quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

RECADO RÁPIDO: A NOVA CATEGORIA DE DESCASO NA SAÚDE PÚBLICA






   O hospital Municipal Amador Aguiar, em Osasco, na Grande São Paulo, passou por momentos de grandes dificuldades entre a noite da última segunda-feira (5) e a madrugada da terça (6). Tudo começou, quando houve queda de energia fazendo com que um gerador garantisse o funcionamento do hospital das 16h às 21h da segunda-feira. Apesar das cinco horas de espera pela volta da energia, a mesma não se deu e o gerador desligou. Funcionários do hospital telefonaram doze vezes para a Eletropaulo até terem a demanda atendida. A Eletropaulo é a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica para parte dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo, incluindo a própria cidade de São Paulo.

   Um recém-nascido de 25 dias, necessitava da energia para ser mantida viva. Com o fim da energia do gerador, os médicos tiveram que improvisar para garantir o atendimento. Os médicos recorreram a um equipamento acionado manualmente. Sem energia, a incubadora e o equipamento que mantinha a respiração pararam de funcionar. Foram momentos de desespero para a mãe e todos que trabalhavam no hospital.

   O centro cirúrgico também foi afetado pela queda de energia. Um celular foi usado para auxiliar com a sua luz, num parto.

   O fornecimento de energia foi restabelecido à 1h45 depois que a Eletropaulo trocou um equipamento na rede. A empresa informou que a falha estava no transformador que alimenta apenas o hospital.

RECADO RÁPIDO


   O caso da saúde pública no Brasil é cansativo pela repetição de descasos. Agora, além da falta de uma estrutura que possa atender com o mínimo de dignidade possível a população, o hospital Municipal Amador Aguiar entra para, digamos, uma nova categoria de descaso: A negligência. Pois, se por um lado os descasos noticiados quase que diariamente nos telejornais não são de responsabilidade direta dos funcionários e sim de governantes e responsáveis  pela rede de saúde pública, por outro, a falta de energia de aproximadamente dez horas é culpa direta de quem executa o trabalho.


   A Eletropaulo não fica isenta da responsabilidade. Não priorizar o fornecimento de energia elétrica para um consumidor tão importante quanto um hospital municipal e mantê-lo por quase dez horas sem energia é um absurdo. Contudo, os funcionários da Eletropaulo nos devêm uma resposta: Por que um consumidor tão relevante, quanto um hospital municipal, necessitou ligar doze vezes? 

   O Procon de São Paulo informou nesta terça-feira (6) que vai autuar a Eletropaulo por conta dos recorrentes problemas de falta de energia no estado.