quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Empreendedorismo feminino


17/02/16    Coluna: Mulher Manifesto   Autora: Priscila Silva





Antes de falarmos do braço feminino desta palavra forte e tão ouvida nos dias de hoje, precisamos entender: afinal, o que é empreendedorismo?

Se pesquisarmos a fundo a origem da palavra, temos várias definições empregadas à ela, o que absolutamente não altera sua essência. Destacamos duas:

“Conforme Ângelo (p.1), a origem da palavra empreendedorismo remete-nos ao século XIX, com a definição do Francês e economista J.B. Say. , como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. 
“A palavra empreendedor é derivada da palavra francesa entrepeneur, que foi usada pela primeira vez em 1725 pelo economista irlandês Richard Cantillon para designar o “indivíduo que assumia riscos”. Embora a palavra tenha quase três séculos de existência, a origem do empreendedorismo se perde no tempo.”
Particularmente, me vem a mente um mantra que costumo repetir para mim mesma: o empreendedor é aquele que se torna protagonista de sua própria trajetória financeira, tomando para si os fracassos e sucessos ao longo do caminho.
Dia a dia, a imprensa brasileira nos mostra dados estatísticos que “garantem” a diminuição dos empregos formais (de carteira assinada) no Brasil, apontando com isso, falha na economia. “Saindo da caixinha”, como dizem (nessa caixinha, leia-se a TV/notícias prontas) e fazendo uma rápida pesquisa o que podemos constatar, e que a grande mídia não conta (ou não destaca), é o crescimento do número de empreendedores no país. Você sabia, por exemplo, que o Brasil está no topo do empreendedorismo mundial? É o que garante a Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM),  realizada no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). Dados da pesquisa apontam que “Três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em 10 anos, essa taxa de empreendedorismo saltou de 23%, para 34,5%. Deste total, metade corresponde a empreendedores novos – com menos de três anos e meio de atividade – e a outra metade aos donos de negócios”.

No que tange às mulheres, há anos vemos uma transformação do papel social destas,  já bastante discutida, inclusive nesta coluna. Viemos, num passado recente, de uma era em que as mulheres eram requisitadas e aceitas apenas na posição de cuidadoras do lar, marido e filhos (não desmerecendo, que fique claro, as que ainda fazem esta opção nos dias de hoje), sendo-lhes negadas outras posições e participações na sociedade (o direito ao voto, por exemplo), e vimos diante de muita luta, dos movimentos feministas, especialmente, essa realidade ser transformada e a mulher abrir caminhos que antes lhe pareciam impossíveis. Chegamos ao mercado de trabalho, e, finalmente, ao fenômeno que se vê hoje, o número crescente de mulheres empreendedoras. 

Uma pesquisa de 2015, realizada pela Serasa Experien revela que “Brasil possui 5.693.694 mulheres empreendedoras. Isso significa que 43% dos donos de negócios do país são do sexo feminino, e 57% são homens. Ao lado, temos um infográfico que nos mostra alguns números trazidos pela pesquisa.

E se o Brasil é o país do empreendedorismo, no Rio de Janeiro, a situação não é diferente, sobretudo, no que se propoe este texto a tratar, a participação feminina neste setor.

No nosso cenário, a região metropolitana do Rio de Janeiro, segundo pesquisa realizada pelo OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, entre 2006 e 2011, observa-se que “A proporção de mulheres empreendedoras na RMRJ (38,1%) é muito próxima à mé- dia do Brasil Metropolitano. Em comparação com as demais regiões abordadas pela PME/IBGE, a participação das mulheres no total de empreendedores da RMRJ fica próxima a de Belo Horizonte (38,6%), inferior às regiões do Nordeste e superior à de São Paulo (36,1%) e de Porto Alegre (35,1%)” , e ainda, que “Em termos de evolução entre 2006 e 2011, nota-se que o percentual de mulheres empreendedoras se elevou em praticamente todas as regiões. A RMRJ se destaca pelo aumento da participação feminina no total de empregadores, fato não observado com a mesma magnitude nas outras regiões metropolitanas. Na RMRJ, a participação feminina no total de trabalhadores por conta-própria passou de 39% para 40%, entre 2006 e 2011, e no grupo de empregadores subiu de 28% para 31%.”

Analisando com ainda mais critério, perceberemos ainda, o maior, e cada vez mais crescente percentual de mulheres no setor de e-commerce, e que este número tende a crescer mais nos próximos anos.

E o que isso tudo significa? Uma supremacia feminina? Absolutamente! Mas que provamos de vez que o estigma de inferioridade, seja intelectual, financeiro ou seja lá qual for, que nos impuseram durante anos de história, e que ainda povoa o pensamento de muitos, está pra lá de, para sermos sutis, equivocado.

Não perca na próxima semana, uma entrevista exclusiva da empreendedora do ramo imobiliário Eliete Silva... aguardem!!


Fonte do infográfico: consumidormoderno.uol.com.br

Imagem: economia.culturamix.com