Coluna: Esporte Manifesto Autora: Bruna Rafaela
Deixando um pouco de lado as matérias ufanistas da
televisão, onde o Brasil e os atletas brasileiros são exaltados com um otimismo
que beira o ridículo, certas reticências ficam gritando. Faz-se presente a
necessidade de se abordar o esporte com um viés político, ou a política sob o
ponto de vista esportivo, tanto faz.
Jogos de segunda, estrelados por atletas de países
como EUA e Canadá que estão longe de ser a primeira categoria de suas nações,
mas que, entretanto, continuam a conquistar o primeiro e segundo lugar,
respectivamente. Em termos “esportivos” o Pan não representa nada de importante,
basta pensarmos que durante 20 anos nenhum recorde foi quebrado contando a
partir de 1986.
Acontece que acaba sendo uma “coisa” falaciosa.
Outros países criam a expectativa de achar que conquistarão méritos que não
irão. Além do grande detalhe de que os jogos do Pan são apenas uma copiosa
imagem das Olímpiadas, porém, apenas com países do Continente Americano. Agregando
a ele, mais escândalos, orçamentos “confusos” e muita divagação.
O orçamento para os Jogos foi
fixado em US$ 1,4 bilhões (cerca de R$ 2,668 bilhões). Como comparação, o Pan
do Rio de Janeiro, em 2007, havia, até então, sido o mais caro da história,
fechando seus custos em R$ 3,7 bilhões (cerca de US$ 1,940 bilhões, com a
conversão de julho de 2007). Porém, os gastos em Toronto "inflaram",
com os custos da Vila dos Atletas, transportes e segurança, subindo para US$
2,5 bilhões (mais de R$ 4,7 bilhões).
Além dos problemas de orçamento, o Comitê viveu outro escândalo. Em dezembro de 2013, seu então presidente, Ian Troop, foi demitido, devido ao excesso de gastos. De acordo com a imprensa canadense, Ian declarava custos como, por exemplo, de um chá de US$ 1,89 (R$ 4,19) até um jantar em um restaurante por US$ 8,561.19 (R$ 18,957.90). Seu salário, à época, era de US$ 477 mil por ano, mais de R$ 1 milhão.
Penso que a maior falsa premissa dos Jogos é o
“sonho” de cooperação Continental da América. Visto que, o Eua está sempre em
primeiro lugar. Os outros países continuam então, aguardando o mesmo
acontecimento para as Olimpíadas. É quase possível incluir a doutrina
idealizada por James Monroe, sintetizada pela expressão: “América para os
americanos”. Ou quem sabe, podemos dizer “América para os NORTE Americanos”.
Com isso, vale salientar, o intenso teor Geopolítico
desta história, já que, o Canadá (País NORTE Americano) passa por um momento de
dificuldades financeiras. Portanto, bancara aventura de sediar um evento desta
magnitude numa clara tentativa de se auto afirmar como um gigante é dar sinal
de que quer ser prestigiado globalmente. Mas logo 2016 está chegando, trazendo
consigo mais ouro, prata e bronze. Quisera que os tais metais venham para o
lado Sul, já que, como diz Chaplin, “O mundo é de quem se atreve”.
Fonte de pesquisa: Lancenet