Um dos estudiosos da educação, o Senhor Ken Robinson afirma que há dois motivos que direcionam essas mudanças. Segundo o autor, os “problemas” do sistema educacional atual é consequência do alicerce que foi criado, a cultura iluminista e a industrialização tiveram forte influência na construção do sistema educacional arcaico que estávamos vivendo. No sec. XIX a educação era ministrada pelos jesuítas. Ter uma educação que financeiramente seria sustentada pelos impostos era uma ideia revolucionária. Porque dar uma educação para todos terem acesso? É ai que surge o problema das classes.
A divisão do sistema educacional em: acadêmica e não acadêmica acarretou sérios problemas educacionais. A partir desse momento que a educação passa a trazer um caos, pois os pilares que a sustentavam naquele momento não eram gêmeos. As consequências disto foram que alguns grupos se beneficiaram disso e outros não, os resultados foram os grupos menos beneficiados com essa divisão o que mais sofreu.
Como consequência disso, em séculos posteriores (atualmente ainda existe) surgiram as “doenças educacionais” advindas do modismo médico, um dos exemplos citados pelo Robinson é o TDAH (Déficit de atenção), uma doença que tem medicado constantemente nossas crianças, com medicamentos fortes como Ritalina e Rivotril, drogas que supostamente acalmam nossas crianças. Essa epidemia tem sido tão intensa em nossas escolas. Quando na verdade há vários estímulos que fazem parte do cotidiano das crianças, como a internet e outros estímulos que mudam constantemente.
Folcault em sua obra Vigiar e punir sustenta a tese de que as escolas se assimilam a presídios. Robinson segue o mesmo visão ao afirmar que temos escolas moldadas pelos interesses da industrialização, pois há vários artifícios usados para “controlar” os funcionários e alunos. Dividimos nossas crianças por grupos ou faixa etária, porque fazemos isso? Pergunta Robinson, como se a única coisa importante para nós em relação as crianças fosse sua data de fabricação. Afirma ainda que se estamos interessados no modelo de aprendizado, não devemos começar pela mentalidade de produção.
A cadeia genética da Educação, a partir de certo ponto não explica certas mudanças ocorridas, temos que pensar de forma diferente dentro da capacidade humana. Temos que romper com a concepção antiga de acadêmico e não acadêmico, pois isso é um mito, pois colaboração é a matéria do crescimento. A cultura de nossas instituições e o habitat que elas ocupam.
Devemos refletir sobre o papel da escola, a partir de vários ângulos, a saber: dos educadores, dos alunos e dos estudantes acadêmicos. Temos que mudar a realidade do sistema educacional brasileiro, deixar para traz o sistema arcaico em que a escola foi construída, para tal temos que começar do zero. A história da educação foi sustentada em um modelo sistêmico, que não contempla o modelo dinâmico da sociedade atual.
Imagens: Internet - 11/06/15
Coluna: Educação Manifesta Autora: Débora Silva