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Foto: Diário de Pernambuco |
Toda a polêmica em torno do assunto começou pela
Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A principal entidade do futebol
nacional, que hoje tem lucro de milhões todos os anos, em 1987 enfrentou o seu
pior momento. Incapaz de organizar um Campeonato Brasileiro, o órgão delegou
esta função aos próprios clubes, dando o seu aval para esta empreitada.
Foi desta
forma que os times mais tradicionais na ocasião se reuniram para criar a Copa
União, parceria esta que viria a culminar com o surgimento do Clube dos 13.
Dispostos a viabilizar uma competição, as equipes buscaram juntas patrocínios e
ainda fecharam um acordo com a Rede Globo.
Dessa forma, Atlético-MG, Bahia, Botafogo,
Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras,
Santos, São Paulo e Vasco da Gama (fundadores da Copa União e do Clube dos 13)
convidaram Coritiba, Goiás e Santa Cruz e montaram um torneio com 16 equipes.
Após dois
turnos, Atlético-MG, Flamengo, Internacional e Cruzeiro chegaram às semifinais.
Cariocas e gaúchos venceram seus confrontos e, após os dois jogos das finais,
os flamenguistas comemoraram o título.
Essa
poderia ser a única história do campeonato nacional de 1987, se não fosse,
novamente, pela CBF. Mesmo com o aval ao novo torneio, a entidade mudou de
ideia e resolveu montar também uma competição própria, paralela à Copa União.
Dessa
forma, a CBF instituiu que a Copa União, que teria os 16 clubes criadores do
torneio, passaria a ser o Módulo Verde da competição. Além dela, a entidade
máxima do futebol instituiu o Módulo Amarelo, com times que não estavam neste
primeiro "pelotão", mas que não poderiam ser considerados de segunda
divisão, casos do Guarani, vice-campeão no ano anterior, por exemplo.
No novo
Módulo Amarelo, 16 times foram divididos em dois grupos. Os escolhidos foram
América-RJ, Atlético-GO, Atlético-PR, Bangu, Ceará, Criciúma, CSA, Guarani,
Inter de Limeira, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco, Sport, Treze e
Vitória.
Chegaram à
final Guarani e Sport. Os paulistas venceram a primeira partida, em Campinas,
por 2 a 0. Os pernambucanos, por sua vez, derrotaram o adversário em seus
domínios e, após um empate por 0 a 0 na prorrogação, a decisão foi para os
pênaltis. Depois de 11 cobranças convertidas para cada lado, os dois clubes
fecharam um acordo para dividir o título.
A polêmica
começa a partir deste momento. Quando decidiu aumentar o número de clubes na
Copa União, a CBF instituiu que os dois primeiros colocados dos módulos Verde e
Amarelo deveriam se enfrentar em um quadrangular para, aí sim, definir quem
seria o campeão daquela temporada.
O problema é que os participantes do Módulo Verde
sempre foram contra esta proposta e, quando o quadrangular foi realizado, Flamengo
e Internacional simplesmente não jogaram. Desta forma, a CBF considerou que as
partidas de Sport e Guarani contra esses dois clubes foram vencidas por W.O.
Com isso, no começo de 1988, Sport e Guarani
voltaram a fazer uma espécie de final. No primeiro confronto, empate por 1 a 1
e, no dia 7 de fevereiro, os pernambucanos venceram por 1 a 0 e foram
intitulados, pela CBF, campeões brasileiros de 1987.
Assim, o
Flamengo foi o vencedor do torneio disputado entre os idealizadores da Copa
União, competição que teve aval da CBF, enquanto o Sport ganhou outra
competição criada posteriormente pela própria entidade que comanda o futebol
brasileiro.
Porém as
duas equipes brasileiras que disputaram a Taça Libertadores de 1988 foram Sport
e Guarani.
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Foto: Uol |
Quando Diego Souza foi apresentado pelo Sport no ano
passado, recebeu a camisa com o número 87 em referência ao principal título
nacional conquistado pelo clube. Na ocasião os dirigentes deixaram claro que o
número não era uma provocação ao Flamengo.
Mas Flamengo x Sport saíram de campo neste domingo
mais rivais do que nunca.
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Foto: Uol |
Diego Souza foi o protagonista de um jogo
completamente atípico.
O Sport foi
para o intervalo, com o placar de 1x0 a seu favor. Graças ao pênalti
convertirdo por Diego Souza, que na comemoração apontou para a numeração da
camisa em suas costas.
No início do
segundo tempo, o Sport ampliou o placar com um bonito gol de Elber. O Flamengo
então começou sua reação, descontando com Canteros. 2x1.
Aos 38
minutos da etapa final, o goleiro Magrão deslocou o ombro após cair de mal
jeito, e como o Sport já havia realizado as três substituições, coube a Diego
Souza ir para a meta do Sport e segurar a pressão do Flamengo e sua torcida em
busca do empate.
E Diego não
conseguiu evitar. Everton empatou a partida. E o Sport com 1 jogador a menos só
não tomou a virada pois o próprio Diego Souza defendeu o chute de Gabriel no
último minuto.
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Foto: Catolé News |
Ele e os demais jogadores do Sport ficaram na
bronca, pois o segundo gol do Flamengo saiu em um lance onde foi pedido o fair
play, após o atacante Elber sentir câimbras e o próprio Diego Souza jogar a
bola para lateral, para que seu companheiro fosse atendido. O problema é que
Elber já havia se levantado, com ajuda do goleiro Paulo Victor. O Flamengo não
devolveu a bola e na sequência empatou a partida.
Na saída
de campo, Diego Souza saiu revoltado com a atitude dos rubro negros cariocas, e
disse que terá volta no jogo do returno. O zagueiro Bressan rebateu dizendo:
"Vamos ver então".
A briga
que antes era judicial pelo título de 87, agora está decretada também dentro de
campo.
Coluna: Apito Manifesto Autor: Felipe Lavor