do Brasil) realizaram doações registradas nas eleição daquele ano.

 A Construtora Norberto Odebrecht doou R$ 25.490.000, em 2012, para partidos e comitês de campanha. Nas eleições de 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões, apenas para partidos e comitês de campanha. Em 2014, a soma de doações da construtora foi de R$ 48.478.100, divididos entre candidaturas individuais e comitês dos partidos.
Rio de Janeiro, o palco da Operação Acarajé

As planilhas foram apreendidas por quatro equipes da PF em dois endereços relacionados à Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon e de Copacabana. Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio, por exemplo.

Juiz Sérgio Moro pôs sigilo na superplanilha da Odebrecht


O juiz federal Sérgio Moro decretou sigilo sobre a superplanilha da Odebrecht. O magistrado pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre ‘eventual remessa’ da documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Inicialmente, a operação Acarajé estava sob sigilo. Depois de deflagrada, em fevereiro, o juiz afastou o sigilo dos autos, como tem feito desde o início da Lava Jato. Ao constatar que a lista contém ‘registros de pagamentos a agentes políticos’, Moro restabeleceu o sigilo nos autos.


“Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, disse o juiz.

Um fato curioso: o apelido dos políticos


Na imagem abaixo tem alguns apelidos atribuídos nos documentos da Odebrecht. Lindbergh Farias é o ‘lindinho, e o Eduardo Cunha foi apelidado de ‘caranguejo’.O prefeito do Rio, Eduardo Paes, foi denominado de ‘nervosinho’. Confira os outros apelidos:
Rio de Janeiro tem 28 políticos e 9 partidos envolvidos

A cidade do Rio de Janeiro teve 28 políticos de 9 partidos envolvidos na superplanilha da Odebrecht. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro é o partido com mais envolvidos, 10 no total. O Partido Verde (3), Partido dos Trabalhadores (3), Partido Progressista (3), Democratas (3), Partido da República (2), Partido Social Democrático (2), Partido da Social Democracia Brasileira (1) e Partido Social Cristão (1). Entre os citados estão o ‘nervosinho’ Eduardo Paes (prefeito do Rio), Luiz Fernando Pezão (governador do Estado do Rio), Francisco Dornelles (vice-governador do Estado do Rio) etc. Confira abaixo os políticos envolvidos e suas explicações:


Nelson Bornier (PMDB)
Prefeito da cidade de Nova Iguaçu

O político ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Eduardo Paes (PMDB)
Prefeito do Rio de Janeiro

O ‘nervosinho’, seu apelido na lista, ainda não se pronunciou sobre o envolvimento.


Luiz Antônio Guaraná (PMDB)
Vereador

O Vereador ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Luiz Fernando Pezão (PMDB)
Governador 

Nota do partido: “As contribuições feitas às suas campanhas eleitorais ocorreram de acordo com a lei. Além disso, todas as contas foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral.


Jorge Picciani (PMDB)
Deputado estadual e presidente da Assembleia do Rio

Nota do partido: “Nas eleições municipais de 2012, ele não concorreu a nenhum cargo público. Na eleição de 2014, quando foi eleito deputado estadual, não constam doações da empreiteira ao candidato, nem de forma direta nem indireta."


André Correia (PMDB)
Secretário de Estado do Ambiente e Deputado Estadual 

O secretário ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Eduardo Cunha (PMDB)
Presidente da Câmera dos Deputados 

‘Só recebo doação de caixa 1. Não vi que planilha é, mas várias empresas fizeram doações que foram pedidas, certamente para a minha campanha não foi. Se eu pedi foi para o PMDB e alocada em outras campanhas, como já falei outras vezes. Então eu não sei o que é, mas é normal, disse o presidente da Câmera.

Paulo Melo (PMDB)
Deputado Estadual 

O deputado ainda não se pronunciou sobre o envolvimento.


Sergio Cabral (PMDB)
Ex-governador do Estado do Rio de Janeiro 

O ex-governado ainda não se pronunciou sobre o seu envolvimento.


Jorge Felippe (PMDB)
Vereador e Presidente da Câmera Municipal 

O presidente da Câmera municipal ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Clarissa Garotinho (PR)
Deputada Federal

‘Não disputei diretamente as eleições de 2012, ocasião em que fui candidata à vice-prefeita na chapa do deputado federal Rodrigo Maia. A ajuda dada pelo meu partido à campanha do Rodrigo Maia foi absolutamente legal, registrada nas despesas do diretório do PR, nas receitas do comitê financeiro do candidato Rodrigo Maia e informada à justiça eleitoral. Tudo devidamente conforme a lei’, disse a deputada.
  
Rosinha Garotinho (PR)
Ex-governadora do Rio de Janeiro

‘Quanto à prefeita Rosinha Garotinho, como vocês podem observaram na reprodução acima, do tal de sua campanha, mais de 90% foram repasses dos diretórios estadual e nacional, com CPNJ/CPF e número do recibo eleitoral. Exatamente como determina a lei’, disse o ex-governador Anthony Garotinho em defesa de sua esposa.


Aspásia Camargo (PV)
Deputada Estadual 

A deputada ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Dr. Aluízio (PV)
Prefeito de Macaé 

O prefeito ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Rodrigo Neves (PV)
Prefeito de Niterói 

O prefeito ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Sabino (PSC)
Deputado Estadual 

O deputado ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Lindberg Farias (PT)
Senador 

O Senador ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Marcelo Sereno (PT)
Deputado Federal 

O deputado ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Luiz Sérgio (PT)
Deputado Federal 

O deputado ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Júlio Lopes (PP)
Deputado Federal

'As minhas doações de campanha são todas declaradas e estão no site do TSE', disse o deputado.


Zito (PP)
Deputado Estadual 

O deputado ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Francisco Dornelles (PP)
Vice-governador do Rio de Janeiro 

O político ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Cesar Maia (DEM)
Vereador 

O vereador ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Rodrigo Maia (DEM)
Deputado Federal

‘Todas as doações que recebi foram de forma legal, conforme a prestação de contas apresentada à Justiça e disponível para consulta no site do TSE’, disse o deputado nas redes sociais.


 Carlos Caiado (DEM)
Vereador 

O Vereador ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Otávio Leite (PSDB)
Deputado Federal 

‘Todas as doações que recebi foram dentro da legalidade e registradas conforme você mesmo pode confirmar nas prestações de contas públicas no site do TSE’, disse o deputado em sua página no facebook.


Sérgio Zveiter (PSD)
Secretário Municipal e Habitação e Cidadania do Rio e deputado Federal

O secretário ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento.


Alfredo Sirkis (PSD)
Deputado Federal

O deputado ainda não se pronunciou sobre seu envolvimento. 





Imagens: Todas as fotos são reproduções da internet.