O hospital Municipal Amador Aguiar, em Osasco, na
Grande São Paulo, passou por momentos de grandes dificuldades entre a noite da
última segunda-feira (5) e a madrugada da terça (6). Tudo começou, quando houve
queda de energia fazendo com que um gerador garantisse o funcionamento do
hospital das 16h às 21h da segunda-feira. Apesar das cinco horas de espera pela
volta da energia, a mesma não se deu e o gerador desligou. Funcionários do
hospital telefonaram doze vezes para a Eletropaulo até terem a demanda
atendida. A Eletropaulo é a empresa responsável pela distribuição de energia
elétrica para parte dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo,
incluindo a própria cidade de São Paulo.
Um recém-nascido de 25 dias, necessitava da energia
para ser mantida viva. Com o fim da energia do gerador, os médicos tiveram que
improvisar para garantir o atendimento. Os médicos recorreram a um equipamento
acionado manualmente. Sem energia, a incubadora e o equipamento que mantinha a
respiração pararam de funcionar. Foram momentos de desespero para a mãe e todos
que trabalhavam no hospital.
O centro cirúrgico também foi afetado pela queda de
energia. Um celular foi usado para auxiliar com a sua luz, num parto.
O fornecimento de energia foi restabelecido à 1h45
depois que a Eletropaulo trocou um equipamento na rede. A empresa informou que
a falha estava no transformador que alimenta apenas o hospital.
RECADO RÁPIDO
O caso da saúde pública no Brasil é cansativo pela
repetição de descasos. Agora, além da falta de uma estrutura que possa atender
com o mínimo de dignidade possível a população, o hospital Municipal Amador
Aguiar entra para, digamos, uma nova categoria de descaso: A negligência. Pois,
se por um lado os descasos noticiados quase que diariamente nos telejornais não
são de responsabilidade direta dos funcionários e sim de governantes e responsáveis
pela rede de saúde pública, por outro, a
falta de energia de aproximadamente dez horas é culpa direta de quem executa o
trabalho.
A Eletropaulo não fica isenta da responsabilidade.
Não priorizar o fornecimento de energia elétrica para um consumidor tão
importante quanto um hospital municipal e mantê-lo por quase dez horas sem
energia é um absurdo. Contudo, os funcionários da Eletropaulo nos devêm uma
resposta: Por que um consumidor tão relevante, quanto um hospital municipal,
necessitou ligar doze vezes?
O Procon de São Paulo informou nesta terça-feira (6)
que vai autuar a Eletropaulo por conta dos recorrentes problemas de falta de
energia no estado.