quinta-feira, 5 de março de 2015
APITO MANIFESTO - A POLÊMICA GRATUIDADE
O jogo entre Inter 3x2 Emelec na última quarta, ficou marcado também nas arquibancadas do Beira Rio.
Um garoto (sem camisa) apareceu nas redes sociais comemorando o gol do meia Alex, aparentemente em pé na área reservada para cadeirantes. Ele se chama Fabiano Souza da Silva, tem 16 anos e é irmão do atacante do Shakhtar Donetsk, Luiz Adriano.
Fabiano é portador de necessidades especiais desde nascença, pois sofre de mielomeningocele - uma espécie de malformação congênita da coluna. Ainda criança passou por várias cirurgias e ficou impossibilitado de se locomover, apesar das sessões diárias de fisioterapia.
Por isso Fabiano, se ergueu da cadeira apoiado na mureta que separa a arquibancada do gramado, o que provocou a falsa impressão de que estaria em pé.
Após o jogo, a foto correu as redes sociais, seguida de comentários maldosos que levantavam suspeitas sobre o menino.
Ao saber do fato, o irmão Luiz Adriano, postou uma mensagem em seu instagram: "Estou muito triste com o julgamento precipitado das pessoas com relação ao ocorrido na quarta feira no Beira Rio. Fabiano é cadeirante, sim, pois depende da cadeira de rodas para se locomover(...)Só nós familiares sabemos das dificuldades e preconceitos que os portadores de deficiência passam. Te amo Fabiano".
Que existe preconceito, isso nós sabemos. Mas quando você está na fila da bilheteria e vê um idoso ou cadeirante indo retirar sua gratuidade para entrar
no estádio, você questiona se alguém pode se aproveitar da situação? Não?
Pois deveria...
Este "senhor" da foto acima, é primo da minha mãe. E na final da Libertadores de 2012 entre Corinthians x Boca Juniors no Pacaembu, os ingressos estavam esgotados e a solução foi pegar as roupas do pai dele (meu tio avô), por uma peruca e se encaminhar para a fila da gratuidade.
E mesmo sendo flagrado pela reportagem do Esporte Espetacular na TV Globo, não houve contestação de ninguém. O Corinthians foi campeão invicto e quem vai se importar com o "velho" pulando no meio do "bando de loucos"?
Acredite: sabemos apontar o dedo. Só não queremos olhar a quem.
Felipe Lavor