domingo, 22 de fevereiro de 2015

Era Uma Vez, O Menino de Ouro...


                                                                Foto: Reprodução/ Record                          


Na semana que se passou o apresentador Marcelo Rezende deu uma sincera entrevista à rádio Jovem Pan. Dentre os diversos assuntos comentados, o que mais repercutiu foi quando o jornalista afirmou que Luiz Bacci, seu "pupilo", está "sofrendo na Band".


"O Bacci está vivendo um sofrimento, é óbvio que fizeram uma proposta pra ele financeira, mas tem uma hora que cai a ficha e acontece de hoje não ter um programa pra fazer ao molde dele. Televisão não é só você botar um cara em pé e sair falando ‘meu bem’. Você tem que ter uma criação em torno do sujeito, tem que ter uma pegada”.


Apelidado carinhosamente de "Menino de Ouro" por Rezende, Bacci tem um ótimo currículo na Televisão, que o credencia para ótimas oportunidades. E foi isso que aconteceu com ele. Depois de ter ficado alguns anos no SBT Rio, alavancando os índices de audiência do telejornal carioca, logo o jovem começou a despertar a atenção de outra emissoras. Não demorou muito e ele transferiu-se para a Rede Record com status de estrela maior do Jornalismo. Ali ele comandou o "Cidade Alerta" - aos sábados e nas férias de Rezende - , "Balanço Geral SP" e outros do segmento. Tudo parecia transcorrer muito bem para Bacci. Contudo, novamente sua desenvoltura frente as câmeras, aliada a sua espontaneidade chamaram a atenção da Bandeirantes. Eis que surge uma proposta milionária e irrecusável: a oportunidade de apresentar dois programas diferentes - sendo um semanal e outro aos fins de semana - e um salário que giraria em torno de R$ 450 mil mensais. Resultado: o Menino de Ouro viu ali a grande chance de dar novo rumo a carreira, alçar vôos maiores e sair "debaixo das asas" do "Padrinho" Marcelo Rezende. Contrato rescindido com a Record, um novo assinado com a Band e Luiz Bacci em nova missão. Mal ele sabia, mas a nova missão seria muito ingrata.

                                                                 Foto: Divulgação/ Band

Apresentado com toda a pompa possível, Bacci chegou ao canal do Morumbi com status de estrela. Até que a sonhada estreia de seu programa tido como uma mistura de Entretenimento com Jornalismo, acontece: o "Tá na Tela" é inaugurado aos olhos do público e crítica. O programa teve mais críticas do que público, afinal, Tá na Tela se mostrou um verdadeiro vexame nas tardes da Band. Ali, o Menino de Ouro parecia irreconhecível: gritava demais, fazia drama por pouco caso, as matérias quando não totalmente exploratórias do sofrimento alheio, eram bizarras demais ou sanguinolentas. Não demorou muito e a euforia pela nova "jóia" acabou tornando-se decepção. Tá na Tela no começo chegou até a marcar bons índices para a emissora, entretanto, logo depois a fórmula foi irritando o telespectador - que de bobo não tem nada - e o vespertino capengava para alcançar 3 pontos (cada ponto equivale a 67 mil domicílios na Grande São Paulo). Depois de 3 meses, Tá no Tela foi cancelado.

E agora? O que fazer com um promessa da TV, que mensalmente ganha quase R$ 500 mil reais, não conseguiu se firmar em seu programa e tem contrato longo com a empresa? Pergunta que martelou para os diretores da Bandeirantes durante algum tempo. Contudo, a saída encontrada foi apostar na versatilidade com que Bacci tem de transitar entre diferentes formatos de atrações, e mandá-lo para um telejornal. Coube ao simpático jornalista comandar a versão nacional do "Café com Jornal", que não passa de 2 pontos. Também botá-lo ao lado de Renata Fan na transmissão do "Miss Universo" e no agito do "Band Folia", em Salvador. Observar a situação de Luiz Bacci é muito interessante, pois ele acaba sintetizando que muitas das vezes o dinheiro não compensa, afinal, de que adiantou trocar uma emissora pela outra, quando toda a fortuna encontrada na conta bancária mensalmente, não paga a satisfação e sucesso de seu trabalho? Logicamente, que não podemos culpabilizar o artista por querer apostar e sonhar com outras maneiras de se trabalhar, porque isso passa diretamente pela ambição e sonhos do mesmo, contudo, talvez tenha sido a "pressa a inimiga da perfeição". Bacci vinha batendo até mesmo o "Vídeo Show", da "Rede Globo", no "Balanço Geral SP" antes de deixar a emissora dos Bispos, e ainda tinha alguns bons anos de contrato e salário compatível por lá. Ansiedade e prematuridade pesaram mais do que os infinitos 0 no banco.


                                                             Foto: Reprodução/ Record

Ciente do erro que foi trocar "gato por lebre", é natural que o "Menino de Ouro" venha se sentindo incomodado e decepcionado com os rumos de sua promissora carreira. Que o diga Marcelo Rezende, o "padrinho" que tentou alertar da precocidade da mudança, e hoje chega a receber até 3 ligações por dia do "afilhado".


"Apesar de saber do atual momento dele, a gente tem que saber acolher o sujeito, é por isso que ele me liga três vezes por dia e eu digo pra ele ter calma que vai dar certo até porque eu me sinto responsável ”, diz Marcelo.

O ano de 2015 apenas começou, mas Luiz Bacci, certamente, espera que com ele venha novos e melhores programas, afinal, um Menino de Ouro precisa reluzir para não deixar a luz se apagar.

Fonte: TV Foco.