Fotógrafo convidado: Lucas Pessoa
Um
verdadeiro absurdo. Não há como descrever com outras palavras a denúncia do
Manifesta Rio de hoje. O cenário é a Avenida Brasil, a mais importante rodovia
da cidade do Rio de Janeiro, na altura da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da
comunidade Conjunto Esperança, no complexo da Maré.
Ali,
mais de dois anos, foi realizada uma obra pela Prefeitura, deslocando o ponto
de ônibus (que ficava junto à passarela 06, passagem utilizada pelos moradores
e por funcionários da Fiocruz) para vários metros à frente. Depois de várias
reclamações com relação à distância entre o novo local do ponto de ônibus e a
travessia, começou-se a construção de uma nova passarela, mais junto ao ponto.
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Projetada
sob alicerces muito fracos (segundo relatos dos moradores que acompanharam o
início das obras), a passarela, que deveria ser uma solução na travessia dos
moradores para tomarem a condução na via pública, tornou-se um pesadelo quando a
obra foi deixada de lado. Da passarela prometida, ficou apenas um esqueleto, de
ferros, já enferrujados pelo tempo, e madeiras que estão se soltando,
representando um risco à vida de todos os que se movimentam no dia-a-dia na
via.
“Somos
esquecidos. O poder público só se lembra dos moradores de comunidade para nos
atormentar com armas e tanques de guerra. As obras ficam inacabadas. Se fosse
na Zona Sul a passarela teria ficado um luxo só, mas como é aqui, deixaram um
esqueleto para nós utilizarmos.” Desabafa um outro morador.