Coluna: Litera Manifesto Autor: Alex Gilson
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) está
proxímo, então a #literamanifesto vai te dá dicas de 10 livros essênciais para
alcançar uma boa pontuação. No ENEM não há leituras obrigatórias como por
exemplo a UFRGS, mas isso não quer dizer que não é preciso ler um livro sequer
para se dar bem nas provas. O exame nacional tem cobrado cada vez mais
conhecimento das obras literárias, e não somente a capacidade de interpretar
trechos delas.
A prova de Linguagens varia seu conteúdo entre
questões de português, literatura e língua estrangeira. Na última edição, a
balança pesou mais para o lado dos livros e se antes os candidatos só tinham de
entender bem um texto para responder a perguntas sobre alguma obra ou algum
autor, agora tem sido mais necessário compreender o contexto, a mensagem.
O modernismo é a escola literária mais representada
porque é a que aparece com mais frequência nas questões de Linguagens. Carlos
Drummond de Andrade e Oswald de Andrade estão entre os mais citados na história
da prova. Mesmo assim, alguns clássicos, como Machado de Assis, não podem ficar
de fora. Confira algumas sugestões.
Pós
modernismo
Agosto
Autor: Rubem Fonseca
Curiosidade: misturando ficção e realidade, Rubem
Fonseca se inspira em crimes verídicos para analisar conflitos políticos e
sociais do Brasil na década de 50.
Data de publicação: 1990
Resumo: relata os dias que antecederam o suicídio de
Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954, combinando, na narrativa policial, a
intriga política e o realismo social
Por que ler? O livro tem como pano de fundo os fatos
que culminaram no suicídio de Vargas, tema que pode aparecer na prova de
Ciências Humanas.
Modernismo
Poesia completa
Autor: Carlos Drummond de Andrade
Curiosidade: a obra conta com dois poemas inéditos.
Os netos de Drummond afirmam que ele não queria a publicação.
Data de publicação: 2002 (lançamento póstumo da
editora Nova Aguilar).
Resumo: traz os poemas em ordem cronológica.
Por que ler? Em questões ou em trechos que exigem
interpretação, os versos estão entre os mais frequentes do Enem.
A Hora da Estrela
Autor: Clarice Lispector
Curiosidade: as reflexões e os sentimentos
registrados pela escritora desde as primeiras linhas da obra constituem parte
da narrativa e acabam introduzindo aos poucos a protagonista.
Data de publicação: 1977
Resumo: entre a realidade e o delírio, a obra conta
a história de uma moça do interior que vai para a cidade grande em busca de
seus sonhos, narrando o desamparo comum a tantas pessoas.
Por que ler? A história da nordestina Macabéa em sua
vida cotidiana no Rio de Janeiro transcorre no período da ditadura militar e
versa sobre temas como psicologia e migração.
Estrela da Vida Inteira
Autor: Manuel Bandeira
Curiosidade: irregularidade métrica, folclore,
cultura popular. Saudade, infância, solidão. Pasárgada. Todos os temas poéticos
do multifacetado Manuel Bandeira aparecem nessa obra.
Data de publicação: 1966
Resumo: reunindo um conjunto de livros, a obra foi
publicada em 1966 para comemorar o aniversário de 80 anos do poeta.
Por que ler? Traz elementos simbolistas e
parnasianos, aliados ao modernismo de um dos fundadores do movimento no Brasil.
Grande Sertão: Veredas
Autor: Guimarães Rosa
Curiosidade: o experimentalismo linguístico da
primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda fase se unem
na obra fundamental para entender a escola literária.
Data de publicação: 1956
Resumo: o único romance do escritor mineiro utiliza
o idioma do próprio sertão para narrar as lembranças do jagunço Riobaldo e seu
amor por Diadorim.
Por que ler? A linguagem peculiar e a originalidade
do estilo fazem parte da obra, frequente entre as leituras obrigatórias de
vestibulares.
Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Curiosidade: publicado pouco depois de começar o
Estado Novo, o livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados
em praça pública.
Data de publicação: 1937
Resumo: a narrativa sobre um grupo de jovens
abandonados que aterrorizam Salvador — conhecido como Capitães da Areia —
mostra a vida violenta e as aspirações das crianças marginalizadas.
Por que ler? A obra de Jorge Amado foi uma das
primeiras a abordar a infância abandonada sob uma perspectiva social, e não
somente policial.
Manifesto da Poesia Pau-Brasil
Autor: Oswald de Andrade
Curiosidade: a obra ícone do modernismo brasileiro
foi publicada inicialmente nas páginas do jornal Correio da Manhã, em março de
1924, e logo recebeu atenção internacional.
Data de publicação: 1924
Resumo: apresenta as noções estéticas que iriam
nortear o trabalho poético de Oswald e de outros modernistas brasileiros
Por que ler? Reivindica uma linguagem natural e
sugere uma absorção crítica da modernidade europeia.
Pré-modernismo
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Autor: Lima Barreto
Curiosidade: o personagem principal é engajado e
revolucionário, o que permite ao autor discutir fatos histórico-sociais.
Data de publicação: 1915
Resumo: Policarpo Quaresma é um brasileiro que gosta
profundamente das coisas do país. Porém, envolvido em um conflito, acaba
perdendo as ilusões.
Por que ler? As histórias narradas ocorrem no
governo de Floriano Peixoto, o que ajuda a saber mais sobre o início da
República.
Os Sertões
Autor: Euclides da Cunha
Curiosidade: marcando o início do pré-modernismo na
literatura brasileira, a obra evidencia o contraste cultural em dois
"Brasis": o do sertão e o do litoral.
Data de publicação: 1902
Resumo: publicado cinco anos após a campanha de
Canudos, descreve as batalhas entre os homens liderados por Antonio Conselheiro
e o exército brasileiro.
Por que ler? Questionamentos sobre problemas
sociológicos, antropológicos, históricos, políticos: a narrativa agrega
aspectos da nação em um estilo jornalístico-épico importante para compreender o
país.
Realismo
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Autor: Machado de Assis
Curiosidade: da fase mais madura do autor, a obra é
considerada precursora da transição do romantismo para o realismo.
Data de publicação: 1881
Resumo: celebrando o nada que foi sua vida, Brás
Cubas dedica a obra ao verme que primeiro roeu as frias carnes de seu cadáver
Por que ler? Narrada em primeira pessoa por um
"defunto-autor", a obra tem traços de humor misturados a filosofia,
história, crítica social e rompe com a tradicional linearidade romântica.