
O Domo de Ferro monitora mísseis
disparados, determina se estão em uma trajetória que atingiria uma área povoada
e, caso afirmativo, lança interceptores para destruí-los no ar. Os israelenses
afirmam ter nocauteado mais de 85% dos mísseis direcionados contra suas cidades
e vilas. Considerando que dez novos Domos de Ferro serão ativados em breve, o
Hamas terá que usar números ainda mais vastos de mísseis para ter uma boa
chance de ultrapassar o sistema, o qual é constantemente refinado e aprimorado.
O General Mike Herzog, ex-chefe de gabinete do ministro de defesa da Israel,
Ehud Barak, considera o Domo de Ferro “uma realização técnica sem precedentes”.
Embora os interceptores tenham o
custo unitário de US$ 45 mil (cerca de 50 vezes o preço da maioria dos mísseis
destruídos por ele), o Hamas terá que se esforçar para recompor seus estoques
de morteiros e, após seu apoio à insurreição na Síria, receberá menos apoio do
Irã. Como parte de qualquer cessar-fogo permanente, Israel insistirá que o
Egito fiscalize com severidade o contrabando de peças de mísseis que entram em
Gaza pelo Sinai. Caso não logre sucesso, o país corre o risco de perder o
auxílio humanitário de US$ 1,3 bilhão que recebe dos EUA.
O Hezbollah, o partido-milícia xiita
que controla a maior parte do sul do Líbano, também pode estar preocupado com o
sucesso do Domo de Ferro. Seus mísseis são mais numerosos e mais sofisticados,
mas eles também podem enfrentar problemas de recomposição de estoque já que o
Irã, seu principal fornecedor, pode ter a sua rota através da Síria obstruída.
A estratégia de mísseis do Hamas foi
comprometida, mas, a não ser que seu estoque tenha sido completamente extinto,
ainda será possível lançar o ocasional ataque de efeito psicológico contra seu
inimigo. Embora os mísseis atirados contra Tel Aviv tenham caído no mar e outro
direcionado para Jerusalém não tenha atingido o parlamento
Israelense, seu alvo pretendido, o fato deles terem conseguido penetrar tão
profundamente no coração de Israel perturbou muitos israelenses.