terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

APITO MANIFESTO: NOTA OFICIAL SOBRE A GESTÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO




   Caro leitor, venho por meio desta manifestar meu ponto de vista em relação à acontecimentos desse último final de semana.

   A começar pelo narrador Edilson Silva (na foto acima) que durante a apresentação de seu programa esportivo no canal CNT, declarou:

   "A confusão toda é porque o Flamengo quer o preço alto dos ingressos e a Federação quer o preço lá embaixo. No jogo do Flamengo tiveram 12 mil, no do Botafogo mais de 5 mil e no jogo do Vasco mais de 4 mil. Quando que no início do Carioca tivemos um público assim em jogo de grande contra pequeno?"

   "E o presidente Bandeira foi ofendido porque chamou os que estavam na reunião de ladrões e palhaços. Ele só não levou uma mãozada na cara porque foi embora. Porque a partir do momento em que você ofende alguém com essas palavras, você merece isso é muito mais."

   "Torcedor quer saber quanto deve o Vasco, Flamengo ou Botafogo? Ele não quer nem saber. Ele quer é time forte e elenco pra ser campeão. E pagar 10 ou 20 reais porque é o que ele pode pagar."

   Vamos por partes, um jornalista esportivo pode incitar a violência ao vivo contra presidente de clube ou seja quem for?

   Não é preciso ser formado em administração pra saber que quando você abaixa o preço de um produto é porque ele está desvalorizado. Assim está o Campeonato Carioca e quem começou sua desvalorização foi a própria Federação quando modificou a fórmula da competição acabando com os dois turnos de Taça Rio e Taça Guanabara, que faziam do Rio o estadual mais charmoso do país. No novo formato o Flamengo foi campeão dos pontos corridos e recebeu a taça Guanabara na comemoração mais xoxa que eu já vi. Muitos nem se lembraram de que haveria volta olímpica.

   Em relação ao bom público citado por Edilson, o repórter da TV Globo Eric Faria, já corrigiu a informação e no ano passado a média de público na
primeira rodada foi maior que este ano. O problema não é o preço é sim o Campeonato em si que não tem mais atrativos.

   Esse discurso do Edilson me fez lembrar de uma entrevista com o Sr. Eurico Miranda, e se engana quem acha que ele parou no tempo. Muito pelo contrário, Eurico evoluiu intelectualmente a ponto de entender que se o Flamengo tiver um programa de sócio torcedor bem elaborado, quanto mais associados, maior será a renda pro clube montar uma equipe com grandes jogadores. E por saber a grandeza da torcida rubro negra, temem por uma hegemonia no estado do Rio. A Federação prefere nivelar o campeonato por baixo e apóia a decisão do presidente cruz maltino.

   Vale lembrar também que os clubes e torcedores de um modo geral estão carentes de ídolos em suas equipes. Os clubes lá de fora vêm até aqui e buscam nossos melhores jogadores, que nós ainda nem sabemos que são os melhores, porque vão embora cada vez mais jovens. E por falta de organização da Federação e má administração dos clubes, é inviável segurá-los ainda na base. Até porque hoje em dia o sonho de todo garoto é jogar na Europa e a seleção é apenas uma consequência. Aí vemos jogadores sendo convocados pelo Dunga que nunca ouvimos falar e sem identificação nenhuma com o futebol brasileiro.



   E se não é atrativo nem para torcida, imagina para um garoto que espera sua oportunidade e tem que jogar em um gramado como o do Raulino de Oliveira nesse Carioca: Não é por falta de comprometimento. É condição de trabalho.


   A conclusão que chego é que o futebol brasileiro toma todo dia de 7x1 dentro e fora de campo.

Felipe Lavor