sexta-feira, 17 de julho de 2015

O QUE MELHORA E O QUE PIORA COM A REFORMA POLÍTICA, SEGUNDO ESPECIALISTAS

17/07/15
Coluna: #Parafraseando  Autor: Alex Gilson














O portal de notícias G1, resolveu ver o que muda para melhor e pior na visão dos especialistas a respeito da reforma política, o professor da Universidade de Brasília David Fleisher e o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Cláudio Couto, ambos doutores em ciência política.

Fim da reeleição

Os deputados aprovaram o fim da reeleição nas eleições majoritárias – presidente da República, governador e prefeito.

Segundo o professor David Fleischer isso é uma piora no âmbito político, ‘a reeleição era a única chance que o eleitorado tinha para rejeitar um governador ou prefeito na sua tentativa de um segundo mandato. Desde 1998, vários governadores a muitos prefeitos foram derrotados nas suas tentativas de reeleição’.

Cláudio Couto concordo com David, ainda acrescenta ‘O instituto da reeleição conta com a simpatia popular, pois permite ao eleitor reconduzir ao cargo um governante aprovado. E permite por um período a mais, apenas. Com isto, evita-se a excessiva concentração de poder que múltiplas reeleições possibilitariam. É mais um exemplo de reforma política em causa própria, para favorecer aos políticos profissionais, em vez dos cidadãos. Como há muita disputa dentro dos partidos pelas candidaturas majoritárias ao Executivo, ao impedir a reeleição isso abre vaga para os adversários internos, possibilitando acomodações. É um claro exemplo de reforma resultante dos conchavos internos aos partidos’.

Doação de empresas

Pelo texto, empresas podem fazer doação somente a partido político, mas não a candidato, que só poderá receber de pessoa física.

Ambos mais uma vez concordaram e classificaram como sem efeito significativo, David Fleischer apontou a seguinte questão, ‘Mudança sem grandes efeitos, pois continua a chamada “caixa dois”.  Melhor seria proibir qualquer contribuição de empresas – como o STF tentou decidir.  Pelo menos, agora, ficou proibido empresas com contratos com o governo contribuir para campanhas eleitorais’. Cláudio Couto também apresentou seu ponto de vista,‘Entendo que todas as doações deveriam ser, exclusivamente, de pessoas físicas, com limites. Pessoas jurídicas não votam e, portanto, não deveriam influir no processo eleitoral mediante doações. Assim como empresas não podem fazer diretamente campanha para uma candidatura, não deveriam poder doar. Se seus proprietários, acionistas ou executivos querem fazê-lo, é um direito que lhes cabe como cidadãos iguais a todos os demais. Sem mencionar o que já está ficando claro com a Operação Lava-Jato, que se utilizam doações legais como forma de lavar dinheiro de propina’.

Urna com recibo

O plenário aprovou uma emenda à proposta de reforma política que prevê que as urnas eletrônicas passem a emitir um "recibo" para que os votos nas eleições possam ser conferidos pelos eleitores e para facilitar a possibilidade de auditoria do resultado da eleição.

Houve divergência nesse quesito, David classificou uma piora, ‘este artifício já foi usado (e testado) numa eleição (por exigência do PDT) e não constou nenhuma irregularidade. Tem que ver qual firma vai fornecer estes equipamentos’. Já Cláudio apontou uma melhora, O eleitor sequer poria a mão nesse voto. Ele apenas checaria, ainda na cabine indevassável, se o voto impresso confere com o que ele digitou na urna. Confirmando que está ok, o voto impresso seria depositado. Se houvesse erro, ele poderia refazer o voto (anulando o primeiro) ou denunciando que há fraude eletrônica. O voto continuaria tão secreto como é hoje, mas possibilitaria uma conferência que tornaria o sistema mais confiável e menos sujeito a fraudes digitais. Certamente as pessoas desconfiariam menos dos resultados, o que aumentaria a legitimidade das eleições. Essa me parece uma boa iniciativa’.

Debate político

Nos debates, será assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação superior a nove representantes na Câmara dos Deputados.

Os dois professores classificaram como um melhora, David explicou “Em princípio, uma boa ideia, pois poderia simplificar os debates na TV para presidente, senador, governador e prefeito – com a não participação dos chamados ‘candidatos nanicos’”. Claudio acrescentou, ‘Acho uma medida correta. Poderíamos, assim, livrar-nos dos candidatos bizarros que só desviam a atenção do que realmente importa debater. Quem não tem representatividade deve tentar buscá-la antes de reivindicar tempo’.

Mais informações sobre a visão dos especialistas a respeito da reforma política acessar o portal de notícias G1.

Imagens: Internet