sexta-feira, 19 de junho de 2015

Chaplin vs Hitler

Charlie Chaplin como Adenoid Hynkel.



Desafiar o partido nazista no auge da 2ª guerra mundial era algo bastante improvável até mesmo para grandes líderes de nações daquela época. Tirania tão preponderante na Europa que impedia a sétima arte norte americana ainda engatinhante chegasse aos solos europeus, o que de certa forma não fazia tanta diferença já que o mercado cinematográfico mundial era liderado por eles.

Mas o que Churchil com sua devastadora máquina dos mares e Rossevelt tendo sua política  anti nazista seguida  pelo então vice presidente Truman,  juntamente com sua atômica bomba e Stalin e seu inverno glacial não conseguiram o que Charlie Chaplim com seu talento nato conseguiu, lograr êxito, mostrar para o mundo uma mensagem de como devemos tratar nossos semelhantes livres de qualquer tipo de intolerância e preconceito.


Em o “GRANDE DITADOR” de 1940, Chaplin em seu discurso nos momentos finais do filme usa traje de ninguém menos que Adolf Hitler, já que teria sido substituído em determinado momento do filme pelo ditador original, e sobe ao palanque diante de seu exército e braveja belas palavras sobre intolerância e prega o amor entre os povos concluindo com uma crítica a indústria cultural que até hoje manipula promovendo o ódio e ambição.




Além do enfático discurso, Chaplin dá um show ao interpretar dois personagens, um deles com seus trejeitos e personalidade forte, Adolf Hitler, carregando um pseudônimo referente ao líder alemão (Adenoid Hynkel), assim como os demais personagens do filme, e um barbeiro judeu ex-combatente do lado germânico que perde a memória em batalha ao salvar um oficial do exército alemão e que ao regressar dos campos de batalha se incorpora entre os semitas, o que mostra uma lição e voltas que a vida oferece.

Chaplin assina no filme o roteiro, direção, diretor executivo, narração e produção.

No longa ainda é possível assistir a clássica cena em que Chaplin atua com o globo o jogando para cima e para baixo mostrando uma enorme satisfação em uma possível dominação mundial.

Certamente por muitos anos nunca tinha se visto uma sátira e critica aos horrores da guerra que tocasse tanto o telespectador, anos mais tarde nem mesmo o premiado “A VIDA É BELA" de 1997, conseguiria ser de tamanha dramaticidade embora seja também um excelente filme.

O “GRANDE DITADOR”, lançado em 1940 só chegaria à Europa em definitivo anos mais tarde ainda sim com algumas censuras, para a sorte do partido nazista e para o azar nosso, já que tal mensagem usada  até como propaganda antinazista certamente mudaria os rumos da guerra.

Imagens: Reprodução   19/06/15
Coluna: Cine Manifesto   Autor: Rodrigo dos Santos