No joelho normal, as extremidades dos ossos são cobertas pela cartilagem, que permite o deslizamento suave dos ossos como uma almofada, que absorve o impacto durante a carga e o movimento. Neles, a espessura da cartilagem pode atingir alguns milímetros e é mais espessa nas regiões que recebem mais peso. Na rótula, pode chegar a atingir os 8mm.
A doença da
cartilagem no joelho afeta uma apreciável percentagem da população e é,
infelizmente, uma lesão comum nos esportes. A lesão da cartilagem (ou lesão
condral) pode ocorrer por um trauma como contusão, queda de altura ou entorse.
Uma vez lesada, há deterioração deste tecido, que perde a sua regularidade e
plasticidade em variados gradientes.
Os estágios
de alteração da integridade da cartilagem vão desde o simples amolecimento,
passando pela fissuração e fibrilação, até o seu descolamento completo do osso
subjacente, com desenvolvimento de verdadeiras crateras de dimensões variáveis,
por vezes com alguns centímetros quadrados de superfície. O resultado é a dor,
que pode ser desencadeada durante o esporte ou pode progredir para atividades
da vida diária. Além disso, as lesões
cartilaginosas cursam também com episódios de inchaço.
A
cartilagem, ao contrário da pele e outros tecidos bem vascularizados, tem
baixíssimo poder de cicatrização (baixo turn over) por ser um tecido avascular
(sem vasos sanguíneos). Uma vez lesada, ela degenera e causa sintomas.
A
mosaicoplastia do joelho é um procedimento cirúrgico indicado para as lesões
focais (crateras), bem delimitadas e pouco extensas. Ela consiste no
preenchimento dessas áreas desprovidas de cartilagem ou com cartilagem
francamente deteriorada, por um transplante de cartilagem “saudável”, colhida
em áreas da mesma articulação, mas não envolvidas no contato articular ou que
recebam peso. Ao possibilitar a “pavimentação” de uma cratera articular, a
mosaicoplastia permite que se crie, ao fim de algumas semanas, uma nova
superfície de cobertura, constituída por cartilagem e fibrocartilagem de
aceitáveis qualidades plásticas e de efetividade duradoura.
O paciente
ideal para esta cirurgia inclui:
- Idade menor que 50 anos;
- Ausência de artrose;
- Lesão focal de 1 a 4 cm2;
- Falha de procedimentos prévios como as microfraturas.
- Idade menor que 50 anos;
- Ausência de artrose;
- Lesão focal de 1 a 4 cm2;
- Falha de procedimentos prévios como as microfraturas.
No período
pós-operatório, o paciente deve manter a deambulação com um par de muletas,
evitando soltar o peso no membro operado por, pelo menos, seis semanas.
No período
de três a quatro meses, é esperada intensa atrofia muscular da coxa por desuso
e este deve ser um dos principais focos do fisioterapeuta que acompanhará o
paciente.
Espera-se
que haja atividade biológica cicatricial na lesão por até seis meses. O maior
indicativo da cura da lesão é a melhoria da dor, podendo dispensar exames de
imagens que levam muito tempo para se normalizar.