quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O carnaval carioca

18/02/16  -   Coluna: LiteraManifesto   Autor: Alex Gilson


‘A desigualdade é a tatuagem da humanidade, que indisbotávelmente o ser humano fixa na alma’. Trecho da poesia de Érwelley C. de Andrade.


Carnaval é o feriado mais esperado pelos cariocas. O início é dado com o primeiro bloco descendo a princesinha do mar. O colorido paira pelas ruas e veículos de comunicação ficam em uma grande festa. Os avessos à festa também usufruem de um feriado prolongado e um bom descanso.

Carnaval carioca não é carnaval sem escola de samba, certo? Os grandes carros alegóricos, as belas rainhas de bateria, as fantasias regradas a faisões, pedrarias e uma comunidade que foca 24 horas de 365 (ou 366) dias.

A campeã do carnaval, mangueira! Desfilou divinamente, desbravando a história de Bethânia, um dos grandes ícones vivos da MPB. Além de um enredo arrebatador sobre sincretismo religioso, salve Oya.

O grupo especial é a menina dos olhos de ouro. É a personagem principal, a digna de todos os faisões, predarias, painéis de led, e até Poseidon high tech, triste é conhecer o outro lado, aquele que está no grupo de acesso, sem faisão, sem glórias. Fardado sempre a estar lá. Sem incentivos, sobrevivendo apenas com a força de sua comunidade.

Infelizmente, as escolas de samba se transformaram no antro de desigualdades, numa breve analogia seria o grupo especial a 'zona sul' e a série A 'a favela' que fica a margem e luta para conquistar o tão sonhado lugar no 'asfalto'.