No dia 17 de abril de 2016, o congresso nacional deu voz aos deputados federais para decidir o afastamento da presidente do Brasil, Dilma Rousself. Entre os vários dizeres, uns saudando os bons maridos, filhos e até prefeito com gestão duvidosa. Eis que surge a voz do Deputado Federal, Jair Bonsonaro, eleito pelo Rio de Janeiro. Ele votou ‘sim’ ao afastamento da presidente, parabenizou o presidente da casa, Eduardo Cunha e finalizou dedicando seu voto ao Coronel Brilhante Ustra.
Carlos Alberto
Brilhante Ustra foi coronel do exercito brasileiro ex-chefe do DOI-CODI do II Exército (de
1970 a 1974), um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período do regime militar no Brasil (1964-1985).
Também era conhecido pelo codinome de Dr. Tibiriça.
Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro militar
a ser reconhecido, pela Justiça, como torturador durante
a ditadura. Embora reformado,
continuou politicamente ativo nos clubes
militares, na defesa da ditadura militar e nas críticas anticomunistas.
Morreu aos 83 anos, em 15 outubro de 2015, em razão de uma
pneumonia, vítima de falência múltipla de órgãos após algumas semanas de
internação hospitalar. Sua morte foi lamentada por setores da sociedade como um
símbolo da impunidade aos responsáveis pelos assassinatos e torturas cometidos
pela ditadura
militar no Brasil.
Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929, na
cidade alemã de Frankfurt am Main, lugar onde a família do seu pai já vivia por
várias gerações. A irmã de Anne, Margot, é três anos e meio mais velha que ela.
A crise económica, a ascensão de Hitler ao poder e o crescimento do
antissemitismo põem fim à vida tranquila da família. Otto Frank e a sua mulher
Edith decidem, como vários outros judeus, deixar a Alemanha.
Eles conseguem estabelecer um negócio em Amsterdão (Holanda)
e a família encontra uma casa em Merwedeplein. As filhas vão para a escola,
Otto trabalha muito no seu negócio e Edith cuida da casa. À medida que a ameaça
de guerra cresce na Europa, sua família tenta emigrar para a Inglaterra e
Estados Unidos porém, estas tentativas falham. Em 1 de setembro de 1939, a
Alemanha invade a Polônia. Começa a Segunda Guerra Mundial.
Dez de maio de 1940, as tropas alemãs invadem a Holanda. Cinco dias depois a Holanda rende-se. Com o país ocupado, rapidamente são aplicadas leis contra os judeus. Tais leis impõem, cada vez mais, restrições que afetam tanto a vida pessoal de Otto e sua família, como o seu negócio. Ele tenta emigrar para os EUA, mas não consegue. Fica cada vez mais claro que a família terá que se esconder. É preparado então o esconderijo, no prédio onde fica a empresa de Otto.
Em 5 de julho de 1942, Margot Frank (irmã mais velha que Anne),
recebe uma convocação para se apresentar para o campo de trabalho forçado na
Alemanha. Logo no dia seguinte, a família Frank vai para o esconderijo. A
família Van Pels vai para lá uma semana depois e em novembro de 1942 chega uma
oitava pessoa ao esconderijo, o dentista Fritz Pfeffer. Eles moram no Anexo Secreto durante dois
anos.
Os escondidos têm que se manter em silêncio, frequentemente
sentem medo. Eles são ajudados pelos funcionários do escritório - Johannes
Kleiman, Victor Kugler, Miep Gies e Bep Voskuijl - além do marido de Miep Gies,
Jan Gies, e do gerente do armazém Johannes Voskuijl, o pai de Bep. Esses
ajudantes tratam não somente de trazer alimentos, roupas e livros; eles também
significam o contato com o mundo exterior para as pessoas no esconderijo.
Pouco antes de ir para o esconderijo, Anne recebe um diário
de presente de aniversário. Ela começa a escrever imediatamente e, durante o
seu tempo no esconderijo, escreve sobre os acontecimentos no Anexo Secreto bem
como sobre si mesma. O seu diário é um grande apoio para ela. Anne também escreve
contos e coleciona as suas frases favoritas de outros escritores no seu Livro
de Belas Frases.
Quando o Ministro da Educação, através da rádio inglesa, faz
um pedido para as pessoas guardarem os diários de guerra, Anne decide
editar o seu e criar um romance chamado "O Anexo Secreto". Ela começa
a reescrever o seu diário, mas antes que consiga terminar, ela e as outras
pessoas do esconderijo são presas.
No dia 4 de agosto de 1944 os escondidos são presos
juntamente com os ajudantes Johannes Kleiman e Victor Kugler. Através da sede
do Serviço de Segurança alemão (Sichterheidsdienst), das prisões e do campo de
transição de Westerbork, eles são deportados para Auschwitz. Os dois ajudantes
são enviados para o campo de Amersfoort. Johannes Kleiman é libertado pouco
depois da detenção e, seis meses mais tarde, Victor Kugler consegue escapar.
Imediatamente após a prisão, Miep Gies e Bep Voskuijl resgatam o diário de Anne
e papéis que foram deixados para trás no Anexo Secreto. Apesar de intensas
investigações, nunca ficou claro como o esconderijo foi descoberto.
Otto Frank é o
único das oito pessoas do esconderijo que sobrevive à guerra. Durante a sua
longa viagem de volta à Holanda, ele fica sabendo que sua mulher, Edith, morreu. Ele ainda não sabe
o que aconteceu com suas
filhas e mantém a esperança de reencontrá-las vivas. O seu retorno a Amsterdão
ocorre no início de junho. Ele vai diretamente encontrar-se com Miep e Jan Gies
e permanece com eles por mais sete anos.
Em julho, na tentativa da encontrar as suas filhas, Otto
recebe a notícia de que ambas morreram de doença e fome em Bergen-Belsen. Miep
Gies entrega-lhe então o diário e os papéis de Anne. Otto lê o diário e
descobre uma Anne completamente diferente. Seus textos o emocionam
profundamente.
Anne escreveu no seu diário que queria tornar-se escritora
ou jornalista e que gostaria de ver o seu diário publicado como um romance.
Amigos de Otto Frank o convenceram da grande expressividade do diário e, em 25
de Junho de 1947, "O Diário de Anne Frank" é publicado numa edição de
3.000 exemplares. Seguem-se a esta, muitas outras edições, traduções, uma peça
de teatro e um filme.
Pessoas de todos os lugares do mundo passam a conhecer a
história de Anne Frank. Ao longo dos anos, Otto Frank responde a milhares de
cartas de pessoas que leram o diário da sua filha. Em 1960, a Casa da Anne
Frank torna-se um museu. Otto Frank permanece envolvido com a Casa Anne Frank e
com campanhas pelo respeito dos Direitos Humanos até à sua morte, em 1980.
Concluindo, ideais totalitários deixam feridas impossíveis
de curar. Anne é a prova viva de como a ditadura tortura de várias formas. É
triste ouvir pessoas homenageando torturadores, sem lembrar de pessoas como
Anne que sofreram em campos de concentração, pau de arará e tantos outros meios
massivos contra a liberdade. Finalizo, pedindo para que leiam o diário de Anne
Frank e esqueçam os ideias de pessoas que não deveriam nem ser lembradas.
Imagem:
Museu Anne Frank