Estamos felizes da vida com mais essa estreia do Manifesto. O #ManifestaRio será uma coluna com espaço aberto a todos que acompanham o nosso blog, para reclamar, protestar, manifestar-se a vontade, sobre serviços públicos ou qualquer coisa que não funcione em seu bairro, localidade, ou no Rio como um todo. Aqui o espaço é nosso. Aqui todos têm vez. O #ManifestaRio estará de mãos dadas com o bem estar da população, divulgando, compartilhando e dando voz às suas reclamações! Acompanhe-nos quinzenalmente, sempre às quintas-feiras, às 20:00 aqui no #Manifesto. Contamos com a participação de todos.
Não
poderíamos começar de forma mais expressiva. Falaremos sobre o Museu da Maré,
que desde setembro deste ano está com ordem de despejo decretada, o que retrata
uma grande perda cultural para a população desta região, visto que o Museu
representa a preservação da identidade histórica da comunidade.
A
ideia da criação do museu surgiu durante um seminário que ocorria no Museu da
Vida (localizado na Fundação Oswaldo Cruz), que tinha em seus espaços de
atendimento jovens da comunidade encaminhados através de parceria com o Centro de Estudos e Ações Solidárias da
Maré (CEASM), tendo sido inaugurado em 2006. Sendo assim, o Museu possui
relações com a FIOCRUZ, ao ponto do Presidente da instituição, Paulo Gadelha,
assinar uma carta em repúdio à ordem de despejo.
![]() |
UFRJ apoiando a causa |
Abaixo segue o link de uma petição em favor da
causa. Todos que quiserem contribuir com a conservação do Museu, é só clicar e
assinar. É rápido e fácil. Abrace essa causa você também, leitor Manifesto. Para assinar a petição: Clique aqui
O Manifesto entrevistou dois dos participantes do
ATO EM DEFESA DO
MUSEU DA MARÉ, que além de dar suas considerações sobre a manifestação e a
respeito da importância do Museu da Maré, forneceram as fotos para a nossa
matéria. Segue a entrevista com os ativistas Lucas Pessoa, formando em
Jornalismo Comunitário e estudante de psicologia, e Anderson Alexandre,
estudante do mesmo curso de Jornalismo e estudante/ator de teatro, ambos moradores
do Complexo da Maré.
Há quanto tempo vocês
frequentam o Museu da Maré?
Anderson: Há dois anos.
Lucas: Frequento o Museus há cinco anos, desde 2009
Como vocês conheceram
o Museu? Já realizaram ou participaram de alguma atividade
cultural ou apenas frequentam como visitantes?
Anderson: No início fui como visitante, e como estou fazendo curso de
produção cultural, dentro do Museu, estou lá frequentemente.
![]() |
Anderson Alexande |
Qual a importância de
um projeto dessa grandeza para a comunidade?
Anderson: A importância de ter moradores como produtores culturais
dentro da favela é algo crucial desde que os moradores reconheçam as
vulnerabilidades dentro do território. Além de ter o papel de transformar
sujeitos em protagonistas ativos.
Lucas: A importância do Museu na comunidade é enorme, pois o mesmo
resgata a memória da nossa comunidade e é de grande valia, não só para nós,
moradores da Maré, mas toda comunidade. O Museu mostra que o favelado tem o seu
potencial, para dar continuidade para construirmos em conjunto a identidade
mareense, então o possível fechamento do Museu será uma grande perda para a
comunidade, pois o Museu da Maré tem um papel importante de formação da nossa
juventude, e que essa mesma juventude é marginalizada por esse estado
autoritário que não tem um mínimo de sensibilidade para com a nossa juventude.
Como vocês veem essa
desapropriação, que culminaria no fim do Museu?
Anderson: Sabendo que o Museu é uma prova de que toda história da
Maré é algo que permanece vivo, a retirada dele se torna uma prática de
genocídio na favela, destruindo uma identificação muito “rica”.
Como foi participar da
Manifestação “Museu da Maré Resiste”?
Anderson: Eu particularmente participei do primeiro Ato, como também
do segundo, porém nesse segundo Ato enfatizamos a luta contra a retirada do
Museu da Maré, e foi uma experiência única de amor ao nosso território.
Lucas: Participar da passeata “Museu da Maré Resiste”, foi uma experiência
gratificante, e mostra que nós moradores resistimos desde sempre, e seguiremos
em busca de nossos direitos.
