sábado, 25 de julho de 2015

Taylor Swift, a nova Rainha do Pop

25/07/15
Coluna: Última Nota Autor: Jean Pierry




Um dos jornais mais importantes do mundo, New York Post, mandou avisar: "Desculpa, Bey, é hora da Tay reinar". A alusão e comparação diz respeito aos irrepreensíveis alcances, em números, de fãs, público, vendagens, status e crítica geral que Taylor Swift conseguiu frente a "Queen Bey", quase santificada como Rainha do Pop (tudo bem, essa alcunha é de Madonna, mas antes que pensem ou falem algo, a própria "Material Girl" já reconhece TS como sua sucessora).


É inegável que Mrs. Carter tenha seu pedestal elevado no mundo da música. A ex-Destiny’s Child tem uma carreira de sucesso desde a girlband de R&B/Pop. Consegue transcender a questão artística e eleva, com suas músicas e postura, questões pessoais e sociais: o empoderamento feminino, o orgulho pela origem e cultura negra, a sua relação e ações em prol da comunidade gay - maior base de seu séquito de admiradores -  entre outros. Além disso, a maneira como articula canto e dança, num trabalho corporal e de excelência quase imbatíveis, tornaram-na uma verdadeira "Mulher Maravilha". Mas há muito tempo se questiona a sua real identidade no Pop. Muitos indagam se tudo que ela faz não seria apenas de cunho mercadológico, de marketing, e menos "natural". Onipresente no mundo contemporâneo, a sua relação de interação através das redes sociais também é vista com reservas, tida como "fria" ou "sem objetividade". Verdade ou não, a realidade é uma só: Taylor Swift está revolucionando a indústria musical e indo na contramão de tudo isso e da crise de vendagens de CDs, que com a pirataria e streamings, sofreu um abalo. Foi isso que levou a jornalista de entretenimento Haley Goldberg a escrever sobre o assunto e comparar as duas divas. Assunto que mexe com torcidas e corações. Mas, afinal, o que explica o "furacão Tay"?
Atualmente, Swift é uma verdadeira "hitmaker" (artista que emplaca sucesso atrás de sucesso). Seu último álbum "1989", lançado em 27 de outubro de 2014, já vendeu mais de 4,5 milhões de cópias, só nos EUA. Isso em apenas 19 semanas. Foi em 2014, e continua sendo em 2015, o álbum mais vendido no país. Avassaladora. Vale ressaltar que "1989" é o primeiro álbum Pop da carreira da cantora. Seus trabalhos anteriores são todos do Country, igualmente com um número expressivo de vendagens, como os dois últimos - "Speak Now"(2010), que vendeu 4,4 milhões e "Red" (2012), com 4,1 milhões. Do jeito de menina do interior, para mulher de atitude, uma travessia que não foi nada difícil para ela.
Mas não basta vender CDs, tem também que emplacar seus clipes. Depois de Katy Perry sagrar-se como a única mulher a alcançar mais de um bilhão de visualizações com dois clipes, "Dark Horse" e "Roar", de seu "PRISM", os fãs de Taylor fizeram de sua estrela mais uma mulher a entrar nesse seleto hall. "Blank Space" foi o primeiro a bater o recorde (sendo o clipe mais rápido na história a conseguir tal façanha), mas em poucos dias ou semanas, "Shake It Off" - single que deu o pontapé na fase Pop da jovem - promete igualar o título de Perry. Fenômeno.

Pelo terceiro ano consecutivo, ela também foi a artista que mais doou para instituições de caridade, em 2014. Não para por aí. Ainda na matéria da jornalista do NYP é ressaltado o lançamento da plataforma digital Tidal, criada e apresentada pelo rapper Jay-Z como algo que "mudaria a história da música". Mesmo com o apoio da esposa Beyoncé e dos amigos Madonna, Alicia Keys e Nicki Minaj, dentre outras estrelas musicais, o negócio se mostrou um desastre total.


Mas se a ideia era movimentar os grandes conglomerados da indústria fonográfica com uma ferramenta que fosse mais justa e valorizasse o trabalho de cantores e compositores, no ganho de royalties e reconhecimento pelos feitos, não foi preciso muita pompa. Taylor mostrou como se faz. Bastou uma carta escrita no Tumbrl sobre a problemática, para que os poderosos da Apple - que lançou uma plataforma musical e solicitou a artista sua discografia para download, que foi inicialmente recusada - mudassem sua postura e se rendessem as críticas sobre a ideia de não pagar os artistas no período de teste do público, que dura três meses. E adivinha? A companhia de US$ 700 bilhões a ouviu, sabendo que ter ‘bad blood‘ com Taylor significa ‘bad blood‘ com jovens e outros artistas”. Após o imbróglio, Taylor disponibilizou seu álbum.


Mesmo não tendo sorte em relacionamentos - onde cada desilusão amorosa ou término de namoro vira canção, de "sofrência" ou vingança - a maré parece ter virado. Junto com o DJ britânico Calvin Harris, sensação das pistas de eletropop mundo afora, a loira forma o casal mais rico do mundo, superando justamente, aqueles que sempre foram intocáveis no posto: Bey e Jay-Z.
Por fim, Haley diz que a relação com os fãs entre Beyoncé e Taylor tem muita diferença. Enquanto a primeira "é intocável, escondida atrás de uma fachada extravagante e superficial e uma dose saudável de narcisismo", a segunda é alguém que " parece uma garota legal e pé-no-chão com quem você gostaria de compartilhar uma boia de cisne — tudo enquanto ela faz história de verdade na música”, conclui.
Certa? Errada? Muito crítica? Seja lá como for, concordo com a colega americana. Mesmo que Taylor não tenha tantos bilhões como Beyoncé, tantos singles recordistas de execuções, prêmios, downloads e afins, que não tenha uma carreira - ainda - tão consistente como Knowles, que seja magra demais, desengonçada para dançar e não cante potencialmente como a amiga. Ainda assim, com apenas 25 anos, Taylor Alisson Swift pavimenta um caminho que parece sem volta. Representa e simboliza a renovação, o carisma e a singularidade num meio que se repete e onde a competitividade é mais valorizada frente as câmeras, do que a originalidade e simplicidade das ações - profissionais e pessoais.
Os Beyhivers (como são conhecidos os fãs de Beyonce) podem até não gostar ou concordar, mas Swift chegou no momento certo. Veio para ficar. Um novo reinado Pop se iniciou nesse verdadeiro "Game of Thrones", onde a Rainha pede passagem e atende por TAYLOR SWIFT.






























Imagens: courtesy of Getty, Capricho, Internet.