terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Eduardo Paes não garante a linha 4 do metrô nas Olimpíadas

Felipe Migliani
felipemigliani@yahoo.com.br


A obra terminaria em Julho, um mês antes da abertura dos jogos olímpicos. O atraso da obra irá comprometer todo plano de transportes traçado para os jogos.


O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB-RJ), enviou um e-mail no dia 19 ao Comitê Olímpico Internacional (COI) não garantindo a conclusão das obras da linha 4 do metrô. O empecilho se deve a demora da União para disponibilizar um novo financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), que acrescentaria em R$ 1,3 bilhão a estimativa da linha 4. Segundo o governo federal, o pequeno novo trecho do metrô, responsabilidade do estado, ficaria avaliado em R$ 10,3 bilhões.

A construção seria finalizada em Julho, mês antecessor da abertura dos jogos olímpicos. O atraso da obra irá comprometer todo esquema de transportes traçado para o evento. No e-mail, considerado confidencial, Paes pede para o COI considerar a possibilidade de projetar uma estratégia alternativa, que consistiria na implantação provisória do BRT na Zona Sul.

O comitê organizador Rio-2016 afirmou estar ciente do plano de contingência elaborado pela prefeitura. Apesar disso, não acredita que o governo do estado cumprirá seu compromisso. As obras da Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro foram inauguradas na Barra da Tijuca, no dia 20 de março de 2010.

O trajeto em construção vai receber 300 mil passageiros por dia, proporcionando a retirada de aproximadamente dois mil carros da rua nos horários de pico. A linha 4 ligará General Osório, em Ipanema, ao Jardim Oceânico, localizado na Barra da Tijuca, percorrendo por 6 estações. A estação da Gávea não ficará pronta este ano.

Leia o trecho do e-mail enviado por Eduardo Paes ao COI e Phillip Bovy, principal consultor da entidade para transportes:

“Nas últimas semanas, estive tentando descobrir o que realmente está acontecendo na construção da Linha 4 do metrô. Prazos e cronogramas... Ouvi de algumas pessoas que o projeto está com nível elevado de risco. Tudo que posso dizer é que a informação não está clara (...). O secretário municipal (de Transportes) Rafael Picciani já preparou uma alternativa, e penso que precisamos começar a estudá-la agora e submetê-la à avaliação do Comitê Olímpico Internacional”.

Plano B



O plano b do município é expandir o BRT pela zona sul. Seriam implantados em vias nas quais estão previstas faixas exclusivas para o deslocamento de delegações olímpicas. As adaptações custariam R$ 7,4 milhões.

Segundo o sindicato das empresas do setor, o município necessitária de uma frota de 115 ônibus articulados. As companhias não tem recursos para adquirir os veículos. O tempo é muito curto para encomendá-los.


Com a possível mudança, passageiros da Barra da Tijuca não embarcarão no Jardim Oceânico, e sim na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, ou no Jardim de Alah, divisa com o Leblon. A estação do Jardim Alah não possui estrutura para receber uma estimativa de 27.800 usuários por dia. A segundo não plano não é tão eficaz quanto o primeiro.

Foto 1: Surto Olímpico
Foto 2: Portal do Leblon