sexta-feira, 3 de julho de 2015

Mas isso não é uma questão de opinião

03/07/15
Coluna: #Parafraseando   Autor: Alex Gilson


‘Andei por tantas ruas e lugares, passei observando quase tudo... Mudei, o mundo gira num segundo, busquei dentro de mim os meus lares e aí? Tantas pessoas querendo sentir, sangue correndo na veia é bom assim...Se movimenta, tá vivo, ouvi...Milhões de vozes gritando’.
                                                                                                                                      Pitty

O congresso nacional colocou em votação a proposta de emenda à constituição (PEC) sobre a redução da maioridade penal, em primeira estancia a câmera dos deputados não consegui aprovação, pois eram necessários ao menos, 308 votos, na primeira votação tiveram apenas 303, em meio a protestos dos Jovens da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Nacional dos Estudantes Secundaristas (UNBES).

Ao final, a vitória foi do grupo contra a redução, entretanto o presidente da câmara Eduardo Cunha, por meio de manobra, conseguiu colocar de novo em votação da PEC, nesta quinta-feira que foi aprovada com323 votos favoráveis, 155 contrários e 2 abstenções. 

De acordo com o presidente da Câmara,Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a votação em segundo turno deverá ocorrer após o recesso parlamentar de julho, já que é preciso cumprir prazo de cinco sessões antes da próxima votação.

Pelo texto, os jovens de 16 e 17 anos terão que cumprir a pena em estabelecimento penal separado dos menores de 16 e maiores de 18. Ao final da votação, deputados seguraram cartazes na tribuna em defesa da proposta e comemoraram com gritos em plenário.


Os Jovens da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Nacional dos Estudantes Secundaristas (UNBES) não esperavam a retomada da votação e, por isso, não conseguiram fazer protestos como os mobilizados na noite anterior.

Cunha também não permitiu a entrada dos poucos estudantes que foram à Câmara para defender a derrubada da proposta, alegando que os manifestantes fizeram tumulto na noite anterior. A decisão do presidente da Câmara de votar um texto semelhante ao derrotado de madrugada também gerou bate-boca e questionamentos por parte de deputados contrários ao texto, mas o peemedebista conseguiu prosseguir com a votação.

Durante a sessão, deputados do PT, do PSOL e do PCdoB defenderam a derrubada da PEC. O governo defende alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente e ampliar o tempo máximo de internação de 3 para 8 anos.

“Todos nós queremos resolver a questão da violência, da criminalidade, queremos evitar que crimes bárbaros terminem. Mas precisamos, de forma madura e responsável, encontrar qual a alternativa real para resolver o problema. E a alternativa real é alterarmos o Estatuto da Criança e do Adolescente. Os efeitos colaterais dessa redução da maioridade penal são maiores que os alegados benefícios”, disse o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), também discursou contra a proposta. “Não queremos jovem infrator na rua, mas queremos lugares decentes para que eles sejam punidos. Mas não dá para misturar os jovens com bandidos de alta periculosidade. O que está em jogo é o futuro dessas gerações. É um retrocesso se aprovarmos essas emendas”, afirmou.

Já parlamentares favoráveis à redução da maioridade penal argumentaram que a PEC não soluciona o problema da violência, mas reduz o sentimento de “impunidade”. "Nós sabemos que a redução da maioridade penal não é a solução, mas ela vai pelo menos impor limites. Não podemos permitir que pessoas de bem, que pagam impostos, sejam vítimas desses marginais disfarçados de menores", discursou o líder do PSC, André Moura (SE).

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), um dos articuladores da votação nesta quarta, também defendeu a redução da maioridade penal. "O PMDB afirma a sua posição de maioria pela redução da maioridade penal, nos crimes especificados. Achamos que a proposta é equilibrada, ela é restrita", disse. “A sociedade não aceita mais a impunidade e não deseja mais sentir o medo, o pavor e o receio que vem sentido no dia a dia.”


Analisando toda essa questão, vejo que o presidente da Câmara, o excelentíssimo Eduardo Cunha, não sabe escutar e dialogar. Infelizmente, nossos políticos não representam os interesses da população e sim aquilo que os convém, não pense que essa redução é pensando nas pessoas da pesquisa IBOPE, essa questão é puramente eleitoreira, Cunha só mostra que ele está ali apenas para suprir suas próprias vontades, iniciei o título e finalizo o texto com a citação de Pitty, ‘mas isso não é uma questão de opinião’.  

Imagem: Internet