Quem liga a TV diariamente, a partir das 21h, em
Império, consegue acompanhar os desenrolos da vida atribulada de José Alfredo
(Alexandre Nero) e toda a Família Medeiros. Empresário de sucesso do ramo das
jóias, entre suas preciosidades e excentricidades, elevadas ao cubo pelo seu
TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) por arrumação, ele sem dúvidas tem o
mérito de ter conquistado a mais bela “jóia” de sua coleção. Vermelha da cor da
paixão. Paixão essa que o desequilibra toda vez que a vê: trata-se de Maria
Ísis, sua “sweet child”.
Assim como na trama de Aguinaldo Silva, na vida
real, a atriz Marina Ruy Barbosa também vem encantando – público e crítica.
Dona de inconfundíveis madeixas ruivas, a bela vem mostrando todo seu talento
ao interpretar uma personagem que tinha tudo pra ser polêmica, ao se envolver
com um rapaz que tem o dobro de sua idade, e tudo para cair na caricatura da
mesmice e ser taxada de mimada. Só que não. A maneira como Marina vem
emprestando personalidade a Ísis, creditou a mesma como uma das melhores
histórias e núcleos da novela do horário nobre global.
Aquela que parecia ser apenas uma menina que viveria
como Rapunzel, enclausurada no seu “castelo” de Copacabana, a espera do amor de
sua vida, deu uma guinada em sua trajetória, e agora firma-se como uma
verdadeira mulher, dona de si, trabalhando e assumindo maiores
responsabilidades na vida pessoal e profissional. Ainda que o mérito tenha que
ser dado ao autor da novela pelo tipo de criação, tem-se que dividir as
qualidades do trabalho com Marina. Afinal, ao longo dos últimos anos ela vem
mudando a maneira como nós – telespectadores – estamos passando a vê-la na TV.
Estreando em Belíssima (2005), de Sílvio de Abreu, como a grega Sabina, não
imaginava-se que caminhos ela percorreria na profissão até chegar aqui. Mas
olhando para trás, enxerga-se uma carreira muito sólida e competente. Tudo isso
tendo apenas 18 anos. Aliás, vale ressaltar que Maria Ísis é a personagem “da
virada” de sua carreira. Tudo porque quando fez a novela anterior a Império,
“Amor à Vida” (2013), de Walcyr Carrasco, a jovem fora muito criticada por ter
se recusado a raspar a cabeça para dar mais veracidade a doença de Nicole, sua
então personagem. Seu trabalho e ego foi muito questionado na época, deixando a
atriz no centro de um furacão. Resultado: o autor matou sua personagem na
novela.
Eis que Aguinaldo resolve brindá-la com uma
personagem ousada, diferente, sensual, cheia de nuances e a torna uma
coadjuvante de luxo ao lado do protagonista. Ciente do peso que isso carregava
e da responsabilidade assumida, Marina Ruy Barbosa amadureceu com as
adversidades, mostrou que seu lado menina já passou, prova que é uma verdadeira
mulher e sem receios do disse me disse, faz o que sabe de melhor. Com isso, ela
vem se destacando e fazendo jus a todo o sucesso que conquistou e os amores
despertados pelos mais fervorosos admiradores do casal “Alfredisis” (junção do
nome dos personagens). Vai longe e nós seremos os protagonistas oculares de sua
escalada.