sábado, 27 de junho de 2015

A ousada Nouvelle Vague

27/06/15
Coluna: CineManifesto   Autor: Rodrigo dos Santos






“Os incomodados que se mudem” ou que criem, esse bem que poderia ser o lema dos cineastas franceses que tiveram que presenciar a chegada das superproduções norte americanas na França após a segunda grande guerra.

Aproveitando-se da crise pós guerra instalada na Europa o mercado cinematográfico Hollywoodiano tratou de apresentar o que tinha de melhor para os criadores da sétima arte em contêineres cheios. Mais um movimento artístico liderado pelos amigos FRANÇOIS TRUFFALT e JEAN LUC GODARD


Porém o primeiro filme rodado estilo NOVELLE VAGUE seria CLAUDE CHABROL,  que pôs abaixo toda aquela supremacia enlatada, reduzindo custos, usando atores desconhecidos e abolindo estúdios usando como cenários ruas e áreas externa. O cinema conhecia uma nova era.


A Nouvelle Vague ou “a nova onda”,batizada pelo jornalista PIERRE BILLARD. Ele pressentia que  o estilo iria inovar o cenário cinematográfico, tratando de propagar o quanto podia, mas a maior responsável pela divulgação do estilo foi a revista CAHIERS que também o defendia das críticas vindas de Hollywood.



Outra característica forte da NOUVELLE VAGUE era o respeito que não existia a narrativa, onde idas e vindas no roteiro eram comuns. Um exemplo de narrativa estilo NOUVELLE VAGUE em um filme atual seria o PULP FICTION de TARANTINO.

A existência da NOUVELLE VAGUE  mistura a nomes como François Truffaut,Jean-Luc Godard,Alain ResnaisClaude ChabrolAgnèsVarda, Jacques Rivette, Chris Marker e Eric Rohmer, precursores do estilo e influenciadores de grandes diretores e até de novos estilos como o CINEMA NOVO aqui no Brasil.

O estilo foi responsável por apresentar grandes estrelas para o mundo como BRIGITTE BARDOT, JEANNE MOREAU, ANNA KARINA, (que era esposa de Godard), ALAIN DELON, JEAN PIERRE LEAUD, considerado junto com Bardot o rosto desta vanguarda.

Filmes clássicos que são expoentes para estudantes e especialistas até hoje como:  Hiroshima meu amor, Os Incompreendidos, O Desprezo, Acossado, La jetée (curta-metragem), O Demônio das Onze Horas, Cléo de 5 à 7, Jules e Jim, Viver a Vida, O ano passado em Marienbad e Bande à Part. Além dos mais atuais Selvagens e Leviatã.

O estilo francês com certeza é um grande marco no mundo cinematográfico pela sua atitude em uma época que o mercado se sentia numa carência cultural e os olhares se voltavam para costumes de outro continente. Mas a paixão pela cultura local e ousadia de fazer mudar o olhar do público fez do NOUVELLE VAGUE ser essa grande vertente do cinema.

Imagens: Reprodução