Coluna: #Parafraseando Autor: Alex Gilson
Em entrevista ao jornal americano, ‘The Washington post’ (leia aqui), a presidente Dilma afirmou que há ‘um pouco de preconceito sexual’ na forma como é descrito seu modo de governar. Respondendo a uma afirmação, onde é descrita como micromanager, (termo em inglês que designa um chefe muito controlador). Ela questionou se "alguma vez você já ouviu alguém dizer que um presidente do sexo masculino coloca o dedo em tudo’.
A presidente ainda
completou dizendo, ‘Eu acredito que há um pouco de preconceito sexual, ou viés
de gênero. Sou descrita como uma mulher dura e forte que coloca o nariz em
tudo, e eu estou [me dizem] cercada por homens muito bonitos’.
Na entrevista,
publicada no site do jornal nesta quinta-feira (25), a presidente afirmou ainda
que sua baixa taxa de aprovação –que chegou a 10%, segundo a última pesquisa do
Datafolha, contra 65% de reprovação–preocupa, mas que não vai "arrancar os
cabelos" por isso.
‘Você tem que viver com
as críticas e com o preconceito’. Completou a presidente
Dilma ainda comentou
sobre economia, política externa e o petróleo. No âmbito da economia, a
presidente falou a respeito do ajuste fiscal e foi questionada pelo ‘The
Washington post’, se em algum momento no primeiro mandato pensou que o país não
ia bem, ela respondeu que houve um agravamento da situação econômica no final
de 2014, bem como uma queda na arrecadação.
A presidente afirmou
que o governo prevê uma situação "muito melhor" em 2016, e que a
partir do ano que vem o Brasil irá crescer a "taxas normais", citando
projeção do FMI de altas de 3,5% ao ano no PIB mundial. Ela completou dizendo:
"fomos capazes de colocar 50 milhões de pessoas na classe média".
Sobre política externa
foi citada a viagem ao Estados Unidos. De acordo com a entrevista, Dilma disse
estar pronta para fazer um acordo comercial com os Estados Unidos, mas não descartou
o Mercosul –"uma grande conquista"– e disse ser importante tem
relações comerciais com diversos países, citando a China e os EUA.
Questionada sobre o
relacionamento do Brasil com a África, disse que o país sempre irá desempenhar
um papel ativo no continente devido a uma "dívida social e cultural"
com a região causada pela escravidão. Ela respondeu: ‘Cinquenta e dois por
cento da população brasileira se declara de origem negra. Nós nos vemos como o
maior país negro fora da África. As nossas relações com a África são, em última
instância sobre a reabilitação de nossa história passada’.
Sobre o escândalo na
Petrobras, a presidente afirmou ao jornal que apoia totalmente as investigações
e que, enquanto esteve na presidência do conselho de administração da estatal,
não tinha ideia dos atos de corrupção praticados contra a empresa.
"Você não costuma
ver a corrupção acontecendo. Isso é típico da corrupção – ela se esconde."
Finalizou.
Imagens: The Washington post