sábado, 28 de março de 2015

Cultura Manifesta Entrevista : Banda El Toco



     Cultura Manifesta , em mais um de seus papos , foi falar dessa vez com a banda El Toco . Com um som RPB - uma mistura que você já vai descobrir - fala um pouco sobre o trabalho , álbum Uno e suas ideias . Curioso ? Confere então . 

Nome da Banda
El Toco

Integrantes da banda
Daniel Toco – Vocalista Alexandre Dias – Bateria Bruno Keleta – Guitarrista Thiago Assis – Baixista

Contem-me um pouco sobre o início da El Toco .
Não foi um início consumado; aconteceu. Minha antiga banda tinha acabado, estava recém chegado ao Rio vindo de São Paulo sem amigos ou parceiros musicais e resolvi gravar algo que eu nem sabia o que com o produtor Walter Primo. O CD Uno nasceu e com ele fomos atraindo músicos que estavam em ressonância com o que gravamos.

Daniel,a recepção do público que acompanha o seu trabalho foi boa?
Fantástica. As pessoas estão entendendo a mensagem e entendendo que a gente sobe no palco com um propósito. Tá rolando uma troca orgânica e acreditamos que mais que encontros o projeto nos tem proporcionado reencontros. Muito além de um elogio técnico, as pessoas compartilham sentimentos sinceros. Mais que uma troca é uma comunhão.

Falem um pouco sobre como é tocar RPB (Rock Popular Brasileiro)
O Rock na era em que vivemos tem uma temática muito mais vasta do que só questionar. A contemplação em nossas letras nasce das descobertas pessoais que fazemos e surgiu naturalmente a necessidade de se utilizar de outros sons para explicar o que determinada letra dizia, por isso resolvemos misturar de vez. A mistura aconteceu e a essência do rock ficou na atitude de querer mudar o que não mais combina, por isso a mistura da ousadia rock e a poesia da MPB. Em matéria de som não é novidade misturar o rock com ritmos brasileiros (vide Raul, Paralamas, Nação Zumbi, Cazuza e outros).O termo sim foi uma saída para explicar a salada musical que é nosso CD UNO.

Por meio de sua música,redes sociais,pude perceber que usam a palavra "simplicidade"de diversas formas.Como acreditam que podem afetar o cotidiano tão corrido das pessoas com ela? 
A simplicidade está na essência das pessoas.Pensamos que usá-la repetidamente possa colaborar com o encontro das pessoas com essa essência.


Como foi a criação do álbum Uno?
Eu estava sem banda,com a arte sufocada,então resolvi ligar pro amigo e produtor Walter Primo para nos reunirmos em seu estúdio e ver o que sairia de todas as letras e algumas melodias que eu levava na bagagem.Eu precisava dar vasão as poesias que estavam paradas e peguei o carro com minha companheira Karen para viajar 800 km do RJ até Severínia/SP até o estúdio.A conexão foi boa, os horizontes foram se abrindo muito além da expectativa e percebemos que um CD estava nascendo.As canções foram saindo e a gente começou a se empolgar.Ao final foram umas 4 viagens de carro pra lá em poucos meses, além de muitas ligações e e-mails.Foi um CD feito com estrada, naturalidade e muito wireless ao mesmo tempo. 


Quais foram as maiores influências?
A vida e nossas experiências nos influenciam.Até o funk ostentação nos influenciou a escrever “Ter pra ser”, mas em relação a artistas que gosto muito de ouvir: Raul Seixas, Clara Nunes e músicas espirituais (budistas, xamânicas, hinários de Santo Daime e outros) 

Estudam alguma parceria?
Com certeza.Ainda mais com tantos amigos que estamos fazendo na cena carioca. É inevitável. 


Como inspirações citam bandas dos anos 80.Como trazem o contexto do rock questionador,em fim de ditadura,para as canções?
Nós buscamos a atitude das bandas dos anos 80,mas a temática é um pouco diferente.A Legião cantava “Que país é esse?” a gente canta “Que Deus é esse”. Os Titãs cantavam “Igreja” nós cantamos “Sincretizando”.Pra nós o caminho é pra dentro, o foco é a expansão da consciência e perceber as ilusões e pegadinhas desse plano.É hora de não mais apontar o dedo na cara do outro.A questão é:desafie seu condicionamento e sua programação mental e transcenda.

Qual foi a sensação de ouvir a música de vocês na Rádio Cidade?
Foi uma sensação dual,pois tínhamos escolhido a execução de “Que Deus é esse” e a rádio tocou “Referências”.Tivemos que praticar a despretensão para não perder a alegria do momento.Foi interessante... 

Ter uma música tocada em uma rádio no exterior deve ser uma sensação incrível .Como imaginam a experiência de cada brasileiro e, por extensão,cada alemão ao ouvi-los?
Foi fantástico! Tocamos numa FM de Munique no meio de uma porrada de artistas consagrados.Não era um programa de bandas independentes,era um programa de música brasileira para alemães e para a comunidade brasileira na Alemanha,tanto que o locutor falava parte do programa em alemão,parte em português. Espero que as partes em alemão tenham sido positivas (rs) . Já tem uma mistura de ritmos.

Pensam em acrescentar algum outro ritmo a música de vocês?
Se naturalmente sentirmos a necessidade, sim. PS: Amo ska,o Alexandre blues, o Bruno música regional,o Thiago jazz e a Karen produtora que manda em tudo curte música latina (rs). 




O que gostariam de dizer ao público?


Meditem, procurem uma vida mais orgânica, mais conectada e com mais amor puro. Não se apeguem a tudo que a sociedade te ensinou, pois a nova era chegou e muitos conceitos vão ruir.Somos todos UNO.Vamos nos aproximar cada dia mais. #GRATIDÃO.

p.s.:  A banda respondeu também a questão sobre a "simplicidade " com a palavra " gratidão " 
- Entender que toda e qualquer experiência que a vida te traz (“boa” ou “ruim”) é necessária para seu crescimento e ter a chance de vivê-las com sabedoria faz com que o sentimento de gratidão transborde. A partir do momento que passei a aceitar e confiar, agradecer foi natural. Não tenho a pretensão de afetar o cotidiano das pessoas, mas seria bom que elas se sentissem amadas .