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Os agentes da operação ‘Méier Presente’ agrediram os
estudantes da passeata ‘Trancasso das escolas ocupadas do Grande Méier’ que
aconteceu na última sexta-feira (10) na Rua Dias da Cruz, principal via da
região. Os funcionários do Sistema Fecomércio RJ usaram spray de pimenta e
reprimiram os alunos com socos, chutes e cotoveladas. Dois estudantes
desmaiaram e mais de 15 foram levados para o Centro Municipal de Saúde Cesar
Pernetta devido à intoxicação causada pelo spray.
Ato do Trancasso das Escolas do Grande Méier, realizada na última sexta (10). (Foto: Ocupa Central) |
A concentração do ato aconteceu às 16 horas na Praça
Agripino Grieco. A passeata começou a percorrer a Dias da Cruz, no sentindo
Engenho de Dentro, às 17 horas e 40 minutos.
O ato contava com aproximadamente 50 estudantes dos Colégios Estaduais
Antônio Houaiss, Central do Brasil e Visconde de Cairu. Os alunos cantavam
músicas e exibia cartazes de forma pacífica em protesto aos diversos problemas
da educação estadual.
Agente da Operação Méier Presente espirrando spray de pimenta no rosto da estudante. (Foto: Ocupa Central) |
Por volta das 18 horas, quando a manifestação chegou
próxima a esquina com a Rua Ana Barbosa, os agentes da Operação Méier Presente
agiram com truculência, violentando os estudantes. Dois alunos desmaiaram e
mais de 15 foram intoxicados pelo spray utilizado pelos funcionários da Fecomércio
RJ. Os alunos agredidos não receberam nenhum tipo de atendimento médico e foram
levados pelos próprios colegas para o Centro Municipal de Saúde Cesar Pernetta,
localizado na própria Ana Barbosa.
“Cheguei e tinha um grupo cantando animado quando do nada
as pessoas começaram a se empurrar e comecei a sentir o cheiro (do spray). Todo mundo
estava tossindo. Os agentes deram socos no rosto dos estudantes, um deles
acertou um chute na costela de um garoto. Tinha alunos desmaiados, chorando e
correndo dos agentes. Quando um dos alunos estava desmaiado no chão perguntamos
aos policiais se não ima chamar a ambulância para socorrer. Eles disseram que
não chamariam que nós chamássemos os pais desse bando de ‘vagabundos’. Depois do
acontecido tentaram justificar a ação nojenta e absurda!”, disse um estudante presente
na passeata.
“Eu estava
filmando porque eles também estavam gravando a gente. Um deles deu um soco na
minha mão e tacou meu celular no chão, pois eu estava filmando eles empurrando e
tacando spray de pimenta na cara dos estudantes sem terem motivos. Eles
disseram que os motoristas querem passar e a que nós estamos errados, mas
estamos no nosso direito aqui. Não tem motivo para estarem batendo na gente.
Não tem motivo para terem feito isso. Isso aqui estava pacífico até eles
chegarem. É assim que está, continuam batendo em estudante”, desabafou uma
aluna agredida pelos agentes da operação Méier Presente no vídeo. Logo após, outra
estudante desabafou gritando: “É para vocês verem, todo mundo aqui tem filho,
primo e tudo, mas nos ignoram porque estamos lutando por uma educação melhor. É
para vocês verem o que o policial faz com o estudante. Por que o policial trata
a gente assim?! Pois nem bicho é tratado assim, nem bicho recebe spray de
pimenta diretamente no rosto”.
No segundo vídeo, abaixo, aparece uma estudante desorientada no
chão por causa do efeito do spray de pimenta utilizado pelos funcionários da
Fecomércio RJ. O cinegrafista amador perguntou para outro estudante o que
aconteceu, e ele disse: “chegaram e jogaram spray de pimenta na nossa cara, agredindo
os alunos.” Depois, os manifestantes cantaram em protesto contra os agentes: “Que
vergonha, que vergonha deve ser. Quatro mil estudantes sem ter o que comer. Que
vergonha, que vergonha deve ser”.
Desdobramentos nas redes sociais
As páginas Ocupa Amaro, Ocupa Cairu e Ocupa Central publicaram
os vídeos da agressão nas redes sociais. A página do Jornal Fatos & Fotos do Grande Meyer compartilhou os registros em sua linha do tempo. Um seguidor do
jornal, que não será identificado, comentou: “Isso é mentira, eu estava lá e
não foi assim que aconteceu! Eles fecharam o trânsito na hora do hush e a
polícia liberou a rua! Não é tirando o direito dos outros de ir e vir que se
faz luta por direitos! Os direitos e a luta dos estudantes é justa, mas essa
luta não pode se sobrepor aos direitos dos outros! Protestos desse tipo jogam a
população contra os manifestantes, o apoio diminui e o movimento perde a
força!! E depois que o tumulto está formado nenhum lado tem mais razão!!”
Comentário de um seguidor da página 'Jornal Fatos & Fotos do Grande Meyer. (Foto: print do comentário na página) |
Uma seguidora comentou: “Eles só querem bagunça. Se
quisessem estudar estavam na escola mesmo sem professores, pedindo uma escola
livre de bagunça. Ela afirmou que os alunos não possuem cultura para protestar.
Depois, acusou a página 'Jornal Fatos & Fotos do Grande Meyer' de pertencer
a um partido político.
Uma das seguidoras acusou a página do jornal de pertencer a um partido político. (Foto: print de um comentário da página) |
Entramos em contato
com a assessoria de imprensa do Sistema Fecomércio RJ, mas até o momento da
publicação da reportagem ela não nos respondeu.