sábado, 14 de junho de 2014

Pai vai buscar filho em protesto de black blocs em São Paulo




  De todos os acontecimentos dessa última quinta-feira (12) o que mais chamou a atenção foi o diálogo entre um jovem que fazia parte da manifestação identificado como Renan e seu pai.

  O pai que foi buscar o filho em Tatuapé na Zona leste de São Paulo enquanto o mesmo participava de um protesto de black blocs.

  O Diálogo mostra os argumentos do pai, que insiste em convencer o jovem a deixar aquela manifestação e regressar para casa e do filho, que dizia protestar por boas causas.

  - Deixa eu protestar. Eu não quero isso. Esse governo é errado - dizia o rapaz.

  - Você vai ter o seu direito quando trabalhar e ganhar o seu dinheiro, tá? Eu sou seu pai, escuta o seu pai - falou o pai logo na chegada. - Ele é meu filho - argumentava o pai, retirando o filho, entre os manifestantes.

  O pai tirou a camiseta do rosto do filho, dizendo “ você não é criado para isso. Eu trabalho para te sustentar, não é para você esconder a cara”.

  - Eu quero escola, eu quero saúde. Deixa eu protestar. Minha avó quase morreu num hospital público. Você acha certo isso? Pelo amor de Deus, deixa eu correr atrás. Tanta gente morrendo. Deixa eu fazer a minha parte, ajudar um pouco. Eu sei que eu tenho 16 anos. Eu não vou me machucar, relaxa.

  - Eu pago a sua escola. Eu e sua mãe trabalhamos para te sustentar. Vamos para casa, por favor, Renan. Você não vai mudar o mundo. Meu filho, você tem 16 anos, não é a hora agora. Eu te amo, cara. Você é meu filho. Eu estou pedindo demais? Renan, um passo de cada vez - implorava o pai, na presença de câmeras da imprensa.

  No fim, ele foi convencido a ir para casa. Esse diálogo levanta a grande discussão até onde as manifestações são um ato de cidadania?