Este ano completam 10 anos da "extinção" do modesto Grêmio Sãocarlense da cidade de São Carlos em São Paulo.
E o maior feito deste clube foi orquestrado por um empresário em 1997. Nessa época, o Grêmio mais famoso vivia uma das melhores fases de sua história, sendo Campeão Brasileiro no ano anterior e dois anos antes Campeão da Taça Libertadores da América.
Todo esse sucesso chamou a atenção na Europa e o clube gaúcho recebeu diversos convites para disputar torneios no continente Europeu.
E a Fiorentina, organizadora do Troféu Cecchi Gori, também fez o seu convite ao tricolor. E foi aí que um empresário aplicou o famoso jeitinho brasileiro. Fechou contrato com os italianos, mas ao invés do clube gaúcho. Levou o time de São Carlos para o torneio.
Também enganados na história, os jogadores do Grêmio Sãocarlense acreditavam estar indo para uma excursão na Europa como preparação para a disputa da segunda divisão do Campeonato Paulista. E ao chegarem na Itália não sabiam o que responder quando perguntados sobre Paulo Nunes, Jardel e outras estrelas do homônimo famoso.
Porém antes mesmo do início da competição, o golpe foi descoberto e o empresário fugiu deixando a delegação do Sãocarlense desamparada na Itália.
Por sorte, já era tarde para mudar a situação e os ingressos para o torneio, que também contava com a equipe da Lazio, já haviam sido vendidos.
E o Grêmio Sãocarlense disputou a competição com partidas de apenas 45 minutos contra a Fiorentina e a Lazio.
No primeiro jogo, enfrentou a equipe da Lazio e foi derrotado pelo placar de 2x1, com direito a gol de Signori, atacante que 3 anos antes havia sido vice campeão do mundo pela Itália.
No jogo seguinte, mais uma derrota, desta vez por 1x0, com gol do brasileiro naturalizado belga Oliveira.
O Grêmio Sãocarlense voltou para o Brasil sem nenhuma vitória, mas com muita história pra contar na bagagem. E se engana quem acha que o clube se extinguiu pra valer. Pois hoje no campeonato amador da cidade de São Carlos ainda se vê um clube tricolor com tradição e experiência internacional em campo.
Felipe Lavor