segunda-feira, 10 de novembro de 2014

SEGUNDA TELA: A NOVELA "ALTO ASTRAL" É 8 OU 80











Depois de ter estreado há uma semana, a novela “Alto Astral” pôde apresentar um balanço quanto a seu enredo. Como uma típica novela das 19h, da ‘’Rede Globo’’, a trama aposta na comédia romântica e apresenta em sua história, a disputa intensa entre dois irmãos tão diferentes, que vão brigar pela direção do fictício Hospital Bittencourt, e pelo amor de uma linda jovem.




Tudo se passa na cidade interiorana de São Paulo, de Nova Alvorada. A espiritualidade, sem doutrinamento, promete ser um dos destaques de Alto Astral, pois alguns personagens farão presença como verdadeiros fantasmas/espíritos, como o Doutor Castilho (Marcelo Médici) e a pequena Bella (Nathália Costa), por exemplo. 





Coube a Nathália Dill o – atualmente – difícil papel de mocinha, como a jornalista Laura. A atriz desde que foi revelada em “Malhação” mostra talento e maturidade de sobra, e dessa vez não é diferente. Seja como uma personagem de bom caráter ou como vilã, ela passa segurança e um controle emocional de suas cenas muito grande, o que ajuda passar confiança para o telespectador, que se  apega em sua verossimilhança, e naturalmente, se deixa levar pelo que se vê. Não é surpresa que faça mais um bom trabalho. 




Thiago Lacerda, como Marcos, é o grande vilão e ganancioso médico herdeiro do Hospital, que no começo da história é noivo de Laura, até ver sua amada apaixonada por outro – seu irmão. O ator saiu-se bem em suas cenas e na dobradinha com Débora Nascimento, que faz Sueli, sua amante na história, promete muitas maldades. 




A grande surpresa – ou talvez não – é perceber o quanto Sérgio Guizé, o galã/mocinho Caíque, é sutil e natural nos seus gestos. O novato ator, que surgiu ao grande público depois de dar vida ao corcunda Jõao Gibão, de ‘’Saramandaia’’, retorna a telinha com outro personagem ‘’esquisito’’. Dessa vez, com um médico que tem o dom da mediunidade, mas tem medo de sangue e fantasmas, e só consegue operar seus pacientes com a ajuda de Dr. Castilho, seu amigo de outras vidas. Um papel difícil, que pode facilmente cair para a caricatura, mas que ele está desempenhando com fluidez e na medida certa. Sua ‘’química’’ com Nathália Dill é muito boa, e o casal pode – e deve – despertar torcida do público de casa. 




Entretanto, apesar de um ótimo elenco – Claudia Raia, Elizabeth Savalla, Leopoldo Pacheco, Christiane Torloni, Sílvia Pfeifer, entre outros – se as primeiras impressões são as que ficam, Alto Astral deixou a sensação de que será aquele tipo 8 ou 80, ou seja, um grande sucesso ou um fracasso. Com um ritmo diferente, o trabalho de estréia do autor Daniel Ortiz registrou no 1º capítulo uma média maior que a anterior ‘’Geração Brasil’’ – 25 pontos em SP e 29 no RJ – e manteve-se no geral da semana, em torno de 24 pontos (cada ponto equivale a 65 mil domicílios na Grande SP). Num momento instável das tramas do horário, mas ainda apenas iniciando, o folhetim tem características e possibilidades de mostrar algo a mais e diferente, que possa surpreender mais seu telespectador. Caso contrário, só mesmo com poderes e ajuda do além para não decepcionar.