segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Parques de diversões!

29/02/2016   -    Coluna: Cronicronando   Autor(a): Bruna Rafaela 





Lá fui eu, em uma tarde calorosa, como uma transeunte atender a um pedido de socorro de uma antiga amiga. Entre soluços e suspiros derivados de um ponto final, o tema não poderia ser outro; o término de um tão adorado relacionamento! Juro que relutei, tentei de todas as maneiras mudar de assunto, corri pra cá, corri pra lá e mesmo assim, quando menos esperava, lá estávamos nós embarcando nesta tão conhecida montanha russa de nossas almas. Coitada! A pobrezinha chorava de soluçar, há dias atrás foi a um parque de diversões com uma amiga e quem ela encontra lá, o zé ruela do namorado- COM OUTRA GAROTA-, cheio de romancinho tomando sorvete pra completar a história macabra. Daí eu perguntei, e o que você fez minha frôr de laranjeira? E a bendita me responde: "FIZ UM ESCÂNDAAAAALO, chamei ele de tudo de ruim que você pode imaginar. Neste momento eu quis dar na cara dela! Fala sério, você se dedica a um pessoa, ela te sacaneia, te atinge e você ainda deixa ela saber que atingiu? Não, não e não…Mas enfim, o papo aqui é outro... Falando em parques de diversões, a atribuição de suas más manutenções poderia facilmente ser atrelado aos relacionamentos atuais. Abre-se o parque e depois lá estão as notas nos jornais, de alguém que despencou da montanha-russa ou foi atingido por um brinquedo. Como um exemplo do Hopi Hari, um parque super famoso em São Paulo, onde uma jovem caiu da montanha-russa. Mas e a responsabilidade de zelar pela tal "manutenção" seria de quem? Passa o tempo, tudo enferruja, os equipamentos corroem e salve-se quem puder. Não resisto a tentação de comparar…É ou não é o retrato de muitas relações? No começo, tudo diversão, frio na barriga, vertigem e depois tudo se torna costumeiro. Falo de casamentos, paixões e amizades. Era pra ser feliz para sempre, mas muitos de nós preferimos acreditar que a longevidade dos amores deve ser atribuída ao destino, quando na verdade, somos nós quem devemos tomar conta. Nenhum encantamento se mantém sem o cuidado mútuo, e acredito piamente que a história de que "a grama do vizinho é sempre mais verde" é uma falseta sem pormenores. Oras, afinal a grama mais verde é sempre àquela que regamos mais. Não tem como tratar um relacionamento como algo que é só dar corda e cruzar os braços, não existe um botão mágico que apertamos para pausarmos e darmos o play quando bem entendermos. A engrenagem não se auto lubrifica, não é uma playlist que selecionamos as melhores músicas para serem repetidas a todo tempo. Mas o zelo exige paciência, e renovar o suspiro a tantos anos visto é como admirar uma obra de arte só por ela estar ali, quietinha, sobre seus cuidados. Então, os resquícios indeléveis do que foi no início da abertura do parque, se perpetuará, para o que ainda é, e o que continuará sendo por muito tempo. Afinal, é como diz Renato Russo: "Amar é uma arte, e nem todo mundo é artista."

Imagem: sbcoaching.com