segunda-feira, 13 de julho de 2015

CBF: Confederação Brasileira de Fiascos

13/07/15
Coluna: Apito Manifesto   Autor: Felipe Lavor



Após o término da Copa América, acreditava não ter que dizer algo sobre a Seleção Brasileira tão cedo. Até que vi a entrevista do lateral direito Daniel Alves ao programa “Bola da Vez”, na ESPN.

Daniel deixou bem claro que Pep Guardiola queria treinar a seleção e ganhar a Copa de 2014, tendo inclusive o time já escalado na cabeça. Porém, a CBF abriu mão de um dos melhores técnicos da atualidade, seguindo com Felipão e sua tradicional e ultrapassada "Família Scolari", que estava merecidamente guardada com honrarias desde 2002. Por quê?

A CBF não se pronunciou à respeito, mas Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico de Felipão na última Copa, nos deu a resposta em entrevista cedida à própria ESPN. Segundo ele, na época era muito fácil Guardiola treinar o Barcelona com o melhor elenco do mundo, além disso, deveria ganhar 3 Campeonatos Brasileiros e 1 Copa do Brasil para, finalmente, estar capacitado e adequado à cultura do futebol brasileiro.

O que Parreira esqueceu, é que nem ele mesmo possui esse currículo. Felipão e Dunga também não. E que 95% dos jogadores de nossa seleção disputam os mesmos campeonatos que Guardiola disputou e ganhou. 

Parreira esqueceu ou não se atualizou?

Cabe lembrar que em 2002, Portugal fez uma péssima campanha na Copa da Coreia/Japão e a Federação Portuguesa apostou em Felipão para o comando da Seleção. O primeiro grande resultado veio logo na Eurocopa de 2004, chegando à grande final em casa, porém ficando com o vice. Dois anos mais tarde, na Copa da Alemanha, eliminou as favoritas Holanda (nas oitavas) e Inglaterra (nas quartas), perdendo para a França nas semifinais. Na disputa do terceiro lugar perdeu para a anfitriã Alemanha. Mas nem por isso deixou de ser festejado, pois foi o melhor resultado em Copas desde o Mundial de 1966.
A figura de Felipão se tornou tão importante para os jogadores portugueses que ele foi o responsável por noticiar à Cristiano Ronaldo, o falecimento do pai do craque, horas antes do jogo entre Portugal e Rússia, em 2005. Felipão ainda ganhou  do Presidente da República Portuguesa o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.


Felipão não precisou ganhar 3 Campeonatos Portugueses e 1 Copa de Portugal, para fazer história. Então, o que ganharia aqui, no comando de nossa seleção, um técnico conceituado, moderno, e que liga às 3h da manhã para seus jogadores para conversar sobre tática e futebol?

Os mais velhos dizem que em 1950, no "Maracanazo" e em 1982, com a fantástica seleção de Telê Santana os brasileiros sofreram com as respectivas derrotas. Já no jogo dos 7x1 na última Copa, muitos disseram: "Bem feito!", "Que Piada", "Chupa Felipão". 
 
E na primeira e única oportunidade que tivemos de evitar essa chacota, a própria CBF dispensou um técnico que não seria manipulável para obedecer contratos e escalações vendidas. No fundo fico feliz por Pep não ter se corrompido.

O que nos resta é o novo conselho gestor da CBF para debater sobre o futebol brasileiro e seu principal consultor será um senhor de 84 anos, chamado Zagallo. Acho válida a discussão ao se buscar uma melhora. Acho inválido convidar profissionais que não estão mais na ativa para tal feito. 

Só para não esquecermos: “Gol da Alemanha” tem 13 letras.

Imagem: goal.com