domingo, 12 de outubro de 2014

Segunda Tela: Nova política para atores

Jean Pierry Leonardo

   O mercado de atores no Brasil, quanto a teledramaturgia, vem sofrendo uma mudança na maneira contratual. As duas maiores emissoras da TV aberta – Rede Globo e Rede Record – estão alterando a forma como administram seus castings. A nova ordem implantada por suas respectivas diretorias, é contratar por obra e não mais por longos anos. Isso significa que cada artista contratado, só permanecerá na sua emissora enquanto durar o tempo em que sua produção estiver no ar. E as mudanças já surtem efeitos. Na Record, mais de 80 atores – fora alguns ainda por sair – não tiveram seus vínculos renovados e foram dispensados, o que pegou alguns de surpresa com a nova política. Isso ao mesmo tempo que ‘’incha’’ o mercado, também abre espaço para maior concorrência na hora de conquistar um papel. Com 2 novas grandes estréias programadas para 2015 –a novela bíblica ‘’Os Dez Mandamentos’’ e a minissérie ‘’Milagres de Jesus’’ – diversos testes de elenco vem acontecendo no Recnov ( central de produção novelística), com inúmeros atores querendo ganhar um personagem.

   
   Na Rede Globo também  não é diferente. Mesmo com altos investimentos em novelas, séries e minisséries, o lema é cortar gastos e só permanecer com quem é indispensável – os mais famosos – na casa. As próximas tramas estão sendo compostas através de uma criteriosa bateria de testes e seleções entre os atores, que buscam uma oportunidade como globais, ou a volta de dias melhores. Uma interessante curiosidade é observar que a partir desse modelo de contratos por obra, o fluxo de artistas entre as rivais emissoras está aquecida: é gente indo pra lá e outros migrando pra cá. Exemplos na faltam, como Bianca Rinaldi, Patrícia França, Sophia Abrahão, Chay Suede e Arthur Aguiar, entre outros, que voltaram pra Globo. Mas há também os que fizeram o caminho inverso, como Juliana Didone, Sérgio Marore, Larissa Maciel, Victor Pecoraro etc, que estão na Record. Logo, novos tempos chegaram para a TV brasileira, onde conseguir uma vaga está ficando mais difícil do que a arte de representar.