Mais um ano se inicia onde a manchete dos jornais é
sobre a violência do Rio de Janeiro. Não adianta maquiar a cidade para um belo
réveillon se não o podemos viver de fato.
Após publicar na rede social uma saudação ao ano que se inicia, a jovem Tayanne foi assaltada e morta ao retornar para a casa da virada do ano em Copacabana.
A estudante de 22 anos que cursava psicologia e trabalhava no setor de Recursos Humanos do Metrô Rio foi lembrada no domingo (4) em uma manifestação feita por familiares, amigos e moradores da cidade onde morava.
A manifestação convocada pelo facebook questionava: “Quantas Tayennes terão que morrer para as autoridades tomarem uma providência? Chega de descaso, chega de violência”
Após publicar na rede social uma saudação ao ano que se inicia, a jovem Tayanne foi assaltada e morta ao retornar para a casa da virada do ano em Copacabana.
A estudante de 22 anos que cursava psicologia e trabalhava no setor de Recursos Humanos do Metrô Rio foi lembrada no domingo (4) em uma manifestação feita por familiares, amigos e moradores da cidade onde morava.
A manifestação convocada pelo facebook questionava: “Quantas Tayennes terão que morrer para as autoridades tomarem uma providência? Chega de descaso, chega de violência”
A manifestação iniciou na rua onde a jovem morava no
bairro de Jardim Almo, Belford Roxo. Na
esquina da rua aconteceu um breve momento de oração e conscientização de todo o
bairro para que possam cobrar aos governantes por segurança pública, já que nas
redondezas acontecem assaltos frequentemente.
Ao longo da caminhada gritaram por justiça, paz e o nome da jovem Tayenne que vai deixar muitas saudade e um imenso vazio em muitas lugares e em muitos corações, assim se pronunciou o pai de Tayenne.
O término da manifestação se deu em frente à Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), no Centro de Belford Roxo, onde os manifestantes cantaram o rap bastante conhecido pelo povo que sofre com a violência e a falta de segurança pública na baixada : “Eu só quero é ser feliz,/ Andar tranquilamente na cidade onde eu nasci, é./ E poder me orgulhar,/ E ter a consciência que o pobre tem seu lugar.”
A família de Tayenne fez uma homenagem cantando o hino do seu time do coração, novamente um breve momento de oração e ao final cantaram o Hino Nacional Brasileiro, dando entonação na voz na parte: “Mas, se ergues da justiça a clava forte/ Verás que um filho teu não foge à luta”.
A chuva chegou com toda força para finalizar esse momento de protesto e mostrar “que quem está na chuva é para se molhar”. O povo não vai descansar enquanto o caso de Tayenne não for resolvido e os olhares dos governantes se voltarem para a baixada fluminense, lugar de concentração dos bandidos que foram expulsos das favelas do Rio de Janeiro.
Os cidadãos da Baixada pedem para que haja mais comprometimento com a melhoria da qualidade de vida, já que se faz necessário sair da cidade para trabalhar e até mesmo para os momentos de lazer.
Texto: Ana Beatriz de Paula
RECADO RÁPIDO
O problema da violência pública é antigo, porém, na
região da baixada fluminense do Rio de Janeiro o problema tem a sua
particularidade. A copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016 trouxeram o
que pode ser chamado de "limpeza da cidade". A polícia pacificadora
fez com que muitos bandidos se transferissem para a baixada e com isso
trouxessem o medo e pavor para a região.
A pacificação é algo que não funcionou. A promessa
de paz, trouxe mais medo e expandiu geograficamente o mapa do terror.
Se por um lado é importante a pacificação no centro
da cidade por causa de eventos que ocorrerão, por outro, é vergonhoso que tal
atitude viesse a ser tomada apenas por conta desses mesmos eventos. A
prioridade deveria ser outra, o cidadão, aquele que paga os impostos e que
elege o político.
Agora, na baixada deveria ter medidas mais
relevantes em relação a este grave problema. A indiferença com a baixada
fluminense ficou clara, após a morte da jovem Tayenne.
Podemos não ter a copa do mundo na baixada, tampouco
estrutura para sediar as olímpiadas, mas é daqui que saem médicos, jornalistas,
professores, psicólogos como Tayenne e muitos profissionais, que fazem o centro
da cidade funcionar. Não precisamos de olimpíadas, o que necessitamos é de uma
ação urgente de nossos governantes. A baixada pede socorro!!!