sábado, 27 de junho de 2015

Em Jornal, Dilma diz que há 'preconceito de gênero' sobre seu modo de governar

27/06/15
Coluna: #Parafraseando   Autor: Alex Gilson

Em entrevista ao jornal americano, ‘The Washington post’ (leia aqui), a presidente Dilma afirmou que há ‘um pouco de preconceito sexual’ na forma como é descrito seu modo de governar. Respondendo a uma afirmação, onde é descrita como micromanager, (termo em inglês que designa um chefe muito controlador). Ela questionou se "alguma vez você já ouviu alguém dizer que um presidente do sexo masculino coloca o dedo em tudo’.

A presidente ainda completou dizendo, ‘Eu acredito que há um pouco de preconceito sexual, ou viés de gênero. Sou descrita como uma mulher dura e forte que coloca o nariz em tudo, e eu estou [me dizem] cercada por homens muito bonitos’.

Na entrevista, publicada no site do jornal nesta quinta-feira (25), a presidente afirmou ainda que sua baixa taxa de aprovação –que chegou a 10%, segundo a última pesquisa do Datafolha, contra 65% de reprovação–preocupa, mas que não vai "arrancar os cabelos" por isso.

‘Você tem que viver com as críticas e com o preconceito’. Completou a presidente

Dilma ainda comentou sobre economia, política externa e o petróleo. No âmbito da economia, a presidente falou a respeito do ajuste fiscal e foi questionada pelo ‘The Washington post’, se em algum momento no primeiro mandato pensou que o país não ia bem, ela respondeu que houve um agravamento da situação econômica no final de 2014, bem como uma queda na arrecadação.

A presidente afirmou que o governo prevê uma situação "muito melhor" em 2016, e que a partir do ano que vem o Brasil irá crescer a "taxas normais", citando projeção do FMI de altas de 3,5% ao ano no PIB mundial. Ela completou dizendo: "fomos capazes de colocar 50 milhões de pessoas na classe média".

Sobre política externa foi citada a viagem ao Estados Unidos. De acordo com a entrevista, Dilma disse estar pronta para fazer um acordo comercial com os Estados Unidos, mas não descartou o Mercosul –"uma grande conquista"– e disse ser importante tem relações comerciais com diversos países, citando a China e os EUA.

Questionada sobre o relacionamento do Brasil com a África, disse que o país sempre irá desempenhar um papel ativo no continente devido a uma "dívida social e cultural" com a região causada pela escravidão. Ela respondeu: ‘Cinquenta e dois por cento da população brasileira se declara de origem negra. Nós nos vemos como o maior país negro fora da África. As nossas relações com a África são, em última instância sobre a reabilitação de nossa história passada’.

Sobre o escândalo na Petrobras, a presidente afirmou ao jornal que apoia totalmente as investigações e que, enquanto esteve na presidência do conselho de administração da estatal, não tinha ideia dos atos de corrupção praticados contra a empresa.

"Você não costuma ver a corrupção acontecendo. Isso é típico da corrupção – ela se esconde." Finalizou.

Imagens: The Washington post