quarta-feira, 27 de abril de 2016

Questão de semântica

27/04/16
Coluna: Cronicando
Autor(a): Bruna Rafaela


Ligar a Internet nos dias de hoje representa muito mais do que uma simples vontade de conversar com amigos no whatsapp, redigir e-mails, ou tantas outras funções infindáveis que nossa vasta tecnologia permite.


Com a atual situação que nossa política vive, os meios digitais são usados como meio de imposição de ideias, discursos de ódio, e acima de tudo, uma transcendente repetição de fatos. E minha nossa! Sãos tantos fatos, que acabam por preferenciar nossos raciocínios a um único assunto. Quebra de decoro por cusparada em Parlamentar? Pedaladas fiscais? Dilma? Cunha? Temer? Doi-Codi? Jean Wyllys? Bolsonaro, a lista é tremenda. Mas afinal de contas, todas as atitudes discutidas até então precisam de uma atenção exacerbada? Questão de semântica. Acredito eu. Quando o Eduardo Cunha alegou que não tinha mentido sobre suas contas na Suíça porque o que tem na Suíça não são contas, mas trustes que pode acessar como se fossem contas, ninguém discutiu ou perguntou se era certo um cínico declarado presidir a Câmara nacional ou comandar um movimento pelo impeachment da presidente da República.

E as tais pedaladas fiscais do Governo de Dilma? É na discussão das pedaladas que a semântica entra com mais força, embora, a esta altura, não decida mais nada. O “crime” do qual a Dilma está sendo acusada é crime ou não é crime, eis a questão, lembrando que, desde o governo de FHC as mesmas já existiam. E pensar em Jean Wyllys, é ver que ele é um dos deputados mais ativos nas redes sociais! Uma rápida passada de olho em sua página do twitter, pode-se perceber que ele está utilizando muito bem o seu tempo como parlamentar, twittando desde vídeos de YouTube a bate-bocas entusiasmados com outros internautas. E vale ressaltar que boa parte destas interações são realizadas, em horário onde o deputado, teoricamente, estaria trabalhando no congresso. Mais uma vez, não existem discussões sobre isto também. Mas de tudo isto, o mais interessante foi ver dezenas de pessoas se tornando fortes conhecedoras de nossa história política, assim de uma hora pra outra. Não estou dizendo que não devemos debater sobre, e sim, que devemos ser mais atentos a outros casos que também merecem atenção, e acima de tudo, maleáveis com a opinião alheia. Está se tornando normal amigos se excluindo de redes sociais devido a opiniões divergentes, e o pior, pessoas que apoiam a bendita democracia. Oras! Onde está a "respeitocracia" nisto? Mais uma vez, questão de semântica...
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dinamicacompetitiva.com