Coluna: Esporte Manifesto Autora: Bruna Rafaela Araújo
Neymar! Este foi mais uma vez o nome mais citado dentro dos terrenos futebolísticos nesta semana. Após sua expulsão da Copa América 2015 pelo Arbitro Chileno Enrique Osses, muitas opiniões divergiram acerca da punição aplicada. Após ter sido apitado o final do jogo, o craque acertou uma bolada em Armero e tentou uma cabeçada em Murillo, o que lhe rendeu a expulsão de 4 jogos da Copa América e uma multa de R$ 10 mil. Outro fator agravante na situação do jogador, foi a agressão feita ao árbitro no momento em que recebeu a punição. Segundo o delegado da partida, o camisa 10 da seleção brasileira chegou a puxar a camisa de Osses enquanto o xingava.
Nas redes sociais, muitos internautas acharam
exagerada a penalidade sofrida pela estrela do futebol brasileiro. Como sempre,
usou-se o velho argumento de que se fosse outro jogador, a punição não seria
tão rígida. Números a parte, é evidente que quaisquer tipos de excessos dentro
do Campo devem ser punidos. O espetáculo midiático, estrelado por ídolos não
pode sobrepujar as regras, tampouco o bom senso.
Sendo redundante, pode-se dizer que a superestima em
excesso simplifica as atitudes de muitos destes astros da bola. Cercados por
multidões de fãs, eles ditam a moda, a bossa, e muitas vezes, parecem querer
também ditar as regras do jogo.
O que se percebe atualmente é a criação de
estereótipos. A impressão que a seleção brasileira passa não só para nós
brasileiros, mas para os estrangeiros também, é a de que só um jogador tem a
excelência dentro do time, se é a primeira impressão a que realmente fica ou
não, só o futuro dirá. “A seleção se complica sem Neymar”, afirmou o capitão do
time da Venezuela. Em contrapartida, Dunga afirmou que o time está pronto para
jogar sem a nossa estrelinha. Pois ai está contradição, o simples fato de se
questionar sobre o assunto, já mostra a dúvida.
A necessidade de tal questionamento não deveria
existir. Claro! Assim como, também não deveriam as cabeçadas em “coleguinhas de
partida”, os empurrões e xingamentos. A certeza da capacidade de se fazer um
bom futebol deveria ser objeto de primeira instância.
Vive-se hoje uma utopia, continuamos sonhando com as
grandes seleções das décadas de 50, 60 e 70. Vivemos do passado e da mídia,
apresentamos jogadores preocupados com títulos individualistas. O “futebol
arte” ficou marcado no cerne da nação, mas as marcas do tempo mostram que a
“arte” desfigura-se. É preciso deixar de acreditar em fórmulas mágicas para
ganhar partida, ou quem sabe, em “estrelas mágicas”. Do contrário, só o que
teremos pela frente são muitos mais 7x1.
Imagem: Globoesporte.globo.com