sexta-feira, 19 de junho de 2015

A descrença na política brasileira, faz partidos políticos terem menor filiação em 20 anos.




Próximo das eleições municipais, os partidos políticos esperavam um grande número de pessoas se filiando nas legendas, principalmente os jovens. Entretanto, a descrença da população brasileira está criando uma situação inédita no âmbito político nacional.

Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que desde 1995, quando foi instituída a obrigação de se filiar a um partido um ano antes da votação para poder sair candidato, ocorrem ondas de adesão partidária nos anos anteriores às eleições municipais, como mostrou dados do jornal estadão (SP). Sete em dez brasileiros que hoje são ligados a um partido assinaram a ficha de filiação no ano entre as eleições gerais e as municipais. Em 2011, por exemplo, houve 1,9 milhão de novas filiações – número dez vezes maior que no ano anterior, fenômeno que se repetiu em 2007, 2003, 1999 e 1995.

Em 2015, essa regra parece ter perdido força. Foram 77 mil novas filiações nos primeiros cem dias do ano, praticamente o mesmo número do ano passado, ou em comparações mais justas, queda de 60% em relação ao mesmo período de 2011, ano anterior a últimas disputas políticas municipais.

Se o ritmo de filiações em 2015 for similar ao de quatro anos atrás, o Brasil chegará a dezembro com cerca de 620 mil novos filiados, o que representará a menor mobilização de filiação pré-eleição municipal em toda a série histórica desde a redemocratização. 

Ainda não é possível identificar com clareza quais são os fenômenos por trás dessa mudança no comportamento dos brasileiros em relação às siglas partidárias. Uma série de indicadores recentes, no entanto, revela um aumento da descrença dos cidadãos em relação à política e aos partidos. 

Segundo a pesquisa Ibope do começo deste ano mostrou que dois em cada três brasileiros não têm simpatia por nenhum partido – o maior valor da série histórica, iniciada em 1988. Mesmo em 2013, ano das manifestações de rua que balançaram o cenário político nacional, a taxa não havia chegado a tanto.

Além disso, o brasileiro está mais pessimista que nunca em relação ao futuro do País: metade se considera assim segundo outra pesquisa do Ibope feita em maio, mais até que na época da hiperinflação no governo Collor. E, em meio a tudo isso, há uma crise política sem precedentes no Congresso.


A taxa de governismo no segundo governo Dilma é a menor do que em todos os anteriores nessa mesma época do mandato. A dispersão dentro de cada partido também está batendo recordes e é maior até que na crise do mensalão. É latente que há uma crise geral de legitimidade das instituições. A sociedade e o eleitor não se reconhecem mais no sistema partidário.

Imagem: Internet   19/06/15
Coluna: #Parafraseando   Autor: Alex Gilson