segunda-feira, 20 de abril de 2015

APITO MANIFESTO - ONDE OS FORTES NÃO TÊM VEZ


    Botafogo x Vasco decidirão o Campeonato Carioca a partir do próximo domingo. Se há 4 meses atrás alguém dissesse isso, certamente seria chamado de louco ou fanático otimista.

   Em um campeonato conturbado pela rivalidade também fora de campo entre presidência de clubes e a própria Federação Carioca, o resultado da semifinais neste final de semana foram uma coincidência infeliz, para quem apostou em uma teoria da conspiração na qual os aliados da Federação Carioca - Botafogo e Vasco - venceriam os seus jogos e disputariam as finais, com interferência da própria Federação e suas respectivas arbitragens.

   Independente de polêmicas, Fluminense e Flamengo tinha maior qualidade técnica em relação aos adversários nestas semis, e não demonstraram isso, na hora da decisão.


Botafogo x Fluminense:


   Após vencer a primeira partida da semifinal pelo placar de 2x1, o Fluminense entrava em campo com uma ligeira vantagem de jogar pelo empate. O resultado após os 90 minutos foram o mesmo, desta vez a favor do Botafogo, que levou a decisão para os pênaltis. 

   E dois fatores foram fudamentais para que o confronto fosse decido nas penalidades.
  1. Copa do Brasil: Enquanto o Fluminense teve a semana livre para se preparar para a partida, o Botafogo enfrentou o seu xará da Paraíba no Engenhão. E o que era pra ser uma partida teoricamente fácil, se tornou desesperador. Mesmo vencendo a partida por 4x2, o alvinegro carioca por muito pouco não deixou escapar a classificação e se desgastou demais enfrentando um time que veio disposto a sacramentar a zebra. Aliado ao cansaço da semana, o Botafogo imprimiu nos primeiros 45 minutos de jogo contra o Flu, um ritmo acelerado que lhe permitiu abrir 2x0 no placar. Porém no 2º tempo, o time 'morreu' em campo e não haviam pernas suficientes pra segurar a garotada do tricolor.
  2. Suspensão de Fred: Se o Fluminense foi dominado durante o primeiro tempo da partida, ainda assim, ao término do primeiro tempo, teve um pênalti ao seu favor, convertido por Jean. Já na etapa seguinte, os garotos de Xerém não souberam aproveitar a parte física superior à do adversário, e desperdiçaram chances. Foi aí que ficou clara a falta do atacante Fred. Suspenso por criticar o campeonato, após ser expulso no clássico contra o Flamengo, ainda pela primeira fase da competição. Fred é o homem de referência no ataque tricolor, e os garotos provenientes da base, criavam as jogadas, mas não encontravam um finalizador para empatar a partida e eliminar o rival. E se Fred estivesse em campo, fatalmente isso aconteceria.
   E a falta de experiência das promessas tricolores Kennedy e Gérson só não foram maiores que a pressão exercida sobre os dois na hora das cobranças de pênalti. Ambos erraram, sem tirar o mérito do goleiro Renan, que substituía o goleiro da Seleção Brasileira, Jefferson. Renan foi o grande destaque nas cobranças de pênalti que terminaram em 9x8 para o Botafogo, após a cobrança do próprio goleiro. O mesmo não se pode dizer de Diego Cavallieri que isolou a bola na cobrança anterior. Botafogo classificado.

   Na parte que toca a arbitragem, o primeiro gol do Botafogo tem início numa jogada irregular na qual Rodrigo Pimpão estava em posição de impedimento. Já o pênalti marcado a favor do Fluminense, também não houve. Placar moral: 1x0 Botafogo, que também levaria a partida para os pênaltis.



Flamengo x Vasco:


   Na semana passada, após o primeiro jogo da semifinal em 0x0, escrevi que os árbitros compensam os erros, se mantendo no erro. E dessa vez, foi pior. Se Jonas merecia ser expulso pelo pontapé em Gilberto na primeira partida, o árbitro deveria ter feito o mesmo com o lateral direito Madson, após atingir Anderson Pico pelas costas. E o mesmo critério da partida anterior, foi utilizado. Apenas cartão amarelo.

   Se a partir daí você achou que a arbitragem seria ruim, você acertou. Porém ela se safou em único lance. Que faz com que aqueles pensadores da teoria da conspiração, entrassem em dúvida.


   Se o árbitro estivesse realmente mal intencionado, poderia muito bem assinalar gol para o Vasco, quando Paulo Victor defendeu o cabeceio de Rafael Silva em cima da linha. E este foi um dos pouquíssimos acertos do árbitro e seus auxiliares durante a partida.


   Vieram então 3 lances cruciais para a partida. Pênalti em Pará, cometido por Serginho, que deixaria o Flamengo em vantagem. O árbitro mandou o jogo seguir.


   O segundo lance, foi o pênalti que Wallace não cometeu em Serginho. Mas o árbitro marcou. Após a cobrança de Gilberto, o mesmo correu em direção às arquibancadas para comemorar com a torcida. O atacante cruz-maltino já havia recebido cartão amarelo e após a comemoração deveria receber o segundo amarelo, seguido de vermelho. A expulsão não aconteceu e foi aí que o Flamengo esqueceu de jogar bola e mesmo com um time tecnicamente superior, ficou desequilibrado psicológicamente, do capitão Wallace em campo até o próprio treinador Vanderlei Luxemburgo que mexeu mal na equipe durante o segundo tempo.

    Fim de jogo e Vasco classificado para a final. O que os rubro-negros sentiram ao término da partida foi expresso pelo lateral direito Pará:



   E o futebol é repleto de coincidências, que o tornam o esporte mais popular do país e alimentam a rivalidade entre os clubes.


   No ano passado, Márcio Araújo foi o autor do gol do título Carioca sobre o Vasco. O jogador estava em posição de impedimento, mas a arbitragem validou o gol. No jogo deste domingo, Márcio araújo foi quem perdeu a bola no meio de campo, dando origem ao contra ataque do Vasco, que terminou com o pênalti marcado pelo árbitro Rodrigo Nunes de Sá.
   Na decisão passada, o goleiro rubro negro Felipe, afirmou após a partida que "roubado era mais gostoso. E o Vasco deveria estar disputando o campeonato paulista, pois não vencia o Carioca há 10 anos".

   Na manhã desta segunda todos os vascaínos tiveram o mesmo gostinho que Felipe teve. E o Vasco não estava disputando o Estadual Paulista, mas seu atual treinador sim, e foi o campeão do ano passado comandando a equipe do Ituano. Será que Doriva vai repetir o feito, dessa vez no Rio de Janeiro?
   Coisas do futebol...


Felipe Lavor