Cultura
Manifesta , em mais um de seus papos , foi falar dessa vez com a banda El Toco .
Com um som RPB - uma mistura que você já vai descobrir - fala um pouco sobre o trabalho , álbum Uno e suas ideias .
Curioso ? Confere então .
Nome da Banda
El Toco
Integrantes
da banda
Daniel Toco – Vocalista Alexandre Dias – Bateria
Bruno Keleta – Guitarrista Thiago Assis – Baixista
Contem-me
um pouco sobre o início da El Toco .
Não foi um início consumado; aconteceu. Minha antiga banda tinha
acabado, estava recém chegado ao Rio vindo de São Paulo sem amigos ou parceiros
musicais e resolvi gravar algo que eu nem sabia o que com o produtor Walter
Primo. O CD Uno nasceu e com ele fomos atraindo músicos que estavam em
ressonância com o que gravamos.
Daniel,a
recepção do público que acompanha o seu trabalho foi boa?
Fantástica. As
pessoas estão entendendo a mensagem e entendendo que a gente sobe no palco com
um propósito. Tá rolando uma troca orgânica e acreditamos que mais que
encontros o projeto nos tem proporcionado reencontros. Muito além de um elogio
técnico, as pessoas compartilham sentimentos sinceros. Mais que uma troca é uma
comunhão.
Falem um pouco
sobre como é tocar RPB (Rock Popular Brasileiro)
O Rock na era em que vivemos tem uma temática muito mais vasta do que só
questionar. A contemplação em nossas letras nasce das descobertas pessoais que
fazemos e surgiu naturalmente a necessidade de se utilizar de outros sons para
explicar o que determinada letra dizia, por isso resolvemos misturar de vez. A
mistura aconteceu e a essência do rock ficou na atitude de querer mudar o que
não mais combina, por isso a mistura da ousadia rock e a poesia da MPB. Em
matéria de som não é novidade misturar o rock com ritmos brasileiros (vide
Raul, Paralamas, Nação Zumbi, Cazuza e outros).O termo sim foi uma saída para
explicar a salada musical que é nosso CD UNO.
Por
meio de sua música,redes sociais,pude perceber que usam a palavra "simplicidade"de diversas formas.Como acreditam que podem afetar o cotidiano tão corrido
das pessoas com ela?
A simplicidade está na essência das pessoas.Pensamos que usá-la
repetidamente possa colaborar com o encontro das pessoas com essa
essência.
Como
foi a criação do álbum Uno?
Eu estava sem banda,com a arte sufocada,então resolvi ligar pro amigo e
produtor Walter Primo para nos reunirmos em seu estúdio e ver o que sairia de
todas as letras e algumas melodias que eu levava na bagagem.Eu precisava dar
vasão as poesias que estavam paradas e peguei o carro com minha companheira
Karen para viajar 800 km do RJ até Severínia/SP até o estúdio.A conexão foi
boa, os horizontes foram se abrindo muito além da expectativa e percebemos que
um CD estava nascendo.As canções foram saindo e a gente começou a se empolgar.Ao final foram umas 4 viagens de carro pra lá em poucos meses, além de muitas
ligações e e-mails.Foi um CD feito com estrada, naturalidade e muito wireless
ao mesmo tempo.
Quais
foram as maiores influências?
A vida e nossas experiências nos influenciam.Até o funk ostentação nos
influenciou a escrever “Ter pra ser”, mas em relação a artistas que gosto muito
de ouvir: Raul Seixas, Clara Nunes e músicas espirituais (budistas, xamânicas,
hinários de Santo Daime e outros)
Estudam
alguma parceria?
Com certeza.Ainda mais com tantos amigos que estamos fazendo na cena
carioca. É inevitável.
Como
inspirações citam bandas dos anos 80.Como trazem o contexto do rock
questionador,em fim de ditadura,para as canções?
Nós buscamos a atitude das bandas dos anos 80,mas a temática é um pouco
diferente.A Legião cantava “Que país é esse?” a gente canta “Que Deus é esse”.
Os Titãs cantavam “Igreja” nós cantamos “Sincretizando”.Pra nós o caminho é
pra dentro, o foco é a expansão da consciência e perceber as ilusões e
pegadinhas desse plano.É hora de não mais apontar o dedo na cara do outro.A
questão é:desafie seu condicionamento e sua programação mental e transcenda.
Qual foi a
sensação de ouvir a música de vocês na Rádio Cidade?
Foi uma sensação dual,pois tínhamos escolhido a execução de “Que Deus é
esse” e a rádio tocou “Referências”.Tivemos que praticar a despretensão para
não perder a alegria do momento.Foi interessante...
Ter
uma música tocada em uma rádio no exterior deve ser uma sensação incrível .Como
imaginam a experiência de cada brasileiro e, por extensão,cada alemão ao
ouvi-los?
Foi fantástico! Tocamos numa FM de Munique no meio de uma porrada de
artistas consagrados.Não era um programa de bandas independentes,era um
programa de música brasileira para alemães e para a comunidade brasileira na
Alemanha,tanto que o locutor falava parte do programa em alemão,parte em
português. Espero que as partes em alemão tenham sido positivas (rs) . Já tem uma
mistura de ritmos.
Pensam
em acrescentar algum outro ritmo a música de vocês?
Se naturalmente sentirmos a necessidade, sim. PS: Amo ska,o Alexandre
blues, o Bruno música regional,o Thiago jazz e a Karen produtora que manda em
tudo curte música latina (rs).
O que gostariam de dizer ao público?
Meditem, procurem uma vida mais orgânica, mais conectada e com mais amor puro. Não se apeguem a tudo que a sociedade te ensinou, pois a nova era chegou e muitos conceitos vão ruir.Somos todos UNO.Vamos nos aproximar cada dia mais. #GRATIDÃO.
p.s.: A banda respondeu também a questão sobre a "simplicidade " com a palavra " gratidão "
- Entender que toda e qualquer experiência que a vida te traz (“boa” ou
“ruim”) é necessária para seu crescimento e ter a chance de vivê-las com
sabedoria faz com que o sentimento de gratidão transborde. A partir do momento
que passei a aceitar e confiar, agradecer foi natural. Não tenho a pretensão de
afetar o cotidiano das pessoas, mas seria bom que elas se sentissem amadas .