Historicamente a mulher foi sempre
criada para exercer um papel no lar, tanto que as tarefas domésticas sempre
foram por elas executadas (pelas mães que iam repassando esse conhecimento
feminino às filhas), e para serem cuidadas por um homem. Já se perguntaram o porquê
de, na cerimônia de casamento, a noiva ser conduzida pelo pai até o altar para
ser entregue ao futuro marido? É uma tradição antiga que demonstrava que a
partir dali, todos os cuidados e responsabilidades para com aquela mulher
estavam sendo transferidos ao marido. Significava que uma mulher não poderia
cuidar dela mesma sozinha, ou sem uma figura masculina ao lado.
A mulher foi classificada,
pode-se dizer, por séculos, como sexo frágil, e até hoje é ainda assim rotulada
por alguns. Mas qual o papel social da mulher? Do que se trata o papel social?
Segundo a Sociologia, trata-se das funções e atividades exercidas pelo
indivíduo em sociedade, principalmente ao desempenhar suas relações sociais ao
viver em grupo. Após um longo
período de opressão e discriminação, a passagem do século XIX para o XX ficou
marcada pelo aumento do movimento feminista, o qual ganharia voz e
representatividade política mais tarde em todo o mundo na luta pelos direitos
das mulheres, dentre eles o direito ao voto. Essa luta pela cidadania não seria
fácil, arrastando-se por anos. Prova disso está no fato de que a participação
do voto feminino é um fenômeno também recente para a história do Brasil. Embora
a proclamação da República tenha ocorrido em 1889, foi apenas em 1932 que as
mulheres brasileiras puderam votar efetivamente.
Podemos destacar exemplos de
mulheres fortes que marcaram por sua força e contribuíram em grandes momentos
históricos mundiais, como Anita Garibaldi, que participou
de conflitos como a Revolução Farroupilha, que aconteceu no sul do Brasil entre
1835 e 1845, tornando-seum exemplo de força e coragem no Brasil e na Itália.
Outro exemplo é Leymah Gbowee, ativista africana que liderou mulheres na
Libéria, um movimento que conseguiu, em 2003, pôr fim à Guerra Civil que tinha
matado cerca de 250 mil pessoas até então. Ela venceu o Prêmio Nobel da Paz de
2011.
Poderíamos
citar muitos outros exemplos de mulheres comuns que nós conhecemos no nosso dia
a dia, mulheres que, como eu e você, conseguem se equilibrar entre funções
domésticas (que deixa de ser um papel exclusivamente feminino, mas ainda é
realizado, na maior parte, por mulheres), e vão muito além, chefiando famílias,
engajando-se em causas sociais, ocupando o maior número de cadeiras nas
universidades e, transpondo muitas
barreiras impostas por um mercado de trabalho que ainda se mantém
preconceituoso, ocupando cargos de alto prestígio, o que antes era
exclusividade de homens. Temos como exemplo, a presidenta do nosso país, Dilma Rousseff, primeira mulher a
ocupar o mais alto cargo executivo do Brasil.
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Imagem: Ana Moura |
Com todos esses feitos, como
classificar a nós, como sexo frágil? Isso porque nem falamos sobre nossa
condição biológica, que de delicada não tem nada. Somos detentoras de um
aparelho reprodutor capaz de gerar uma vida (quer maior exemplo de força?),
temos, comprovadamente dois cromossomos X, o que nos garante duas vezes mais
imunidades contra doenças.
Não defendo aqui uma
superioridade feminina em detrimento dos homens, a questão não é essa, mas
rotular as mulheres como sexo frágil já não cabe mais. Eu rejeito esse
rótulo. Em um mundo onde a mulher,
possui status, fundamentos jurídicos, poder e força econômica, contando ainda
com a quebra de vários tabus, me faz refletir que o discurso machista já está pra
lá de anacrônico.