23/02/16 - Coluna: Cine Manifesto Autor: Jean Pierry Leonardo
Ainda sem previsão de estreia no Brasil, o filme “Nise – O Coração da Loucura” foi muito
bem recebido pela crítica internacional e público, durante exibição na 28ª
edição do “Festival Internacional de
Cinema de Tóquio”.
Além de ser eleito o melhor do evento, o longa do
cineasta Roberto Berliner garantiu a
atriz Glória Pires o prêmio de Melhor Atriz por sua interpretação como
Nise da Silveira, importante psiquiatra brasileira que nos anos 1940, no Rio de
Janeiro, manifestou-se radicalmente contras os abusivos tratamentos dados à
pacientes psiquiátricos em hospitais. A história retrata a época em que a
doutora Nise da Silveira deixa a prisão, volta aos trabalhos em um hospital
psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro e se recusa a empregar o
eletrochoque e a lobotomia no tratamento dos esquizofrênicos. Isolada pelos
médicos, resta a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá
início a uma revolução regida por amor, arte e loucura. O que o diretor
Berliner quis trazer foi um ar mais poético, sentimental e quase documental do
filme. O mérito, no entanto, em última análise é dessa mulher batalhadora que
não se fez de rogada, e mesmo contra todos os prós, seguiu firme em sua
convicção e fez da profissão uma verdadeira bandeira em prol da dignidade de
seus pacientes.
“Nise – O Coração da Loucura” levou o principal
prêmio da noite, conhecido como Grand
Prix, ganhando ainda a quantia de US$
50 mil. Por conta de sua atuação, Glória Pires levará US$ 5 mil. Este ano, o Festival Internacional de Cinema de Tóquio
exibiu 207 filmes e atraiu um
público de quase 64 mil pessoas.
Confira o trailer abaixo:
Crédito da Foto: Divulgação