Coluna: CineManifesto Autor: Rodrigo dos Santos
“Os incomodados que se mudem” ou que criem, esse bem
que poderia ser o lema dos cineastas franceses que tiveram que presenciar a
chegada das superproduções norte americanas na França após a segunda grande
guerra.
Aproveitando-se da crise pós guerra instalada
na Europa o mercado cinematográfico Hollywoodiano tratou de apresentar o que
tinha de melhor para os criadores da sétima arte em contêineres cheios. Mais um
movimento artístico liderado pelos amigos FRANÇOIS
TRUFFALT e JEAN LUC GODARD
Porém o primeiro filme rodado estilo NOVELLE VAGUE seria CLAUDE CHABROL, que pôs abaixo toda aquela supremacia
enlatada, reduzindo custos, usando atores desconhecidos e abolindo estúdios usando
como cenários ruas e áreas externa. O cinema conhecia uma nova era.
A Nouvelle Vague ou “a nova
onda”,batizada pelo jornalista PIERRE
BILLARD. Ele pressentia que o estilo
iria inovar o cenário cinematográfico, tratando de propagar o quanto podia, mas
a maior responsável pela divulgação do estilo foi a revista CAHIERS
que também o defendia das críticas vindas de Hollywood.
Outra característica forte da NOUVELLE VAGUE era o
respeito que não existia a narrativa, onde idas e vindas no roteiro eram
comuns. Um exemplo de narrativa estilo NOUVELLE
VAGUE em um filme atual seria o PULP
FICTION de TARANTINO.
A existência
da NOUVELLE
VAGUE mistura a nomes como François Truffaut,Jean-Luc Godard,Alain Resnais, Claude Chabrol, AgnèsVarda, Jacques Rivette, Chris Marker e Eric Rohmer, precursores do estilo e influenciadores
de grandes diretores e até de novos estilos como o CINEMA NOVO aqui no Brasil.
O estilo foi responsável por apresentar grandes
estrelas para o mundo como BRIGITTE
BARDOT, JEANNE MOREAU, ANNA KARINA, (que era esposa de Godard), ALAIN DELON,
JEAN PIERRE LEAUD, considerado junto com Bardot o rosto desta vanguarda.
Filmes clássicos que são expoentes para estudantes e
especialistas até hoje como: Hiroshima meu amor, Os Incompreendidos, O Desprezo, Acossado, La jetée (curta-metragem), O Demônio das Onze Horas, Cléo de 5 à 7, Jules e Jim, Viver a Vida, O ano passado em Marienbad e Bande à Part. Além dos mais atuais Selvagens e Leviatã.
O estilo francês com certeza é um
grande marco no mundo cinematográfico pela sua atitude em uma época que o
mercado se sentia numa carência cultural e os olhares se voltavam para costumes
de outro continente. Mas a paixão pela cultura local e ousadia de fazer mudar o
olhar do público fez do NOUVELLE VAGUE ser
essa grande vertente do cinema.
Imagens: Reprodução