quarta-feira, 29 de julho de 2015

Os 90 anos de história de O Globo

29/07/15
Coluna: Manchete do dia   Autor: Marcos Furtado


Hoje o jornal O Globo completa 90 anos de existência. Com uma história marcada por contradições e referências para o jornalismo brasileiro.


Fundação



Fundado em 29 de junho de 1925 por Irineu Marinho, dez dias após seu aniversário, O Globo funcionou como vespertino até 1962 e a partir daí tornou-se matutino. Mas apenas 23 dias depois, o fundador falecera precocemente, com 49 anos. Assim, Roberto Marinho, o primogênito de Irineu substituiria o pai, se não fosse a pouca idade. Então Eurycles de Mattos, amigo de confiança de Irineu assumia o cargo.


Com o falecimento de Mattos em 5 de maio de 1931, o seu legado como diretor-redator-chefe foi a consolidação do trabalho criado por seu amigo. Então, aos 26 anos e tendo ganhado experiência trabalhando na redação do GLOBO, Roberto Marinho assume a direção do jornal em 1931. A partir da edição de 8 de maio, ele passa a ocupar o cargo de diretor-redator-chefe. Roberto Marinho ficou no comando até sua morte, em 6 de agosto de 2003.

Edição dominical


Em 1972, já sendo um matutino, começou a ser publicada sua edição dominical. Antes, a circulação ficava restrita aos demais dias da semana. Para saudar mais um etapa do crescimento do GLOBO, Roberto Marinho assinava, também na primeira página, o editorial “O dia que faltava”. No texto, o diretor-redator-chefe observava: “O GLOBO passa a circular aos domingos. Era uma etapa cuja efetivação não mais podíamos adiar. Desde que este jornal tomou consciência de que atingira a plena identificação com a opinião pública nacional, concretizando os nobres ideais que haviam inspirado o seu fundador, impôs-se o dever de ampliar incessantemente a sua rede de informações, na medida do crescimento do país. As atuais dimensões do complexo de comunicações de O GLOBO não precisam ser assinaladas. Faltava-nos, porém, alguma coisa”.

Jornais do Bairro


Já em 1982, Marinho queria produtos que falassem com mais proximidade ao leitor, em seu bairro. Daí surgiu os Jornais do Bairro. Henrique Caban, o chefe de reportagem foi incumbido dessa nova empreitada. Em uma semana, surgia o primeiro de uma série de suplementos: GLOBO-Tijuca, que circulou em 23 de março de 1982. No mesmo ano, foram lançados sete outros cadernos: Méier, Barra, Copacabana, Ipanema, Madureira, Botafogo, Leopoldina, Ilha e Niterói. No ano seguinte, viria o GLOBO-Zona Oeste, atendendo uma região que representa 47% do município. Sendo um grande sucesso não só editorial e comercial, os Jornais de Bairro se revelaram uma fábrica de novos profissionais para o próprio diário, o "Extra", o "Expresso" e o site do Globo.

A metamorfose de O Globo


O Globo passou por inúmeras transformações ao longa da história. Em 20 de dezembro, por exemplo, foi alterada a sua apresentação gráfica. Com uma tipologia mais contemporânea, logotipo com as cores da bandeira brasileira e um novo conceito de redação. Na primeira página da edição do dia 20, uma quarta-feira, havia uma emblemática charge de Chico Caruso: o jornalista Roberto Marinho, em caricatura, aparecia lendo O GLOBO em oito diferentes padrões gráficos, representando as mudanças do jornal desde a sua fundação, em 1925. Uma nova mudança desse tipo só ocorreria em 2012. 



Em 1996, foi lançado o site do diário. O Globo ON, trouxe ao agora leitor internauta uma nova espécie de leitura, mostrando jornalismo dinâmico e uma nova maneira de prestação de serviços. Sendo um processo visionário, levando em consideração o grande destaque que a internet teria posteriormente.


Contradições

De orientação política conservadora, O Globo apoiou o golpe de 1964, mantendo relação com os governos militares que se seguiram. Já em 1984, é declarado apoio ao Regime Militar desde o seu início até o processo de abertura política.



Em 2013, o veículo foi duramente criticado através das manifestações populares, que levaram milhões de pessoas às ruas, pois a cobertura dava destaque as depredações e não a discussão do processo político. Em agosto, do mesmo ano, o Grupo e conheceria como "um erro" o apoio ao golpe militar.

Falecimento do fundador



E foi no dia 6 de agosto de 2003, que o jornalista Roberto Marinho faleceu. deixando um legado para a história de jornalismo brasileiro. 

Editorial: O Globo manifesto


A história deixada pelo jornal O Globo nos confere identificação (Independente da abordagem política).

Assim como  Roberto Marinho, que aos 26 anos de idade assumia a direção de um jornal, nós do Manifesto temos uma equipe formada por jovens estudantes de Comunicação que vislumbram uma nova forma de fazer jornalismo e, quem sabe, entrar para a posteridade.

Imagens:  G1, O Globo