Coluna: Apito Manifesto Autor: Felipe Lavor
O Brasil foi eliminado da Copa América, pelo Paraguai no último sábado e várias questões voltaram à pauta, após mais uma campanha vergonhosa em um torneio acirrado.
Não se desaprende a jogar futebol da noite para o dia,
e também não foi neste curto período que os demais países se fortaleceram e
revelaram grandes talentos para os principais clubes da Europa. Mas por que não
aconteceu o mesmo com o Brasil?
Todas as suspeitas e escândalos vindos da FIFA junto
à CBF explica muita coisa. Não é estranho uma grande quantidade de jogadores do
Shakhtar Donetsk da Ucrânia serem constantemente convocados como Fred, Douglas
Costa, Luiz Adriano e William (agora no Chelsea)? Mais estranho ainda um
jogador que atuou apenas em dois jogos pela equipe principal do Inter de Porto
Alegre, ser convocado para uma competição da importância da Copa América? Inter
que foi o último clube no qual Dunga trabalhou e ainda tem muitos contatos.
Seria para valorizar o garoto Geferson para uma futura venda?
E sim, a Copa América é importante, pois nela
sabemos o grau de dificuldade que iremos enfrentar nas eliminatórias para a
próxima Copa do Mundo em 2018. Além de dar uma vaga ao vencedor para a disputa
da Copa das Confederações em 2017 - último grande teste antes do mundial.
Novamente veremos amistosos contra seleções de menor
expressão, em jogos para lucro único da CBF nos estádios ao redor do mundo. E
quase nunca se vê nossa Seleção jogar em casa. Estão mal acostumados estes
dirigentes, estes garotos que não sentem a cobrança da verdadeira torcida
brasileira e quem aceita convocar jogadores por estar estipulado em contratos
com empresários e patrocinadores. Tá tudo errado!
Sobre o jogo da eliminação, virose não é desculpa
para um time que faz um grande primeiro tempo e se perde na etapa final. Se
perde por erro de um zagueiro que não cometeu um pênalti bobo pela primeira vez
em sua carreira e que não tem a ombridade de assumir a falha. Dessa vez não
houve choro, talvez não tenha próxima vez.
Outra justificativa veio do técnico Dunga, ao ser
questionado sobre a substituição de Robinho (excelente cobrador de pênaltis)
para a entrada de Everton Ribeiro. A resposta do técnico foi a de que Robinho
estava cansado e deveria se preocupar em terminar o jogo com a equipe bem
fisicamente e depois pensar na disputa por penalidades. O argumento seria
válido se Robinho fosse substituído até os 30' do segundo tempo. Mas a troca
aconteceu aos 40' e o atacante do Santos aguentaria mais 8 minutos. Faltou a
experiência de Robinho e faltou experiência ao Dunga.
A Alemanha precisou perder 2 Copas do Mundo para
enfim conquistar o título, após muito aprendizado. Quantas Copas a CBF
precisará perder, para deixar de lado a corrupção e voltar seus olhos para o
futebol em sua essência?
Imagem: Kibe loko