Foto: Juci Ribeiro e Raphael Castello
Carnaval é época de muita festa, música, alegria, bebidas e pegação. Sim, a folia de Momo desperta em um indivíduo o mais inebriante dos prazeres. Seja por conveniência, desculpa ou oportunismo, todos nós acabamos nos "liberando", nos "jogando" mais nesse período. Tem aqueles que pegam vários(as), tem aqueles que namoram e resistem ao pecado da carne - alheia - e tem aqueles que simplesmente se reservam no direito de não pegar ninguém. Apenas observa. Mas e se você fosse famoso e estivesse num camarote desses da vida, fosse ele em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife ou Salvador. Você arriscaria pegar todos(as) ou simplesmente entregar-se a momentos "calientes" com algum rapaz ou moça, mesmo sabendo que inúmero fotógrafos - ou paparazzis - estarão na sua cola? Ou dane-se eles, porque você também é gente e merece curtir? Ou ainda é melhor evitar qualquer polêmica e se privar de fazer o que te dá vontade?
Pergunta difícil né. Pois é, a fama tem sim seu preço e o ator Theodoro Cochrane é a nova vítima dos cliques indesejados. O artista vem pagando seu preço, por ter sido fotografado aos beijos com o modelo gaúcho Lauro Piuma, na segunda feira de carnaval, em Salvador. O filho caçula de Marília Gabriela vem sofrendo alguns ataques de cunho homofóbico nas redes sociais, e afastou-se das mesmas por um período, por estar chateado com toda a polêmica. Theodoro não fazia nada demais, apenas estava vivendo a vida dele. Ora, porque será que ainda incomoda tanto um beijo? Ah, mas são dois homens se beijando. E daí? O que isso muda na sua vida? Nada, não é mesmo?! O ator ganhou a simpatia e apoio do Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) que manifestou-se em suas redes sociais, com a foto de um beijo dado em outro rapaz. Algumas outras pessoas também vêm manifestando carinho com o artista.
A fama pode ser sedutora - e é - mas o limite entre aquilo que se deve fazer, no público e privado, é o maior "X" da questão. Afinal, Theodoro estava em seu momento de lazer, assim como todos em Salvador, ou qualquer outro lugar desse país, durante o Carnaval. Privar-se de fazer aquilo que quer, em prol do que os outros vão pensar, mesmo tendo esse direito como pessoa, foi a maior "audácia" dele. Corajoso não exprime o que ele foi ao saber dos riscos que ele corria, nas mãos alheias de um profissional - ou não - da imprensa. Mas ora, ele estava ali na condição de folião e não de ator.
Logo, o preço da fama é cruel. Contudo, a crueldade se reflete muito mais naqueles que preferem julgá-lo por estar beijando outro homem, do que naqueles que poderiam estar fazendo o mesmo, fosse com homem, mulher, transexual, andrógeno e deixando a vida dos outros, somente aos outros.