‘A
desigualdade é a tatuagem da humanidade, que indisbotávelmente o ser humano
fixa na alma’. Trecho da poesia de Érwelley C.
de Andrade.
Carnaval
é o feriado mais esperado pelos cariocas. O início é dado com o primeiro bloco
descendo a princesinha do mar. O colorido paira pelas ruas e veículos de
comunicação ficam em uma grande festa. Os avessos à festa também usufruem de um
feriado prolongado e um bom descanso.
Carnaval
carioca não é carnaval sem escola de samba, certo? Os grandes carros
alegóricos, as belas rainhas de bateria, as fantasias regradas a faisões,
pedrarias e uma comunidade que foca 24 horas de 365 (ou 366) dias.
A
campeã do carnaval, mangueira! Desfilou divinamente, desbravando a história de
Bethânia, um dos grandes ícones vivos da MPB. Além de um enredo arrebatador
sobre sincretismo religioso, salve Oya.
O
grupo especial é a menina dos olhos de ouro. É a personagem principal, a digna
de todos os faisões, predarias, painéis de led, e até Poseidon high tech,
triste é conhecer o outro lado, aquele que está no grupo de acesso, sem faisão,
sem glórias. Fardado sempre a estar lá. Sem incentivos, sobrevivendo apenas com
a força de sua comunidade.
Infelizmente,
as escolas de samba se transformaram no antro de desigualdades, numa breve
analogia seria o grupo especial a 'zona sul' e a série A 'a favela' que fica a
margem e luta para conquistar o tão sonhado lugar no 'asfalto'.