Depois de ter
estreado há uma semana, a novela “Alto Astral” pôde apresentar um balanço
quanto a seu enredo. Como uma típica novela das 19h, da ‘’Rede Globo’’, a trama
aposta na comédia romântica e apresenta em sua história, a disputa intensa
entre dois irmãos tão diferentes, que vão brigar pela direção do fictício
Hospital Bittencourt, e pelo amor de uma linda jovem.
Tudo se passa na cidade
interiorana de São Paulo, de Nova Alvorada. A espiritualidade, sem
doutrinamento, promete ser um dos destaques de Alto Astral, pois alguns
personagens farão presença como verdadeiros fantasmas/espíritos, como o Doutor
Castilho (Marcelo Médici) e a pequena Bella (Nathália Costa), por exemplo.
Coube a Nathália Dill o – atualmente – difícil papel de mocinha, como a
jornalista Laura. A atriz desde que foi revelada em “Malhação” mostra talento e
maturidade de sobra, e dessa vez não é diferente. Seja como uma personagem de
bom caráter ou como vilã, ela passa segurança e um controle emocional de suas
cenas muito grande, o que ajuda passar confiança para o telespectador, que
se apega em sua verossimilhança, e
naturalmente, se deixa levar pelo que se vê. Não é surpresa que faça mais um
bom trabalho.
Thiago Lacerda, como Marcos, é o grande vilão e ganancioso médico
herdeiro do Hospital, que no começo da história é noivo de Laura, até ver sua
amada apaixonada por outro – seu irmão. O ator saiu-se bem em suas cenas e na
dobradinha com Débora Nascimento, que faz Sueli, sua amante na história,
promete muitas maldades.
A grande surpresa – ou talvez não – é perceber o
quanto Sérgio Guizé, o galã/mocinho Caíque, é sutil e natural nos seus gestos.
O novato ator, que surgiu ao grande público depois de dar vida ao corcunda Jõao
Gibão, de ‘’Saramandaia’’, retorna a telinha com outro personagem
‘’esquisito’’. Dessa vez, com um médico que tem o dom da mediunidade, mas tem
medo de sangue e fantasmas, e só consegue operar seus pacientes com a ajuda de
Dr. Castilho, seu amigo de outras vidas. Um papel difícil, que pode facilmente
cair para a caricatura, mas que ele está desempenhando com fluidez e na medida
certa. Sua ‘’química’’ com Nathália Dill é muito boa, e o casal pode – e deve –
despertar torcida do público de casa.
Entretanto, apesar de um ótimo elenco –
Claudia Raia, Elizabeth Savalla, Leopoldo Pacheco, Christiane Torloni, Sílvia
Pfeifer, entre outros – se as primeiras impressões são as que ficam, Alto
Astral deixou a sensação de que será aquele tipo 8 ou 80, ou seja, um grande
sucesso ou um fracasso. Com um ritmo diferente, o trabalho de estréia do autor
Daniel Ortiz registrou no 1º capítulo uma média maior que a anterior ‘’Geração
Brasil’’ – 25 pontos em SP e 29 no RJ – e manteve-se no geral da semana, em
torno de 24 pontos (cada ponto equivale a 65 mil domicílios na Grande SP). Num
momento instável das tramas do horário, mas ainda apenas iniciando, o folhetim
tem características e possibilidades de mostrar algo a mais e diferente, que
possa surpreender mais seu telespectador. Caso contrário, só mesmo com poderes
e ajuda do além para não decepcionar.