Recentemente um fato absurdo chamou a atenção de
todos. A cadeirante Katya Hemelrijk teve de se arrastar para conseguir embarcar
em um voo no Aeroporto de Foz de Iguaçu. A empresa responsável pelo voo, a Gol,
estava com problemas nos equipamentos stair trac e ambulift - utilizados para o
transporte de deficientes até o interior dos aviões.
Segundo Katya, a Gol entrou em contato com ela por
telefone após o desembarque. "Deixei claro desde o começo que não queria
nada deles, que dinheiro, passagem de graça, nada resolve o meu problema. O que
eu quero é que eles saibam atender, que precisam melhorar a estrutura",
contou.
Katya, que é coordenadora de comunicação relatou o fato em rede social.
A infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária), responsável pela administração do aeroporto. não ficou de fora
das reclamações de Katya. "A primeira opção pra embarcar o cadeirante é o
ambulift, que é de responsabilidade do aeroporto. E lá eles não tinham nenhum.
A stair trac da Gol estava descarregada, mas tinha que ter ambulift",
reclama Katya.
"Na hora de embarcar, a mulher falou que o
gerente queria conversar comigo. Ele me deu três alternativas: ou eles me
subiam no braço, ou me levavam na própria cadeira, com dois me carregando, ou
eu teria que esperar o próximo voo, que daria tempo de carregar o
aparelho", contou. Ela então negou as três.
Katya optou por se arrastar pela escada por ser o método
mais seguro. "Se fosse para alguém me carregar, seria meu marido, mas
mesmo assim não é a solução ideal. A escada estava escorregadia com o sereno. E
como eu tenho esse problema dos ‘ossos de vidro’, qualquer forma que me peguem,
uma forma mais bruta, acaba me machucando", completou.
A gol, em nota, afirmou lamentar o ocorrido e
informou que o stair trac da base de Foz do Iguaçu não estava disponível para
uso, por isso, não foi possível a utilização no voo 1076. A companhia tentou
com as demais empresas conseguir o equipamento, o que também não foi possível,
e ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir sem a ajuda
dos colaboradores da companhia”, destacou ao dizer ainda que “tomará as medidas
necessárias para evitar que casos como este volte a acontecer.”
Por outro lado a Infraero, relatou que o embarque e
desembarque de passageiros são de responsabilidade das empresas aéreas. "podendo
a Infraero oferecer suporte de infraestrutura quando necessário".
A assessoria de imprensa da estatal adiantou ainda
que a resolução 280/2013 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina
que a partir de 2015 a administração dos aeroportos deverá oferecer o
equipamento para embarque e desembarque de pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida
RECADO RÁPIDO
A lei da igualdade é pregada constantemente pelos
diversos tipos de pessoas. As diferenças existem seja elas étnicas, de
orientação sexual, de tipo físico ou até mesmo de limitações físicas. Contudo,
há uma grande falha na tão sonhada "igualdade" buscada atualmente.
Todos buscam os mesmos direitos e nisso jaz um grande perigo, pois o direito de
um cidadão ou uma instituição termina quando o do outro começa. Agora,
imaginemos que todos tenham os mesmos direitos, sem levar em consideração as
suas diferenças. Isso só pode gerar uma grande balbúrdia.
Pregar a igualdade é importante, pois não existe um
ser humano sequer que não dependa do outro. Contudo é preciso ser levado em
consideração as diferenças. O próprio caso de Katya, esta aí que não deixa
mentir. Como uma companhia aérea vende uma passagem e não tem disponível a
estrutura capaz de embarcar um determinado tipo de passageiro? Será que na
compra da passagem, não houve um questionário? Não houve qualquer tipo de
solicitação a respeito de deficiência dos passageiros? Essas são perguntas que
ficam no ar e deixam claro que a negligência é passageira assídua nos voos
brasileiros.